Em pauta!

terça-feira, janeiro 15, 2013

Viajar em cometas é com O Pequeno Príncipe...

O pequeno príncipe na cauda de um cometa...

Amigo visitante, é sempre de grande importância ressaltar o quanto a animação japonesa é rica em detalhes que, mesmo com o poder imposto pela ação do tempo, negam-se a sumir por completo. É bem verdade ressaltar que as características mais objetivas (como o áudio e o trabalho visual da obra) de obras mais antigas podem sim ser afetadas drasticamente pelo passar dos anos, mas as suas histórias ficam gravadas para sempre na memória e, em muitos casos, no coração de quem teve o prazer de assisti-las.

A primeira review de anime do NETOIN!, neste ano de 2013, será a centésima segunda da história do blog e lhe guiará por um verdadeiro túnel do tempo, visitante. Uma linha onde décadas se fizeram passar, deixando em seu percurso muitas lembranças e aquele sentimento nostálgico guardado com muito carinho e emoção.

Com um parágrafo que fez um claro convite ao sentimento chamado saudade, você é o convidado para acompanhar a review de um anime que marcou a sua época. Trate de pegar uma rede e com ela agarrar um cometa, pois está para se iniciar uma aventura cujo ponto de partida é um pequenino planeta bem distante no universo...

Todos os súditos merecem o meu sorriso...

O Pequeno Príncipe.

Um livro muito conhecido mundialmente acabou ganhando uma conversão para o formato anime, isto no distante ano de 1978. Batizado de Hoshi no Ouji-sama Puchi Purinsu, a obra animada vinha diretamente do título Le Petit Prince, cuja autoria pertenceu a Antoine de Saint-Exupéry.

Detentor de uma grande força poética e filosófica, o livro em questão fez a imaginação de muitas crianças ao redor do mundo trabalharem intensamente desde o seu lançamento em tal mercado. Muito disto se deveu ao plot de tal obra, que baseava-se em uma aventura interplanetária carregada por muita emoção e sentimentalismo.

A adaptação em anime procurou transferir muito do que se faz presente no livro. E uma aventura na qual um ser humano vivia só em pequeno planeta tinha, realmente, grande potencial para chamar a atenção. A menção ao nome B-612 tem um poder estrondoroso de vir à mente sem nem pedir licença.

Conhecer novos lugares... Interagir com outras pessoas...

Em tal planeta vivia apenas um garoto, chamado de Pequeno Príncipe. A alusão não poderia ser mais verdadeira do que esta, pois o garoto realmente morava sozinho em tal lugar. Mais inacreditável ainda é saber que ele adorava ali estar, mesmo sem nenhuma companhai humana para interagir.

Na verdade, o Pequeno Príncipe tinha sim com quem conversar, muito embora as respostas não lhe saltavam aos ouvidos. Em seu minúsculo reino, o garoto tinha muitas tarefas por realizar, pois os seus súditos necessitavam de total e absoluta atenção, para que tudo continuasse a correr bem no B-612. Entre tais tarefas o Pequeno Príncipe tinha que cuidar de três vulcões, das pequenas flores que ali nasciam, das borboletas que por ali voavam e das plantas de balbasi que poderiam "engolir" o seu planeta, se não fossem cortadas assim que crescessem.

 A rotina diária do rapaz mudou primeiramente ao conhecer uma ave do espaço de nome Swift. Ele tentava fazer com que o Pequeno Príncipe aceitasse voar para outros mundos, e assim poder conhecer mais pessoas iguais à ele. Entretanto, a chegada de uma semente em seu mundo é que, realmente, fez as coisas mudarem na vida do garoto.

Dos mundos, da rosa, de todos...

A rosa, sempre autoritária e possessiva. Mas...

A semente realmente fez as coisas mudarem para o Pequeno Príncipe, e isto é algo que pode ser notado nas mais diferentes formas. Por mais que o Swift não aceitasse a ideia, o rapaz resolveu cuidar daquela semente até que ela crescesse e tornasse a mais bela planta de seu planeta. E todo o esforço do rapaz se mostrou bem impregnado, pois uma linda e autêntica Rosa ali nasceu.

Ou melhor, autêntica para os padrões da história em si, pois não é sempre que se pode ver rosas que possuem um meio corpo feminino e que falam. Esta Rosa tinha tudo para ser muito especial na vida do Pequeno Príncipe. E de certa forma assim se fazia parecer.

Entretanto, a Rosa é uma personagem carregada pelo autoritarismo. Ela falava coisas e agia de uma forma que não condiziam com a forma de pensar que ela realmente sustentava. Algumas cenas envolvendo ela e o pequeno rapaz eram realmente tristes, mas em nenhum momento escapavam do que pode ser visto com imensa facilidade neste mundo que rodeia à todos.

