Em pauta!

domingo, novembro 25, 2012

Que tal falar de animes fofos?

Sketchbook Full Colors: o cotidiano gentil e caloroso...

Gêneros, tipos, temáticas, segmentos, ramificações: palavras que designam uma obra, estando diretamente ligadas à características que variam desde o chamado público-alvo até o prosseguimento das mesmas propriamente dito.

Por muitas vezes as obras são taxadas, positivamente ou negativamente, simplesmente por estarem atreladas a um segmento determinado ou terem sido feitas por um estúdio tal ou equipe de trabalho "x". Mesmo que tais informações possuam as suas importâncias verdadeiras e cruciais (e assim são), analisar previamente com base unicamente nas mesmas pode vir à constatar um sério erro. A chance de se perder algo que pode lhe agradar existe, da mesma forma que a criação de uma expectativa acima da convencional pode acabar resultando em uma grande frustração final.

Basicamente, todos os títulos existentes passam por tais provações. Alguns em maior quantidade, outros em menos. E dentro da temática deste humilde blog, a animação japonesa é também parte integrante de tal fato. Entretanto, um tipo de anime em específico será o alvo da vez para este texto de caráter opinativo, sendo este ligado aquilo que pode ser melhor definido como fofo.

Personagem e animes fofos...

Dog Days: há guerras, fatos desconcertantes, mas tem muita delicadeza no ar...

Uma obra para ser considerada fofa tem de possuir, enfaticamente, um traço e ares mais característicos ao que se diz como bonito e belo. Tem que abusar das cores, com estilo bem propício. Ao mesmo tempo, o título pode ser fofo sem o menor alarde bastando, para tanto, possuir um carisma daqueles em que o sorriso venha à face apenas ao se olhar a animação desenrolar.

O trabalho maior está intimamente ligado ao desenho (ou escopo) dos personagens. Eles se fazem presentes com características peculiares: abrangendo as suas feições, estilos de movimentação, cores e um comportamento que, muitas vezes, pode espantar pelo preciosismo ou pela simplicidade. Um detalhe bastante curioso mora justamente nesta afirmação, pois nem sempre um personagem fofo reúne todas as características aqui citadas.

É uma ideia confusa, este blogueiro deve aqui confessar. Até porque um personagem fofo pode ser assim definido graças ao seu comportamento, sem apresentar (necessariamente) traços ou feições pertinentes ou comuns. De igual forma, o ser pode ter um rosto demasiadamente angelical e ser digno o bastante de chamar a atenção graças ao seu traço e feições tendo, no entanto, o comportamento de um vilão de grande classe.

Bottle Fairy: um anime genuinamente fofo em todos os seus sentidos...

Quando se faz falar de um anime por inteiro, o cuidado com a definição de fofo passa à ter a mesma definição dada aos personagens. O universo da animação japonesa, tão vasto como se pode presumir com facilidade, já brindou à todos com obras que são simplesmente amigáveis em todos os sentidos e títulos que usam do fator fofo para esconder outras intenções, geralmente atreladas aos seus enredos.

É muito interessante notar animes que usam e abusam do chamado belo, do seu início até o último instante, incorporando neste meio desde o traço de seus personagens e ambientes até a sua história que, muitas vezes, são taxadas de infantis em razão disto (embora algumas sejam, realmente, direcionadas ao público mais infantil). Por outro lado há os títulos cujo desenho limpo e bonito esconde, no mais profundo de sua intimidade, um história minimamente instigante ou possuidora de passagens que não condizem com a sua apresentação final.

Pode-se também fazer citação para as obras cuja a história é simples e cheia de momentos bobinhos e alegres que possuem, na verdade, um traço até mais sério e que pouco estejam ligados a tal tipo de enredo. Questões como gosto pessoal e dados mais técnicos se misturam em tudo que foi apresentado até aqui, mostrando que o dito fofo nem sempre é cem porcento belo ou inocente (e o contrário também).

Nem sempre infantil...

Binchou-tan: fofo do início ao fim...

Falar dos gêneros das animações em si pode gerar algumas complicações, mesmo quando o assunto está ligado unicamente à beleza que as mesmas têm para mostrar, sendo tal característica presente na totalidade ou de forma parcial.

Quando se fala na totalidade, tem-se uma obra que é fofa em seu escopo do início ao fim. Aqui tudo é bonito, não há problemas entre os seus personagens no decorrer de seu enredo, a ambientação pode até parecer ter sido pintada à mão em alguns casos e, para se ir um pouco mais além, tais animes costumam possuir histórias mais simples e direcionadas ao público mais infantil.

