Em pauta!

sexta-feira, março 07, 2014

Nagi no Asukara: sinta-se proibido de amar...

Inocência.

Este post possui risco de spoiler quanto aos últimos eventos do anime.

Nagi no Asukara tem despertado alguns sentimentos bem conflitantes em minha pessoa, e isto pode ser considerado um elogio realmente imenso para o anime em si. Isto porque tudo que tem ocorrido na obra, desde os três últimos episódios do cour anterior, tem mostrado que os enlaces vividos pelo elenco caminham lado a lado com os chamados compromissos promovidos pela tradição de Soshishio e, principalmente, pelo destino do mundo que está em jogo.

Os fatos ocorridos nos dois últimos capítulos, que começaram com a Manaka tendo acordado de sua hibernação, mostraram que tudo na vida tem um preço à ser pago. Incluindo nisto a dita felicidade. E no que tange à ter um cotidiano mais digno e aprazível, tona-se aqui correto afirmar que Nagi no Asukara não parece ser uma obra delimitada a um final feliz, muito embora exista a possibilidade de isto ocorrer.

Sendo mais cético e direto no ponto, falar de sentimentos humanos tem se tornado algo cada vez mais complicado neste anime. É correto dizer que certas tradições acabam sendo passadas de geração para geração e que, mesmo os mais jovens negando a potencialidade existencial das mesmas, tais reservam muitas surpresas em seu prosseguimento. A bela Soshishio, coberta pelo sal e com sua população totalmente adormecida, mostra claramente este contraste do dito "belo e feio", em especial quando as ações ligadas ao compromisso de suas tradições entram em xeque.

A busca pela realidade.

A Manaka, que em um primeiro momento serviu ao propósito do evento destinado ao Umigami-sama (o deus do mar), mostrou em apenas dois episódios (os de números #21 e em especial o #22) que a afirmativa mostrada no parágrafo mais acima tem imenso valor. Além disto as palavras do Uoroko-sama, a escama de deus para o povo de Soshishio, deixou bem clara a eminência do final dos tempos para a superfície, além do fato de ter explorado e evidenciado uma triste realidade para a jovem que é o alvo dos sentimentos do Hikari.

Falando dos sentimentos humanos, seguramente um dos mais poderosos seguramente é aquele melhor definido pela palavra amor. Nagi no Asukara tem mostrado que a força contida em tal sentimento é realmente imensa, tendo o poder de tanto alegrar aos outros como o de também aumentar a tristeza em grande e irreparável nível. E a obra apresentou o seu símbolo maior do amor justamente no último episódio transmitido quando ela, a Manaka, acabou recebendo o mesmo destino que se faz contar na lenda sobre Umigami-sama.

Nas palavras de Uroko-sama (que se encontra agora na superfície, por não mais suportar o tédio que se tornou Soshishio e, inclusive, aproveitando para ficar de olho no grupo de jovens que acordou da hibernação), a Manaka é a nova oferenda para Umigami-sama. Com isso, algo precisaria ser tirado dela em troca de seu retorno à superfície. Se você analisar com cuidado, o fato de sua pele estar perdendo a capacidade aquática já serviria como uma boa evidência de que algo estaria para acontecer ali. Poderia tudo se encerrar com o fato da Manaka não mais poder voltar para Soshishio, mas Nagi no Asukara resolveu ir além e transformar isto em algo deveras triste.

Uroko-sama e uma passagem irrepreensível no episódio #22.

Seguindo fielmente o compromisso estabelecido há séculos atrás, a Manaka perdeu o direito de algo sentir por alguém que julgasse especial. Suas conversas com o Hikari, ao longo dos dois mais recentes episódios (#21 e #22), alinhadas ao seu olhar profundo e sistematicamente frio (com cores pálidas e sem vida), mostraram que a pequena representante de Soshishio havia perdido algo que realmente ia além de nunca mais poder voltar à sua terra natal. E viver assim, seguramente, é algo que não se deseja nem aos piores inimigos.

Se a Manaka sofre sem saber do que lhe ocorre, o Hikari tem seu coração dilacerado aos poucos pela inconveniência mortal do destino. Quando o Uroko-sama falou para ela e também à Miuna sobre a "nova vida" da Manaka, é bem simples imaginar como o rapaz começou a se sentir à partir dali. Antes parecia apenas que ela estava desviando dos assuntos quando o Hiraki buscava fazê-la relembrar do passado, mas tudo mudou com as palavras do sacerdote maior de Soshishio. Viver sem poder sentir algo especial por alguém querido é muito triste.