A primeira viagem nunca se esquece...

Graças ao comportamento da Rosa é que o Pequeno Príncipe teve a coragem necessária para aceitar o convite da ave Swift. Com isso, a ajuda de seu amigo para poder viajar a outros mundos acabou sendo imensamente bem-vinda. O rapaz passou à viajar para as mais diferentes galáxias, constelações e planetas. Conhecer novas pessoas, animais, plantas e todas as formas de vida possíveis passou a fazer parte da vida do pequeno garoto.

Interessante notar a aura da simplicidade que reina no anime, de uma ponta à outra, não importando a situação nem tão pouco o momento no qual uma ação é executada. Para o Pequeno Príncipe tudo vale a pena, desde uma simplória conversa com um novo amigo até ficar frente a frente com uma situação mais desagradável, onde o rapaz acaba mostrando que a sua inocência na forma de pensar e de resolver uma situação é mais do que um ponto positivo.

Este é o ponto mais chamativo de todo o anime: a inocência do protagonista. Muito embora ele seja muito sabido para a aparente pouca idade que possui, o Pequeno Príncipe mostra possuir um grande fator de curiosidade e também um valoroso carisma, pois ajudar os outros é algo que ele procura fazer muito bem.

Alguns dados de importância...

O Pequeno Príncipe em ação...

Além de toda a carismática história que você já pôde aqui observar, há um ponto positivo que merece ser bem ressaltado: a ação do narrador nos episódios deste anime. Na verdade, toda a obra animada fala das histórias que o Pequeno Príncipe havia contado para tal pessoa (que narra toda a sequência do título) no dia em que se conheceram.

Interessante notar que o narrador possui um papel deveras importante durante o prosseguimento do anime. Desde a forma com a qual ele apresenta o Pequeno Príncipe, até o modo como ele fala de cada passagem vivida pelo solitário garoto, a pessoa do narrador consegue prender a atenção do telespectador de forma justa e competente.

Inegável ressaltar que esta é uma característica muito bem-vinda para a obra como um todo. A leitura do livro deste título pode trazer tal menção de forma simplesmente harmoniosa, que a sua versão animada fez questão de deixar com a ênfase ainda melhorada.

Os cometas levam para a Terra...

Entretanto, este mesmo anime possui um ponto fraco muito presente. Aliás, boa parte de seus episódios possuem tal característica em comum, o que de certa forma poderá lhe deixar com um sorriso torto no rosto (ou talvez não).

Em diversas passagens desta animação, as cenas repetem-se de forma proposital e em grande quantidade. Tal fato se evidencia principalmente nos momentos em que o Pequeno Príncipe e o Swift começam a conversar. É bem verdade que se deve levar em consideração o ano no qual este anime foi feito, bem como os parâmetros tecnológicos pertinentes à tal época. Mas este fato se faz presente de forma gritante no anime.

Unicamente criticar, neste caso, não vale a pena. Principalmente ao se levar em consideração a época de produção desta obra animada. Entretanto a citação deve ser feita como forma de autenticar uma opinião e lhe deixar preparado para o que verá, no caso de nunca ter assistido à esta clássica animação japonesa.

Objetivamente

Uma passagem bem amigável...

Hoshi no Ouji-sama Puchi Purinsu foi exibido no Brasil à partir do início dos anos 80, através da rede de televisão SBT (TVS na época). Com uma dublagem bem feita e um horário condizente a programação infantil da época, este anime marcou a infância de muitas pessoas, estando entre elas a figura deste humilde blogueiro.

A parte técnica do anime teve seus méritos, muito embora seja deveras antiga para os padrões mais atuais. A Knack Productions foi responsável pela animação desta obra, apresentando um trabalho regado a muitas cores e com ambientação visivelmente mais infantil, mas extremamente bela. A parte acústica desta obra animada fez um grande papel, com pequenas mas ótimas insert songs e efeitos sonoros que combinaram perfeitamente com o título.

Para a minha pessoa foi uma grande satisfação escrever sobre este anime. E tal afirmativa se torna ainda mais presente no sentido de poder trazido para você, amigo visitante, um pouco sobre esta clássica obra. Por tudo que foi aqui dito, Hoshi no Ouji-sama Puchi Purinsu é um anime recomendado para você!

E não se esqueça...

A Terra...
Esta história é dedicada à todas as crianças do mundo, 
e aos adultos que esqueceram a sua infância
~prefácio do anime~

Até a próxima!

Veja a abertura e o encerramento originais do anime via YouTube, aqui e aqui

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O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

13 comentários:

  1. Realmente, esta é uma história e tanto. Lembro de tê-la assistido em alguma época, em alguma emissora, mas não lembro mais como era...
    De repente você olha pra trás e percebe que aquilo que você já conhece, é belo!

