Em pauta!

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Sentimentos... Sempre conflitantes...

É hora do sentimento pedir passagem...

Dificilmente alguém nunca passou por algo assim antes...

Nagi no Asukara encerrou a sua primeira metade, em dezembro'2013, com algumas questões referentes não apenas à cultura conflitante entre os povos da água e da superfície. A principal chamada de sua narrativa esteve presente na simbologia do sentimentalismo, o chamado conflito entre a mente e o coração, protagonizado por quase todo o seu elenco. Desta forma, um leque de possibilidades se fez lançar à frente e, com tal armamento em mãos, já se tem uma base firme e sólida sobre o que pode ser considerado com os dois episódios iniciais do novo cour desta obra.

Em si, o Ofunehiki pode ser considerado como o real divisor de águas deste anime. Tal evento, que visava aproximar as culturas por meio de uma visita ao mar e um sacrifício simbólico para o Umigami-sama (considerada a maior divindade das águas, no contexto da obra) mostrou que, de forma enfática e direta, a teoria não batia de frente coma  realidade. Algo se apresentava de forma distorcida em meio à tudo isso.

Esta "distorção" poderia ser proveniente do representante maior do grande Umigami-sama para o povo de Soshishio, sendo ele o Uroko-sama (chamado como "a escama da grande divindade", uma alusão direta ao princípio de representante do mesmo para os demais). A última ação dele, que pôde ser observada nos momentos cruciais do décimo terceiro episódio, não só colocam em xeque o quanto ele deseja realmente cuidar dos humanos que vivem na água como, principalmente, levantaram uma séria tese sobre as suas próprias razões "mesquinhas" para assim levar adiante tais atos.

Miuna fez a promessa de que não choraria...

Contudo, Nagi no Asukara demorará a tratar dele com alguma prioridade. Ao menos, não antes de boa parte do elenco se fazer presente e mostrar o que deseja realmente neste anime. Isto se deve ao fato único do momento. Sim, pois toda e qualquer atenção estão voltadas para o timeskip de longos cinco anos que recaiu sobre todos na obra. Algo que inicialmente poderia ser caracterizado como medo mas que, felizmente, tem se mostrado como uma ação mais acertada para a continuidade do anime em si.

Quando algumas imagens se fizeram presentes pela internet afora, muitos questionaram o porque dos personagens principais terem mudado tão pouco em suas aparências. Este é um fato inegável. Mas logo que o décimo quarto episódio se fez ao ar, e mesmo que de uma maneira na qual não se podia imaginar anteriormente, as respostas se fizeram aparecer.

A Chisaki passou a carregar consigo uma grande responsabilidade. Nestes cinco anos que se passaram no universo da obra em análise, ela se tornou uma atrativa adolescente em seu visual. Cabelos, rosto, o corpo em si, tudo dentro do crescimento normal à ocorrer com quaisquer pessoas no passar do tempo. Sim, ela ficou linda. O Tsumugu também se converteu em um chamativo rapaz, com uma estatura e visual dignos de atenção, mantendo sempre o seu rígido semblante e, ao mesmo tempo, mostrando que seu comportamento interior parecia não ter sofrido nenhuma alteração.

Há espaço para o humor...

Mas as aparências podem enganar. Na superfície a nevasca de sal continua a cair costumeiramente. No mar, as águas mais próximas da vila de Soshishio estão cobertas por uma crosta gélida e poderosa. Tentar mergulhar e chegar ao vilarejo aquático é um convite para ser lançado para fora, graças  a uma poderosa corrente que impede os visitantes de avançaram por água adentro. A Miuna e sua amiga cresceram. A Akari tem um filho. Todos aparentam terem se desenvolvido de alguma forma, tanto no visual, como mentalmente e emocionalmente também.

A dupla Chisaki e Tsumugu consegue fazer um sério contraste neste início de segundo cour do anime. As aparências podem enganar e, neste caso, o rapaz aparenta estar tratando a jovem moça de uma forma mais rígida e "fria" a cada dia que passa. Talvez a convivência por cinco longos anos tenha feito isso. Pode ser que ele, Tsumugu, esteja com vontade de expor aquilo que sente de uma vez por todas, mesmo que seus aparentes princípios não permitam à ele isto fazer.