Enquanto isso, as situações seguem nada aprazíveis para os personagens que ainda podem amar e serem amados. Não se limita aqui na citação à Miuna, que terá de lidar não apenas com o que sente pelo Hikari, como principalmente auxiliar o rapaz de alguma forma. O trio formado por Chisaki, Tsumugu (que foi vitimado por uma maldição bem conhecida do Uroko-sama) e Kaname tem demonstrado que o silêncio, em companhia das indiretas imprevistas (em especial entre os dois citados rapazes) não é nada bom, resultando em uma química cuja potencialidade para resultados desastrosos é bem alta. Além disto, a Sayu tem visto que seus sentimentos do passado pelo Kaname possuem pouquíssimas chances de irem adiante, simulando aqui algo próximo a uma conformidade. E tem ainda a questão dos sentimentos da Chisaki pelo Hikari que, com as últimas ocorrências envolvendo a Manaka, poderão apresentar mirabolantes surpresas para bem breve.

Um triste olhar, mesmo com o sorriso na face.

Outro ponto de grande chamada para Nagi no Asukara, além dos já explanados enlaces sentimentais, está intimamente ligado ao futuro de Soshishio e da própria superfície. Teoricamente, se a Manaka não tivesse sido salva do cemitério aquático no qual se encontrava, tudo estaria bem. Mas na prática, e sabendo o quão ardiloso é o Uroko-sama em suas palavras, tudo isto poderia estar ocorrendo de igual forma. Contudo, tal frase não passa de especulação pessoal de minha pessoa, ficando a seu critério levar a mesma em consideração ou não, nobre visitante.

De toda a forma, este anime continua sublime e chamando verdadeiramente a atenção. Tudo que a obra tem mostrado mostra que sua autora certamente tem surpresas cuidadosamente guardadas para quem assiste ao anime, além de desafiar de forma grandiosa os próprios sentimentos de quem tenta, de alguma forma, se envolver com o que ocorre à cada personagem de Nagi no Asukara.

Este título está próximo do fim. Não se sabe, ainda, o que está para ocorrer. Contudo, o mais certo a se pensar aqui é que esta obra deverá pedir por um bom e saudável estoque de baldes no seu episódio, com o intuito dos mesmos se encherem de lágrimas das pessoas que estarão acompanhando tal capítulo. E a minha humilde pessoa está nesta listagem, seguramente.

O que ocorrerá?

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

12 comentários:

  1. Olá ^-^
    Quando descobri o que Umigami-sama tinha retirado da Manaka, fiquei muito surpresa, pois isso foi uma coisa muito cruel e egoísta, mesmo não sendo fã dela, é algo que nem tenho palavras para definir.
    No começo achei que ela havia perdido suas lembranças mais valiosas referente ao Tsumugu, mas com o fato dela também não se recordar de fatos referentes ao Hikari, veio a bomba.
    Apesar de que se pararmos para pensar, sem a Manaka, os casais estariam completos...
    Como sempre, postando belas críticas! =)
    Até

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    1. Saudações


      Obrigado por suas boas palavras, nobre Samantha.^^

      A verdade é que o anime parece querer nos testar, e justamente no pólo emocional de toda a questão. Prevejo muita coisa acontecendo pela frente e me senti um tanto mal pela Manaka, bem como também pelo Hikari.

      Hum...
      Talvez estejas certa...
      Mas prefiro averiguar como a autora da obra lidará com a situação que ela mesma criou...^^


      Até mais!

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  2. Meu coração foi destruído junto c o da Manaka. A Personagem mais especial e cheia de amor ser condenada a passar o resto da vida sem poder sentir e fazer outra pessoa senti-lo é extremamente cruel. O episódio 22 faz com que vc não consiga ver/aceitar outro alguém com o Hikari de tanto amor que o personagem demonstrou por ela, foi lindo e extremamente triste presenciar a dor desse garoto que se tornou enorme no decorrer do anime.
    Como sempre converso ctg Carlírio a dor da Manaka, do Kaname e agora do Hikari me comovem bastante. Aquela "brincadeira" do Kaname para Chisaki, o Hikari sem o amor da Manaka e a Manaka que de tanto amor conseguiu se libertar do Umigami. Eu quero muito ser surpreende com um final feliz para Manaka.

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    1. Muito interessante esse ponto de vista. Realmente, a posição do Hikari é muito triste e eu como entusiasta desse personagem fiquei muito tocado com esse olhar que ele deu pra uma Manaka, que agora, não pode amar.

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    2. Saudações


      A Manaka, de alguma maneira, está "pagando" por ter aceitado o risco no final do primeiro cour, nobre...
      Também não aceito o castigado à ela outorgado pela divindade dos mares, mas anseio para que ela, a Manaka, consiga superar isso...

      Por sinal, Nagi no Asukara nos reserva surpresas ainda, nobre Fe Langley.


      Até mais!

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    3. Saudações


      Nobre Pedro, o Hikari está sofrendo demais, acredito que tanto quanto a própria Manaka.
      Vejamos até onde poderá ir a força deste personagem.


