Em pauta!

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Especial: falando de uma forma de arte chamada ero-guro...

A chamada para mais um post especial...

O NETOIN! segue na caminhada de posts especiais, em razão das comemorações pelo sexto aniversário do blog, que se aproxima cada vez mais e, desta forma, vai deixando este humilde blogueiro muito apreensivo pela chegada de tal data. Mas ainda há muito até lá.

Com base em tal afirmativa, se faz chegar o momento do terceiro post especial deste período. E o mesmo irá tratar-se de um tema que, enfaticamente, pouco combina com a arquitetura e certa tradição deste blog. Entretanto, o gosto pelo "desconhecido" tende à falar mais alto e, tal como aconteceu nas comemorações de 2011, o tópico do medo se faz presente uma vez mais.

O tema à ser tratado será o ero-guro, uma forma de arte japonesa extremamente bizarra que chega à ser, para muitos, bem controversa. Ainda assim, é um tipo de trabalho oriental que chama a atenção, sendo esta a razão pela qual tal temática servirá de tema para este texto especial.

Amigo visitante, prepare-se para uma postagem com figuras que poderão ser fortes, sendo esta razão do NETOIN! fazer uso de uma faixa etária indicativa, pela primeira vez na sua história: este texto especial é propício para pessoas acima de dezoito anos, dado o teor contido em algumas imagens. A recomendação e o convite lhe foram passados. Com isso, tenhas uma boa leitura.

O que é ero-guro?

Uma demonstração "levemente bizarra".

Definir ero-guro não chega à ser uma tarefa das mais complicadas, entretanto é uma das mais sistemáticas para se assimilar. Em si, esta é uma arte que visa misturar a sexualidade com a bizarrice, sendo a mesma proveniente do Japão (início do século XX). Sua concepção está no detalhamento daquilo que muitos podem definir como decadente, surreal e até assombroso.

Por mais que lhe possa soar estranha tal ideia, é importante salientar que a arte do ero-guro está presente fixamente na cultura japonesa. Desde as ilustrações de época até as concepções mais atuais (onde o dito moe e bonito anda de forma paralela a arte em questão) é possível notar, mesmo que de forma breve, a razão pela qual os nipônicos possuem certo fascínio por tais desenhos, gravuras e até histórias.

Em outra via de raciocínio mais lógico, o ero-guro está intimamente ligado ao que pode ser definido como grotesco. A atenção que se faz atrair pelas histórias e desenhos deste segmento cultural estão atreladas ao termo citado, em um tipo de união que abraça as mentes de muitas pessoas, deixando que a imaginação comande as ações (por mais pérfidas e insólitas que as mesmas possam ser).

O ero-guro de época...
- Fonte: Tumblr -

O próprio nome da arte faz assim sugerir, mas é bom explanar sobre a sexualidade presente na cultura do ero-guro. Geralmente as mulheres são retratadas como objetos de prazer e de dor. A submissão é continuamente presente, sem a menor hesitação. Em muitas oportunidades, os órgãos internos aparecem fora dos seus respectivos corpos, sendo possível observar até decapitações e mutilações durante o ato de prazer, em tais gravuras.

De certa forma, o homem tende à aparecer também neste ciclo cultural nipônico. Contudo, as mulheres costumam ser o alvo preferido em vias de palavras ou através de esboços com tinta e pincel. É incrível notar o como que tal arte consegue ser assimilada com naturalidade, não na sentença da maldade nas ideias, mas sim na representatividade que a mesma possui naquele distante País.

É fácil deduzir e constatar que o ero-guro não é para todos. Tudo que se faz envolver por tal ramificação cultural japonesa não é do agrado geral, em virtude das cenas presentes e do modo com o qual se faz retratar o glamour contido em tal arte. Em si, o ero-guro não se resume ao abstrato: ele explora cada parede e contorno do seu cérebro, visando a sua compreensão.