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    1. Saudações

      Seria algo como as pequenas coisas que devemos valorizar, certo Victório?
      O anime é digno de tamanha recordação.^^

      Até mais!

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  2. Soberbo! "O Pequeno Príncipe" foi o primeiro livro que li, e eu cheguei a ver esse anime, adorava, era lindo acompanhar as aventuras dele. Mas acho que a obra perdeu, por ser voltada a um público mais jovem, o teor mais dramático. A solidão do jovem garoto era uma marca bem dura, e para quem leu o livro, as poucas cenas em que vemos ele interagindo com a família, são carregadas de melancolia. Uma obra que dialoga tão certeiramente com as famílias e que, para uma criança solitária, poder mostrar muito mais que aquilo que salta aos olhos.
    Não posso falar muito sobre o anime, pois foi a muito que assisti, mas lembro com clareza, de ficar sentando, a espera do episódio do dia, e de não abandonar o posto por nada, até que acabasse...

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    1. Quando digo que a "obra perdeu", me refiro ao anime, que foi mais para um público mais jovem...

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    2. Saudações

      Tranquilo, jovem Fellipe. Sua ideia era fácil de deduzir, sem problemas.^^

      O anime possui diferenciações quanto ao livro, pois é uma adaptação. Mas realmente deixou uma marca em muitas pessoas, e isto é certo afirmar.

      Até mais!

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  3. Me recordo de alguns pontos que você destacou no texto, e sobre as cenas repetitivas na época era usado em muitos desenhos americanos também. Tudo bem que em o pequeno Principe era exagerado, mas a tecnologia menor e economia de custos eram nescessárias. Se bem que dos animes que o SBT exibiu na decada de 80, Honey Honey foi mais marcante na memória.

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    1. Saudações

      Devo dizer que concordo contigo quanto a tecnologia da época, nobre @açougueiro@. Porém, acho que não se aplica a questão da economia, até porque realmente muitas obras animadas de tais anos abusavam do efeito de repetição em suas cenas. O anime em pauta, contudo, conseguia exagerar nisto ainda assim...

      Mas era de uma história tão maravilhosa, que algumas coisas poderiam se relevar, por assim dizer.^^

      Honey Honey também assisti, mas meu destaque vai para Heidi neste caso, exibido na mesma época.

      Até mais!

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  4. O Pequeno Príncipe foi o primeiro livro que eu li na vida, e foi paixão a primeira vista. Se tornou meu livro de travesseiro. De lá pra cá, já reli ele e a magia continua a mesma. É fascinante o poder desta obra de tocar tanto adulto, como crianças. Curiosamente agora eu tenho uma visão mais melancólica da obra, ao contrário de outrora XD

    Eu estava comentando sobre este anime com a Asuna e Mary esses dias, e do quanto ele é antigo. A primeira vez que fiquei sabendo que tinha sido exibido pelo Sbt, eu fiquei surpresa hahahaha. Mas sabe, acho que vou continuar apenas com o livro mesmo, embora a curiosidade de assistir ao menos um episódio me consome :D:D:D

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    1. Saudações

      Esta obra em versão impressa é uma das mais belas que já tive o prazer de ler, nobre Roberta. O contexto da solidão do garoto foi aplicado de uma forma bem convincente.

      É bem verdade que li tal obra há pouco tempo (uns dois meses atrás), mas se tornou uma de minhas preferidas massivamente.^^

      Comentavas sobre anime com a Asuna e a Mary? Bom, posso dizer para você que a versão animada da obra capta muito das mensagens expostas no livro, amiga Roberta. Gostaria muito de lhe indicar tal anime, nem que seja para ver um ou dois episódios dele, para que possas sentir a diferença.=)

      Até mais!

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  5. O primeiro livro que li na vida? É...acho que não conta aquelas fábulas que os pais liam pra gente, né? HUEHUEHUEHUEUHEUHE

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    1. Saudações

      Fábulas? Refere-se aos contos de ninar, não?
      Creio que aí caiba uma grande ponderação, nobre amiga...^^


      Até mais!

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  6. Ah, eu me lembro perfeitamente desse anime! Pude vê-lo no SBT. Eu devia ter entre 13 e 14 anos,hoje tenho 35, às vésperas dos 36 (22/01). Acho que ainda me lembro da sensação quando estava assistindo o anime, totalmente hipnotizado! Maravilhoso!

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    1. Saudações

      Este anime vi sem nem saber que era um anime, Denis. Eu tinha entre 5 e 8 anos quando o via no SBT...

      E como era bom assistir a tal obra naquelas manhãs de segunda a sexta...^^


      Até mais!

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