      Até mais!

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  3. Realmente no momento não aparenta que a Manaka tenha um final feliz devido a situação, mas algumas cenas da opening e da ending podem insinuar uma mudança de rumo com um "algo a mais" a oferecer aos deuses entre Miuna e Manaka. Ai poderia estar a solução.

    Há várias possibilidades aos casais e ao final dá história, e sinceramente acho que não será tão triste assim, terá fortes emoções. Mas acho que teremos sim um final feliz, quer dizer. Pelo menos um vai sobrar nestas relações amorosas. São 7 para 3 casais. Ou teremos um triângulo?

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    1. Saudações


      Hum...
      Acredito que, sobre final feliz, vai um pouco além de casais terem se formado aprazivelmente no anime.

      No que tange à Manaka, realmente a situação é preocupante.


      Até mais!

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  4. Não posso negar que o egoísmo do amor não correspondido da maioria do personagens me irrita, mas isso faz parte do quê é amar correto?!?!
    Bom não desejo um final feliz pra todo mundo mas também não quero um final que me faça chorar como foi Ano Hana... Pra mim alguns casais tem logica da união e outros eu vejo que são apenas aquele primeiro amor de infância que nunca vai acontece mais que desejamos com todo as nossas forças, é o que sinto em relação alguns amores não correspondido na trama.
    Pra mim o que a Manaka queria dizer para Hikari era que não amava Tsumugu, mas que também não amava da mesma forma que Hi-kun amava ela. Vejo Manaka como aquela criança que demoram se paixona e não dão importante a esse tipo de interesse e vimos que foi envolvida pelos drama romântico dos três amigos.
    O único sincero que vejo de verdade ali é o do Tsumugu pela Chi-chan porque ele cresceu ao lado dela e com convivência aprendeu a amar as coisas boas e ruim dela.
    Converso que demoro para ver o episodio da semana apenas por causa de fansub que lança o episodio com karaokê na legenda da abertura e encerramento pois amo essa parte de Nagi no Asukara, além de representa muito bem o conteúdo da historia.

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    1. Saudações


      Sabe nobre, eu sinceramente não vejo amor verdadeiro do Tsumugu para/com a Chisaki. Os dosi passaram cinco anos juntos sim, mas ele sempre a respeitou ao ponto de nunca tocá-la e, sabendo dos sentimentos da jovem pelo Hikari (sentimentos estes que são fortes ainda), ele (Tsumugu) nada preferiu fazer sobre isso (se bem que a chegada do Kaname "apimentou" bastante a situação).

      Acredito que há uma mensagem em Nagi no Asukara, e das mais bonitas. E ela tem ligação total com aquilo que podemos chamar de amor.

      Compreendo bem a sua espera pelo karaokê da abertura e do encerramento, nobre. Nada contra, aliás. Porém, de minha parte, prefiro assisti-lo assim que sai no Crunchyroll...


      Até mais!

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  5. Bom, Carlírio, como estamos próximos do fim, tenho algumas notas que carrego durante todo o anime que quero compartilhar contigo e com os leitores.

    Acho que estamos presenciando uma obra grandiosa que poucos conhecerão por falta de hype. Sim, Nagi no Asukara fala de relações e esse é um assunto muito delicado. Felizmente, há muita profundidade no tema e os autores/produtores estão trabalhando a obra com muita competência. Ainda não sei o que esperar do final (e isso é ótimo), mas como eu já havia comentado com você, minha cota de lágrimas já vem sendo preenchida gradualmente na estória, haha, o que vier agora será lucro.

    Sobre a discussão, tenho algumas dúvidas muito parecidas com as suas.

    Ainda não entendi qual será a posição do Tsumugu em relação a Chisaki. Às vezes, parece um irmão e às vezes parece um amigo, mas algum interesse, e esse é um grande problema. A Chisaki ainda gosta muito do Hikari e ela nem precisou dizer isso nessa temporada.

    Já disse isso algumas vezes e acho que o Hikari carrega um fardo pesadíssimo: amar sem ser correspondido e ainda viabilizar um bom convívio entre todos. Ele parece uma balança que pende para os lados opostos a todo momento, por isso, é meu personagem preferido. Foi muito bem desenvolvido. Torço por ele, mas temo por um final solitário.

    Por fim, as personagens femininas e suas importâncias pra trama. A Manaka junto com a Miuna, transformam o enredo em uma sequência (porque não dizer) alucinante de emoções! Pelo que mostra a abertura, elas, realmente serão determinantes pra o final da série, vamos aguardar.

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    1. Saudações


      Peço desculpas pela minha demora em responder à este seu comentário, nobre Pedro.

      Mas, como pudemos notar no episódio seguinte à este analisado no post, parece que o anime nos colocou em novos e intrigantes limiares novamente...


      Até mais!

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