Em pauta!

segunda-feira, setembro 29, 2014

O momento da saudade...

Honey Honey.
Algo que vem à mente junto da necessidade de passá-lo adiante...

Assistir animes é um dos passatempos mais prazerosos que a minha humilde pessoa tem. Desde meados dos anos oitenta do século passado, quando via animações japonesas sem nem imaginar a real procedência de tais, o sorriso ia de um lado ao outro do rosto a cada fala dita pelos mais diferentes personagens, na mesma proporção que alguns eventos também faziam similar clamor.

Certas coisas não se cogitavam para uma criança com menos de dez anos de idade. No entanto cada nova obra assistida intensificava acada vez um tipo de devoção por tal arte. De Honey Honey à Don Drácula, passando pelo O Pequeno Príncipe até chegar à obras de profundo carisma e quietude como Heidi, tudo levava a crer que em tal época nascia um tipo de paixão que jamais finalizaria. E nunca os anos oitenta sairão da mente deste humilde blogueiro, tanto pelas obras acima citadas como também por outros títulos que, embora fossem de origem japonesa, não eram animes propriamente ditos.

Os anos passaram rapidamente e a década de noventa chegou mostrando relativa potencialidade na área em discussão. Neste período surgiu no Brasil o anime Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco) que, independente de qualquer fator, acabou sendo um dos grandes responsáveis pela "explosão animística em solo tupiniquim". E não existe uma vírgula de exagero em tal afirmativa, pois os jovens da época dedicavam seus tempos livres para falar deste anime em especial, seus personagens e também para a criação das mais diferentes teorias sobre o prosseguimento que a obra teria (uma vez que as reprises eram constantes por diversos fatores e isso acabava aumentando o fator curiosidade por parte do fandom).

Dragon Quest.
Realmente, a década de noventa deu um novo gás para a animação japonesa no Brasil. Outra obra aclamada acabou aparecendo no País, sendo Dragon Ball o nome de tal. Neste encalço mais títulos foram sendo transmitidos para um público alvo cada vez mais na crescente. Era a época da exploração máxima desta fatia do mercado consumidor. Por isto, a companhia de animes como Magic Knight Rayearth, Dragon Quest (Fly, o Pequeno Guerreiro), Street Fighter II VictoryShurato, YuYu HakushôSailor Moon e Samurai Warriors acabou alavancando um pouco mais tal dimensão dos fatos. Entretanto, tal período deixou algumas surpresas para o seu final, mais precisamente na passagem dos séculos.

Isto porque se fizeram chegar ao Brasil os animes Pokémon e Digimon, cada um sendo exibido por uma emissora em particular e tratados, igualitariamente, com todos os requintes de atenção disponíveis para a época. Com a onda de simuladores de criação e luta, estas obras em citação acabaram arrebatando para si próprias uma fatia simplesmente chamativa do fandom para a época. Após isso, os anos 2000 iniciaram com a prerrogativa de que os animes haviam apartado no País de uma maneira definitiva.

A afirmativa que encerra o parágrafo acima tem sua razão de ser, com total força. Até porque várias emissoras de televisão, de sinal aberto ou fechado, acabaram trazendo diversos animes para o público brasileiro. Jibaku-kun (Bucky), Tenchi Muyo!, El Hazard, Card Captor Sakura, Dragon Ball Z, Popolocrois Monogatari, Power Stone, Monster Rancher, Saber Marionette, Saikano, Slayers, Yu-Gi-Oh!, Beyblade, Rockman EXE (Megaman Network Warrior), dentre tantos outros, agradaram à muitos com suas fórmulas que misturavam o básico e a novidade. Não houve um anime aclamado de maneira absoluta, mas todos eles conquistaram o público pelas mais diferentes razões possíveis. Embora fosse verdade que alguns destes títulos foram exibidos unicamente para "vender brinquedos e outras bugigangas", as pessoas mostraram um bom sentimento de carinho e uma acolhida satisfatória pelos mesmos.

Popolocrois Monogatari.
Os tempos mudaram. Nisto, os anos passaram rapidamente cada vez mais. Contudo, acabaram deixando para trás a grande valia que se fazia existir em se assistir animes na televisão. Não é necessário criar algum tipo de analogia, bastando unicamente fazer a memória trabalhar um pouco mais para trazer à tona tantos momentos que ficaram presentes na mesma, como quem não deseja que tais lembranças sumam algum dia.

Atualmente os downloads ainda reinam entre os fãs de animes, muito embora assistir tais obras de maneira online (por streaming) tem se tornado uma prática cada vez mais na crescente. Os tempos são outros e, uma vez que a televisão deixou de ser a fonte padrão de entretenimento nesta área, a internet acabou encarregando-se de tal tarefa ao seu próprio modo, sem nem pestanejar para atingir tal objetivo. Não há nada de errado em uma mudança comportamental, pois é sabido que daqui à mais um tanto de anos a realidade também poderá ser outra.

Chega à ser bem interessante tentar imaginar como será a mente do fandom, dentre aqueles que vivenciarão uma nova realidade e os saudosistas de plantão, daqui alguns anos. Poderá ser em um período próximo, da mesma forma que a tendência seja de demorar um pouco mais ainda. Independente de qualquer uma destas questões, a verdade é que sempre haverá um público para algo. No caso dos animes, que são a maior fonte de existência deste humilde blog, a prerrogativa é tão verdadeira quanto se pode presumir.