Por sua vez, a Chisaki continua conflitante em seus pensamentos. Não é para menos, pois ela se encontra assustada e teme sobre o que poderia ocorrer no dia em que ela viesse à encontrar seus velhos amigos, e aquele pelo qual ela disse possuir um grande sentimento amoroso. Ainda assim, aquela mesma forma de falar e agir permaneceram intactas mesmo após tanto tempo. Não cabe aqui nenhum julgamento para ser feito, mas sim analisar as possibilidades que se fazem apresentar.

Tsumugu e Chisaki, rumo ao ensino médio...

O Tomoebi ocorreu novamente. E com ele uma surpresa veio junto. Neste evento, uma certa figura reapareceu e mostrou que, infelizmente, a hibernação pode ser ainda uma bela incógnita para todos. Recorde-se que, no início deste texto, foi brevemente comentado sobre as imagens que apareceram na internet mostrando o novo visual da parte principal do elenco. Este é um dado importante para ser levado em consideração pois, muito embora a nova abertura seja um verdadeiro poço de spoilers abertos sobre a continuidade do anime, a mesma faz questão de apresentar algo que não deveria soar como novidade do final do episódio catorze até todo o prosseguimento do décimo quinto capítulo desta obra.

Isto porque ele, Hikari, está com uma aparência de alguém que praticamente não viu os cinco anos passarem pelos seus olhos. O mundo para ele é confuso, e isto não devia soar como uma grande novidade. Sua mente, olhar, lembranças, espírito e sentimento: está tudo totalmente igual desde o último Ofunehiki, que ocorreu ontem para o rapaz. Sua linha temporal está dispersa neste sentido, e ver todos crescidos (à começar pelo Tsumugu e pela Miuna) só fez com que ele criasse um certo temor interno.

Os sentimentos são conflitantes. A sentença que cede espaço como título para este post aborda ceticamente a questão para ela atribuída pois, com tal contexto já apresentado, é possível imaginar que não apenas o Hikari passará por problemas internos de aceitação e para se acostumar com a nova ambientação, como a Chisaki também passará por momentos críveis acerca de seus sentimentos, sendo este o percurso que aguarda também o jovem Tsumugu. Para alargar um pouco mais as possibilidades, a Miuna aparenta ter papel fundamental, pois agora ela tem a mesma idade que o seu amado Hikari, porém não se sente muito segura disto.

Existem também os espíritos conflitantes em Nagi no Asukara...

Espanta, sim, ver que o Hikari continua em ascensão quanto à sua personalidade. Cinco anos em hibernação parecem não ter derrotado totalmente o espírito combativo do rapaz. Com o final do décimo quinto episódio você notará, nobre visitante, que nem mesmo um certo encontro inesperado (até então) abalou o jovem de Soshishio como se podia prever (ao menos a minha pessoa previa um grande abalo). Não é necessário aqui cravar grandes esperanças ou lançar palavras ao vento sobre o que ocorrerá, pois Nagi no Asukara parece ter planejado um verdadeiro poço de surpresas para o seu prosseguimento daqui em diante.

Com os dois episódios deste novo cour já exibidos, o cenário que se faz presente é o mais propício possível para que uma certa sentença ganhe poder. Talvez uma correção seja aqui necessária: para que certa sentença mantenha e ainda aumente o seu real poder, tanto de alcance quanto de compreensão. Até porque falar de sentimentos não é tão fácil quanto se imagina, nem tão pouco apenas bom ou ruim como se pode premeditar.

A obra Nagi no Asukara ainda fará com que a minha pessoa derrame algumas lágrimas de emoção, isto é algo quase certo. Mas até que tal momento se faça chegar, o melhor é apenas seguir adiante e continuar acompanhando a obra que, felizmente, não tem se limitado a um reles vislumbre visual e acústico. O anime tem mostrado mais do que isso. Muito mais. E que assim continue à mostrar.


"Sentimentos... Sempre conflitantes..."


"Sentimentos... Sempre conflitantes..."


"Sentimentos... Sempre conflitantes..."