Mas o fato da obra ser infantil não impede, nem em um milímetro, da mesma ser acompanhada por adultos. Não há nada que possa ser definido como segredo aqui, pois o que vale é o chamado "retorno ao passado" de cada um. Trata-se de um elo saudável com o descompromisso e com a sensação de estar, unicamente, descansando em frente ao monitor. Um relaxamento visual simplesmente acolhedor e muito bem-vindo.

Naisho no Tsubomi: beleza em prol da educação sexual...

Toda a beleza no traçado dos personagens e cenários pode sim estar atrelado em outras temáticas, vertentes ou paradoxos. Interessante notar que tudo isto pode ser, de alguma forma, definido como um tipo de "disfarce proposital" para chamar a atenção. Mais instigante ainda é o fato de que tal ação costuma funcionar, atingindo os seus objetivos.

Há obras que usam do chamado bonito e fofo para lançar ao espectador temas um pouco mais sérios e contundentes. A educação sexual é uma temática que, satisfatoriamente, já se fez presente no universo da animação japonesa. De igual forma, há títulos que já usaram do chamado fofo para trazer às telas definições sobre os costumes do País, e indo até um pouco mais além, mostrando verdadeiras aulas de História do Japão ou até de cidadania.

Um alento importante se faz aqui, pois nem sempre o público alvo é considerado infantil para estes casos. É bem verdade que todo o visual parece sair, em muitos casos, de um belo livro de contos infantis. Na verdade, o chamado anteriormente de "disfarce" começa a valer forte aqui e indo ainda mais além...

Higurashi no Naku Koro Ni: não é uma boa ideia se deixar levar por tal visual...

O dito fofo pode ganhar diferentes interpretações. Pode ser algo bonito, vistoso e de grande cunho sentimental e, ao mesmo tempo, esconder uma razão mais profunda para se utilizar de tal máscara da beleza. Você poderá ou não se surpreender com isto, mas nem tudo que é apreciável visualmente possui uma contraparte compartilhada no seu enfoque. Para ir mais além, a mudança nos fatores pode resultar no mesmo produto final.

Há obras cujo teor de suas histórias simplesmente não vão de encontro direto com as suas apresentações. Existem muitos exemplos de animes que seguem tal caminho, onde tal contexto acabou propiciando (para vários deles) uma fama concretizada e questionamentos que duram até os dias mais atuais. Gêneros como terror, nonsense e drama conseguem fazer uso deste artifício com muita relevância chegando, em alguns casos, à maestria.

Uma citação importante se faz válida para gêneros como o hentai e o ecchi. A proposta deles, bem contextualizada, consegue fazer um uso apropriado do dito fofo em seu visual (quando assim querem demonstrar). Seus enredos tendem à abraçar com relevância tal visual. Analisando com cuidado e de forma direta, pode-se contextualizar que o dito fofo nem sempre é infantil por excelência.

A questão do preconceito

Hamtaro: a demonstração do chamado fofo em excelência?

Os animes ditos como fofos passam pelos mesmos testes que qualquer outra obra, independente de seu gênero principal ou da temática tratada. Definir algo apenas por uma capa, por um nome ou por uma imagem é algo muito mais natural e comum do que se pode aqui enfatizar. E o problema todo se faz lançar quando este modo de análise (para fins de construção opinativa) sobrepuja a forma que, ao menos teoricamente, ainda se faz conhecer como sendo a mais justa para uma avaliação ou contestação de fatos: a visualização honesta da obra.

Nomenclaturas como o moe, tão falado no fandom da animação japonesa, entram de forma certeira na concepção da visão de um título que tenha o chamado fofo enraizado em si. Desde a história, até passar pelos seus personagens e chegar de forma fulminante em seu visual, algo que seja bonito pode passar tanto pela caracterização de um moe desenfreado como até chegar ao status de uma beleza indiscutível.

Sem a mínima intenção de se criar um alarde desnecessário, ou de trazer à tona questões mais filosóficas, julgar algo unicamente por uma primeira visão (ou pela sua capa, como diz o conhecido provérbio popular) pode caracterizar um equívoco pessoal dos mais grandes. As obras lançadas ao público mais infantil são as que mais passam por esta afirmativa. Não é de uma hora para outra que tal afirmativa irá virar uma hipotética e surreal lenda (e o mais certo está em aceitar que isto nunca ocorrerá), mas nunca é tarde demais para desfrutar de uma obra mais fofa. Uma obra de caráter infantil pode ser mais prazerosa e relaxante do que se faz imaginar.

