Em pauta!

terça-feira, agosto 13, 2013

A censura de animes na Tailândia e uma opinião...

Imagem do site Kotaku Austrália (divulgação).

Existe um fato que realmente auxiliou, em demasiado, a fazer com que os animes na televisão aberta brasileira passassem a ser vistos com "maus olhos". Aqui se faz uma citação clara aos cortes que muitos episódios de várias obras sofriam, por razões aparentemente similares e que acabaram surtindo um efeito extremamente desagradável entre os fãs de animação japonesa no Brasil.

Em muitas ocasiões, os episódios eram "picotados" com o intuito de não "prejudicar" a experiência visual de seu suposto público-alvo. Mas também ocorria de vários animes ter pedaços de seus episódios picotados em segmentos, de modo que formassem um único capítulo animado de vinte e quatro minutos, no intuito de acelerar a exibição da obra em prol de mudança na grade programação (entre outros fatores).

Mas você se engana redondamente se estiver pensando, ao acaso, que tal tipo de trato aos animes foi (ou é) dado de tal forma exclusivamente pelas emissoras brasileiras. À bem da verdade, outras nações no mundo praticam o chamado "picote" nos episódios em virtude de várias razões, sendo algumas delas bem similares às que se fizeram citar no parágrafo mais acima.

Exemplo de trato tailandês no anime Sailor Moon (fragmento via YouTube).

No sudeste asiático, mais precisamente em um País de nome Tailândia, diversas obras oriundas do exterior passam por um sistemático programa de adequação, para que possam ser transmitidas pelas emissoras locais à sua população. Dado o foco do NETOIN!, a questão se fará centrar na animação japonesa, que realmente recebe tratos bem pragmáticos na citada região da Terra.

Graças a uma visita ao conhecido site Kotaku (que fez uma chamada sobre o trato dos animes japoneses na Tailândia, podendo ser aqui acessada no idioma inglês), ficou bem implícito para este humilde blogueiro o porque das obras provenientes do exterior terem de passar tamanho rigor local, antes de poderem ser transmitidas aos tailandeses. Nobre visitante, esteja ciente de que nesta questão existem tanto razões culturais como políticas.

O regime do País em questão é bastante rígido no que tange sobre o que pode, ou não, se fazer presente em suas emissoras de televisão. basta você saber que um personagem desfilando com roupas de baixo em uma passarela de moda, por exemplo, vai ter a sua imagem totalmente borrada na área onde está tal peça de roupa. Tal ação ficará válida também para os casos nos quais apareçam personagens fumando ou em um frenético combate.

Mais um exemplo de trato tailandês para o anime Sailor Moon (fragmento via YouTube).

Visitante, procure imaginar uma das inúmeras cenas de luta presentes no anime Dragon Ball Z. É muito comum que, nelas, o Goku apareça sem a camisa (parcialmente rasgada ou totalmente removida do corpo), em razão da luta que está por se desenrolar. É possível que você não veja nada que cause algum tipo de pânico ou moléstia em tal cena do anime, mas na Tailândia (com as circunstâncias já citadas) o peitoral do citado personagem aparecerá borrado na tela de seu aparelho de televisão.

Além das questões políticas, existem também alguns costumes comuns entre os tailandeses que implicam, diretamente, na aplicação de tais ações sobre as obras transmitidas na nação em pauta. Segundo se faz constar, mostrar o solado dos pés em público é considerado um tipo de falta de educação nos costumes da população tailandesa. Com isto em mente não fica muito difícil imaginar que quaisquer personagem, ao mostrar o solado dos seus calçados ou os pés nus, ficará com a imagem borrada justamente nesta área.

O controle que se mostra rígido não acomete apenas as obras cujo destino são as redes televisivas. As publicações em solo tailandês também passam por um processo similar de verificação, antes de chegarem às prateleiras das lojas ou de se fazerem disponíveis ao alcance do público para a leitura.

Momento de transformação no anime Weeding Peach. Pode passar por tal processo também?

É bem possível que você esteja pensando que, ao acaso, todo e qualquer anime (mesmo os mais inocentes) podem passar por tal processo em seus visuais para a devida transmissão. Tal frase é realmente verídica, ao ponto de você pensar em vários títulos simplórios (e aparentemente sem malícia) que, caso apresentem quaisquer uma das características mostradas nos parágrafos mais acima, poderão passar pelo processo em discussão com grande propriedade.