Manifestações do ero-guro

Mosntruosidades na arte do ero-guro...
- Fonte: Wereartiti.com -

Se achares que o ero-guro possui manifestações "apenas" de caráter sexual, rever alguns conceitos lhe será preciso. Isto se deve ao fato desta arte possuir as suas próprias e fortes ramificações, não ficando exatamente presa a sistemática previamente lançada. Inclusive, em várias de suas histórias conhecidas, o ero-guro cai justamente na definição do incrédulo e surreal onde animais, plantas e até o sobrenatural podem acabar ganhando forma e consciência em suas obras.

Recorde-se que, parágrafos atrás, foram citadas as mutilações e retirada de órgãos internos como características presentes desta arte. Fique à par de que as mesmas possuem a companhia da mutação e de outros segmentos um tanto quanto mais horrendos, sempre em proveito da chamada ao fascínio pelo grotesco (sendo este carnal ou até subjuntivo).

Como qualquer representação cultural existente no mundo, o ero-guro também passou por suas transformações ao longo dos anos. Se antes havia uma certa idolatração ao belo (ainda que abstrata), atualmente até o conhecido efeito moe entra nesta galeria cultural. Este blogueiro não pretende, aqui, fazer uso de uma piada ou querer desestabilizar qualquer conceito que tenhas: trata-se apenas de uma afirmativa válida e real.

Homura e Kyuubei: o fim trágico de uma relação animística?

Não é difícil de imaginar o que tantas mentes criativas podem colocar em um papel, quando o assunto que estiver em destaque for o ero-guro. As possibilidades são enormes e gritantes, ao ponto de fazer com que as ideias possam brotar em um intervalo de poucos minutos. Não queira aqui, jamais, fazer uma alusão à algo como falta de sanidade ou algo similar, pois trata-se de uma conhecida expressão cultural japonesa conhecida por décadas que, atualmente, tem passado por suas "modificações".

O dito fofo tem aparecido com boa frequência neste segmento de expressão cultural. Personagens de séries consagradas, seja de animes ou mangás, viram em questão de minutos apenas meras sombras (e até restos) do que já foram em outros tempos (entenda-se por: dentro de uma normalidade). O mesmo ocorre com certas publicações que, de tão obscenas e grotescas, foram proibidas em diversos Países do mundo mas que, pouco à pouco, vem ganhando espaço de aparição oficial em vários lugares do globo (inclusive em alguns destes Países onde havia tal proibição anterior).

O Brasil serve como exemplo da ideia passada no parágrafo anterior. Um post da amiga Roberta Caroline (no blog parceiro Elfen Lied Brasil) fala da publicação de Suehiro Maruo, chamada unicamente de "Ero-Guro: o Erótico Grotesco de Suehiro Maruo" e que apresenta vértices simplesmente aterrorizantes da vida humana. É um convite claro e proposital ao que pode ser classificado como grotesco (mas que aqui encaixa-se como propaganda de bom gosto). Por sua vez, este blogueiro se recorda também de uma obra conhecida como "Death Panda", que foi analisada pelo blog parceiro Mangás Undergrounds e que sugere uma violência descomunal sem direito à muitas explicações ou razões para tanta matança (neste caso, promovidas pelos pandas).

Nomes conhecidos...

Mnemosyne, um anime de fortes emoções...

Suehiro Maruo é um dos grandes nomes conhecidos do universo ero-guro. Suas obras canalizam, essencialmente, tudo relativo ao mais íntimo possível da mente humana, podendo distorcê-la com verdades impróprias em momentos que, corajosamente, possam se mostrar bem oportunos. No Brasil, suas obra de nomes "Paraíso: O Sorriso do Vampiro" e "O Vampiro que Ri " também foi publicadas.

Henmaru Machino pode ser citado em razão de suas obras que abrangem o dito belo dentro da cultura do ero-guro, destacando-se obras como "Yumiko Jigoku" e "Nuruemon". Toshio Maeda é um dos grandes nomes conhecidos de tal segmento cultural nipônico, onde o seu site faz dar uma bela amostra de onde está seu ponto forte nesta arte.

Apesar de existirem vários nomes de peso na dimensão do grotesco e bizarro ero-guro (lembrando que, neste caso, tais palavras soam positivamente), como Jun Hayami e Horihone Saizou,  este blogueiro recomenda de forma certeira a leitura do artigo sobre a fação cultural em pauta no blog parceiro Otakismo, que faz diversas citações à autores de tal arte e que, além disto, promove um ganho cultural sobre o fator underground (desconhecido) presente nas ramificações internas de tal cultura.