"Sentimentos... Sempre conflitantes..."

Sugestão de leitura aqui no NETOIN!

A nova abertura de Nagi no Asukara, via YouTube

O novo encerramento de Nagi no Asukara, via YouTube

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

6 comentários:

  1. Pelo que vi, a mesma qualidade do primeiro cour marcará esse segundo também. E a história me parece permanecerá intrigante e conseguindo chamar a atenção para as diferenças entre os povos e agora com o agravante dessa "parada no tempo" de quem "hibernou".

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    Respostas
    1. Saudações

      Sim.
      O anime está indo para uma vertente muito saudável e de grande apreciação.

      Espero pelo desenrolar do plot agora...


      Até mais!

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  2. Olá, Carlírio!

    Você se recorda que eu havia dito que temia pelo novo cour? Pois é. Esse início provou que minhas suspeitas eram equivocadas!

    Que trabalho primoroso dos responsáveis pela série! A qualidade gráfica continua perfeita e, principalmente, o enredo só melhora. Resumindo, minhas expectativas foram superadas.

    Mas voltemos à discussão. Uma das coisas que me intrigaram neste novo início foi o relacionamento entre Tsumugu e Chisaki, mais que isso, a explicação dada foi a mais plausível. Os cinco anos de "intervalo" foram muito benéficos para o amadurecimento da estória.

    Akari parece ser a mais estável das personagens. Depois de um primeiro capítulo que denotou seu sofrimento pós-Ofunehiki e uma gravidez em meio ao caos sentimental, Akari se transformou em uma verdadeira mãe, no que tange ser mediadora de respostas e conselheira pra Miuna e pro Hikari.

    Por fim, Hikari. Ele que continua sendo meu personagem predileto pela imersão de sentimentos que vão sendo expostos aos poucos. O choque de realidade era esperado, mas foi bem mais complexo do que já se imaginava. Lidar com as pessoas e com o tempo que passou acarretará mais dúvidas pro "ainda" jovem Hikari.

    Mais duas coisas. Uma; Hikari leva jeito pra tio e outra; a cena que ele corre dizendo que vai "enxergar" as coisas, mostrando que ele tentará se confortar com a nova vida (é a minha cena predileta, desde então) foi simplesmente a coisa mais linda, não resisti e minhas lágrimas caíram. Foi sensacional.

    Abraços.

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    1. Saudações


      Gosto de afirmar para todos que Nagi no Asukara é um anime que me cativa desde o seu início, sendo esta uma opinião que eu nunca mudei e que, por sinal, nem há necessidade de se voltar atrás com tal.

      Está deveras chamativo e emocionante o anime...

      Como salientei no post, o Hikari nada mudou em seu modo de ser. Ainda bem que não ocorreu tal mudança, pois os 5 anos que se passaram para Akari, Tsumugu, Chisaki e Miuna foram apenas horas para ele...
      Breves horas...

      Sim. Tal como a opening faz entregar o fato, ele e o Kaname (além de provavelmente a própria Manaka) estarão à par das mudanças na superfície, sem eles próprios terem mudado em nada nas suas fisionomias...
      Anseio pelo momento no qual todos estarão juntos, com muita alegria.

      Não consegui chorar. Não senti tal vontade neste episódio (muito embora a cena que tu citou tenha sido bem impactante, nobre Pedro). Mas sim, anseio pelo momento no qual o anime despertará isto em mim...

      E que venha mais Nagi no Asukara!


      Até mais!

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  3. Como eu venho comentando em outros lugares, de longe é um dos animes de romance mais bem feitos que já vi, sem contar a originalidade e como o autor trata dos sentimentos de cada personagem, a cada episódio que se acaba é um convite para o próximo, tanto é que desde de o segundo episódio não faço o download se não for em Full HD, realmente muito bom.

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    1. Saudações


      Nagi no Asukara é um dos animes que mais tenho acompanhado com imensa vontade, e isso vem desde o seu já distante primeiro episódio...
      Este segundo cour está realmente excelente, nobre...

      Mal vejo a hora de ficar à par dos próximos eventos...

      Grato por seu comentário.


      Até mais!

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