Parando para pensar um pouco, é possível deduzir como que cada País tem trabalhado no quesito exibição de animes japoneses. O Brasil, que já teve épocas cujas as obras orientais despontavam livremente e com poucas restrições, atualmente parece não vislumbrar um futuro digno para as mesmas (principalmente no que tange à transmissão em redes de televisão abertas). A Tailândia, por sua vez, possui uma rigidez muito forte em suas leis sobre aquilo que pode ou não ser exibido e, desta forma, mesmo aquilo que você interprete como deveras inocente poderá realmente acabar sendo tratado de uma maneira similar a um título com lutas e afins, por exemplo.

É preciso conotar as diferenças para tratá-las de uma forma persuasiva. Evitar equívocos é essencial, mas o caso mostrado neste post é realmente digno de muito raciocínio e de muitas opiniões. A ideia, no todo, é tratar esta questão com uma troca de opiniões justa. Nobre visitante, como você avalia este tema em pauta?

Até a próxima!

Veja um trecho de Sailor Moon na televisão tailandesa (via YouTube) ao clicar aqui

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O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

4 comentários:

  1. Olá!!

    Bem, cada lugar com a sua cultura. O Brasil até um tempo atrás não exibia antes de seus programas (tanto tv aberta como fechada) a faixa etária do programa. Então pense. Gantz possui cenas de sexo e era exibido as 22h00 na rede animax. Outros desenhos que não apropriados para o público já passaram em horário errados.
    A questão principal é que pensar em desenho (como um todo, inclusive anime) como sendo algo exclusivo para criança.
    É certo que as chances de vermos um anime inteiro, com seus 24 minutos na tv aberta raridade, justamente por causa do pensamento acima.
    Sem contar que a maioria dos animes exibidos aqui já passaram por um corte anteriormente, nos EUA.
    Bom, o caso é verificar cada cultura isoladamente. Não adianta nada cair matando em cima de um país que censurou aquela obra por causa das cenas ali contidas, contudo, essas mesmas culturas devem estar cientes do produto que adquiriram, respeitando a obra no original.
    É complicado....

    Até mais!!

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    1. Saudações


      Acho deveras válido respeitar cada cultura de forma independente. Até porque, assim deve prosseguir.

      Entretanto, ao adquirir uma obra do estrangeiro, os responsáveis deveriam também ter aquela famosa certeza sobre o que acabaram de adquirir, sem exageros. Neste quesito, há um confrontamento de linhas de raciocínio entre as mais diversas camadas de negócios. Mas esta não é, ainda, a temática do post em si...

      Nobre Natália, você está certa ao afirmar que, a forma com a qual cada País trata o que vem do estrangeiro deve ser analisada em separado, mas comparações acabam sendo inevitáveis...

      No fim, acredito que este tem apossa render muitos tópicos ainda...

      Grato.


      Até mais!

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  2. É um país budista, vc apenas precisa ser respeitoso.. Acho que é um conjunto. Lá é super seguro, vc pode andar a noite tranquila pois ñ há criminalidade como no Brasil. Acho muito legal isso. Aqui no Brasil quase tudo é liberado na tv, vemos mulheres nuas nos programas de domingo desde quando éramos crianças e achamos normal. Nem nos respeitam enquanto somos crianças (minha opinião). Os animes, vc pode ver na internet depois, o que acho melhor.

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    1. Saudações


      Na verdade, nobre Mari, o post não está pautado sobre a segurança em cada país, mas sim na maneira que cada um trata as obras japonesas que neles são exibidas. A Tailândia serviu de modelo pois a censura lá utilizada soa estranha para as nações ocidentais (da mesma maneira que as censuras daqui podem ter certa estranheza no oriente).

      Quanto às questões por ti lançadas, eu não me arriscaria a colocar a Tailândia como mais segura que o Brasil (seus índices atuais são bem altos). Os costumes locais, claro, tem de ser respeitados e observados no que tange à aplicação das ditas censuras mas, à rigor, existem diferenças bem sutis nisto tudo.


      Até mais!

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