Objetivamente

Arte conceitual ero-guro, em obra de Suehiro Maruo.

O mundo é repleto por diversos tipos de manifestações culturais que, aos olhos de uns são estranhas e aos olhos de outros são normais (a racionalidade impera forte em tal afirmativa). O ero-guro não escapa de tal fato e, por mais que seu berço de criação tenha sido obscuro, hoje ele está mais presente do que nunca no meio cultural japonês.

Com este texto, foi possível apresentar uma definição básica de tal arte conceitual. O ero-guro está distante de ser uma preferência deste humilde blogueiro, mas falar daquilo que é "diferente" e da área de conforto do blog é muito válido. Tendo tal afirmativa como base, pode-se dizer que este post acabou sendo mais especial do que se fazia prever e, certamente, poderá significar um tipo de marco para o que está por vir no NETOIN!.

Uma arte grotesca, às vezes até imunda (no que diz respeito aos conceitos sociais mais próximos da chamada civilidade), propensa à interpretações errôneas e até aterrorizantes: tudo isto é ero-guro. E por tais razões esta arte é prestigiada, até porque o dito belo e todo o conceito por detrás da mesma carregam o selo da atenção e da curiosidade (um universo à ser desbravado). Este humilde blogueiro fez a chamada e aguarda ansioso por sua opinião, amigo visitante.

Até a próxima.

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[ made in NETOIN! ]

No próximo texto especial, uma entrevista feita pelo mascote Netotin
estará no seu aguardo, nobre visitante!

6 comentários:

  1. Bom artigo, Carlírio. Escrito como você disse, partindo de uma definição básica, mas que se trata de uma boa introdução para quem ainda não possui muito intimidade com este gênero.

    É algo que requer estômago, realmente, mas que pode trazer belíssimas perspectivas da psique humana, e mesmo do que chamamos de arte. Você já leu algum desses mangá mais extremos do Hiroaki Samura? Recomendo Hitodenasi no Koi. É um artbook, apenas imagens. A sua reação te dirá até onde aguenta ir a sua curiosidade hehehee. Mas a arte desta obra em si, é incrível.

    Enfim, obrigada pela citação. Engraçado que com este texto aí do Maruo, eu ainda estava conhecendo o gênero, começando a conhecer aliás. Espero voltar a falar sobre ele em breve, buahahaha!

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    1. Saudações

      Correto, amiga Roberta: minha intenção era fazer um texto básico mesmo e espero ter atingido o meu objetivo.

      Quanto ao artbook por ti citado, correrei atrás para ver até aonde eu poderei ir...^^


      Até mais!

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  2. queria ter visto uma imagem do Netin retalhado! /avoa

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    1. Saudações

      O Netotin retalhado?
      Como tu é má, amiga Roberta...^^"

      Mas vejamos as possibilidades...^^


      Até mais!

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  3. Ótimo post!
    Eu realmente adoro obras com alto teor de violência ou bizarrice, com ero-guro incluso. No mais, recomendo fortemente a quem quer conhecer mais sobre, ler Suehiro Maruo (que, apesar da violência gráfica, sempre produz imagens belíssimas, de deixar de boca aberta até quem não gosta dessas coisas, e que costuma utilizar um fator psicológico -mais pra um simbolismo, mesmo- fortíssimo; Jun Hayami, que realmente é um autor mais cru, que parece querer berrar pro mundo todo que uma mulher é apenas mais um objeto (Hentai Shounen, dele, é sensacional) e, como disse a Roberta Caroline aí em cima, o artbook Hitodenasi no koi, do Samura, é maravilhoso. Meu Deus, que arte linda.
    Esse é o tipo de universo em que eu espero me aprofundar cada vez mais.
    Excelente post!
    -Daisuke-

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    1. Saudações

      Grato por teres lido e gostado do post, Daisuke.

      Sim, o ero-gruro é uma expressão artística que vai além do significado por detrás do próprio nome, e isto é um fato que não se contesta.^^

      Até mais!

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