Objetivamente

Poyopoyo: fofura para onde quer que se faça olhar...

Este texto sobre o dito fofo na animação japonesa, em nenhum instante, teve a intenção de levar para você o conhecido "puxão de orelha", seja de forma direta ou indiretamente. A razão de ser para tal postagem esteve ligado ao anseio único de mostrar uma opinião, no aguardo de que várias outras opiniões sobre o assunto aqui apareçam, de forma a acrescentar mais ainda sobre a proposta de tema aqui lançada.

Com tal texto, este humilde blogueiro pôde expressar um pouco daquilo que sente sobre o uso daquilo que é fofo em animes, mas com certa cautela e responsabilidade. A diversão está aos olhos de quem a vê, mas também pode aparecer com um devido empurrão certeiro onde, por ventura, este texto pode ter auxiliado de alguma forma para tanto.

Nobre visitante, deixe aqui exclamada a sua opinião. Talvez possam aparecer, futuramente, novos posts sobre este tema. Por tal razão, o convite lhe é dado. Este blogueiro espera, humildemente, que tenhas apreciado o texto.

Até a próxima!

O NETOIN! por aí: Facebook / Twitter / E-mail

[ made in NETOIN! ]


O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

6 comentários:

  1. Ótimo texto.Compartilho a opinião com você. Ao longo todo dele fiquei pensando, "más oras, ele está falando de moe".

    Uma pena que esse tipo de anime é um dos que mais recebe preconceito hoje em dia, e aparentemente sem motivo, quantas pessoas não odeiam K-On só por sua fama, e pela superfície da obra, ao invés de tentar se deixar ser levado por aquele mundo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Saudações

      Sabe Rubio, é como lhe disse no Twitter: "o dito fofo está aos olhos de quem o vê". A manifestação de tal beleza, por assim enfatizar, não precisa casar com todos os arquétipos que citei durante o post...

      E sim, concordo também quando citas K-ON! como alvo de preconceito nesta área. Assistir e se descontrair deveria ser um pouco mais natural. Poyopoyo que o diga...^^

      Até mais!

      Excluir
  2. Hmm... eu penso que o fofo está mais ligado à forma como agente sente aquilo. As atitudes dos personagens, a forma como eles interagem ou se comportam, tudo isso provoca em nós uma sensação de proteção, de querer apertar, morder as bochechas ou simplesmente achar bonitinho. A imagem sozinha, por si só não diz muito. Por exemplo; Keion - Eu gosto daquilo pelas sensações que ele me desperta, não é por ser bonitinho. Assistindo, você se desliga completamente desses padrões e se sente completamente envolvido por aquela atmosfera. Isso independe da imagem, embora ela seja muito importante pra alcançar a parcela do público que procura basicamente por isso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Saudações

      Amiga Roberta, também estás correta. O fofo pode ser algo mais sublime do que se pode imaginar, por isso enfatizei durante o texto esta questão: "o fofo está nos olhos de quem o vê".

      E o sentimento que citaste de se agarrar, de querer um "bem maior", aquele zelo todo... Tudo faz parte desta temática. Devo concordar contigo, humildemente.^^

      Até mais!

      Excluir
  3. Olá!!

    Gostei do modo que você tratou o fofo!! Eu já considerei fofo as obras infantis, só que isso foi antes de assistir Higurashi no naku koro ni. Então agora não considero tudo fofo como infantil!! xD

    Infelizmente, não são todas as pessoas que gostam da questão do fofo. Porém, na maioria, alguns animes só são assistidos por causa desse fator...

    A é, obrigada pela opinião no post da nova seção!! Vamos ver como ela vai se sair na próxima postagem!!

    Até mais

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Saudações

      O fofo pode ser um tanto polêmico às vezes. Não concorda, Naty?^^
      E Higurashi é um dentre vários exemplos existentes sobre o fato que citastes...

      Ah, sim: foi uma opinião sincera sobre a sua seção. Dê tempo para a mesma ser mais reconhecida. Terás um ótimo resultado.^^

      Até mais!

      Excluir

Dê a sua opinião sobre este texto do Netoin!, visitante.

Critique, elogie, argumente sobre o post que acabou de ler.

Quer indicar alguma matéria? Fique à vontade. Esse espaço também é seu.

Expor as ideias é legal e algo bem-vindo, tenha certeza. Apenas peço para que mantenha o bom senso no que você escrever.

Apenas uma observação deve ser feita, pois não será admitida nenhuma forma de spam.

Agradecido pela sua visita e por seu comentário.

Até mais!