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

10 comentários:

  1. Saudações, acompanho animes desde os anos 80, o primeiro que assisti foi um chamado "Zillion", que passava na Gazeta, acho que nessa época assistia mais tokusatsus (jaspion, changeman) do que animes. Os anos 90 foram realmente recheados de bons animes, Cavaleiros do Zodíaco realmente foi um divisor de águas para o estilo no Brasil (na época cheguei até a confundir o anime com Guerra das Galáxias, quando vi as armaduras me toquei que era outro anime, kkkk), o que mais gostei no período foi Rurouni Kenshin, mesmo que tenha sido bem censurado na época. Full Metal Alchemist foi o que mais gostei na década de 2000. Os que mais gosto atualmente são SAO (GGO), Railgun e Accel World. Bem, esse é meu resumo.

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    1. Saudações


      Seu resumo é por mim muito bem-vindo, Fábio, de modo que realmente saltou aos meus olhos a boa lembrança deixada por Zillion e a minha falta de compostura, uma vez que esqueci de citar Rurouni Kenshin no texto.

      Mas lembranças assim virem à tona é algo simplesmente digno e muito bem-vindo, não há um porquê para pensar diferente disto. E fico contente que tenhas dividido tais recordações aqui no blog, nobre Fábio.

      Seja bem-vindo e comente sempre que desejar.


      Até mais!

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  2. Olá!!
    Sou da época de Saint Seiya (não é a toa que é meu anime preferido), e acompanhei alguns mais na Rede Bandeirantes no início dos anos 2000. É um tanto triste atualmente não ver nada de animes na tv, embora a tv a cabo Cartoon Network exiba algum resíduo....
    Os tempos são outros. Há ainda aqueles que comprar DVD's para ter a série e poder assisti-la na tv, embora assistir online seja mais rápida e mais confortável....
    Daqui para a frente o que nos resta é acompanhar o fandom.... e registrar sempre que possível algum tipo de mudança.

    Até

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    1. Saudações


      Na verdade, acredito que isto seja um ciclo sem fim.
      A televisão cumpriu o seu papel na sua época, e tudo leva à crer que no futuro novas mudanças/oportunidades deverão ocorrer.

      Eu acho, inclusive, que quaisquer registro de lembrança é válida e bem-vinda.


      Até mais!

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  3. Por este texto vejo que somos da "mesma época" já que o primeiro anime que vi, mas só sabia que era um desenho japônes foi Honey Honey, depois Don Drácula e tinha um outro que foi Piratas do Espaço que gostava bastante também, mas acho que já era reapresentação, além de Zillion. A explosão de Cavaleiros do Zodiaco aconteceu quando já era adolescente, e como na rede aberta animes eram considerados coisa de criança e era apresentado nas manhãs e como já trabalhava não vi boa parte da lista da década de 90 e 2000, só os vendo posteriormente com a chegada da Internet. Mas ainda cheguei a acompanhar na finada Manchete Sailor Moon, Yu Yu Hakusho e Shurato. Houve um hiato para mim até meados da segunda parte da década de 2000 quando a internet começou a melhorar aqui no Brasil e voltei a ver animes por intermédio dos Fansubs.

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    1. Saudações


      Muito bom saber disto, nobre. Realmente pode-se dizer que somos de épocas similares no famdom.

      Na verdade, a Manchete e a Bandeirantes colocavam os animes em horários bem melhores do os preferidos para transmissão pela Globo e pelo SBT. Era muito bom ver o combo Bucky-El Hazard-Dragon Ball Z-Tenchi Muyo! na Bandeirantes em 2000/2001, justamente pelo horário (à partir das 16:30 horas).

      E sim, atualmente a internet domina as ações neste segmento, nobre.


      Até mais!

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  4. E aí ? Então, a minha época de ouro foi o final dos anos 80 até o começo do século XXI (dos 6 aos 22 anos) . Assisti tudo o que conseguia: Pequeno Príncipe, Zillion, Peter Pan, Tokusatsus, Dragon Ball, Dragon Quest, Rayearth. A trinca mágica da Manchete : Sailor Moon, Cavaleiros e Yuyu Hakusho; Shurato, Samurai Troopers e Captain Tsubasa. Como obtive acesso cedo à internet, conheci o mundo dos Fansubbers em VHS (Shin Seiki, Lums-Club!, BaC, que saudades!) muito cedo, onde descobri as séries mais malucas possíveis : Yagami-kun no Katei no Jijou, Urusei Yatsura, Mahou Tsukai Tai!, Love Hina, Ranma 1/2; Golden Boy, Excel Saga, Slayers, Boys Be, Slam Dunk... (isso muito antes de passar na MTV e no Animax) . Ah, e como esquecer as tardes da Band com Jibaku-kun, El Hazard, DBZ, Tenchi Muyo!. Fora as séries do Cartoon e da Locomotion! Assisti quase todas! Quem diria que hoje posso assistir isso e muito mais,com apenas algumas horas de diferença com o Japão, no conforto de meu sofá, por míseros R$10 reais da assinatura do Crunchyroll! Ah, só para constar : meus animes favoritos são : Gintama, Love Hina, Mahou Tsukai Tai!, Madoka Mágica e Gurren Lagaan. Uau. E ainda nem falei dos mangás ...

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    1. Saudações


      Parece-me que o nobre Haitani tem realmente muito para contar, em especial sobre os fansubbers em VHS (peguei o final de tal período, ao assistir alguns animes em VHS em evento curitibano de janeiro'2004).

      E, além disto, tu se lembra de muitos títulos à mais. Isto é de meu inteiro respeito, nobre.


      Até mais!

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    2. Tenho VHS de Agente Aika e Golden Boy. Tinha esquecido dessa época dos VHS.

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    3. Saudações


      Idem aqui, nobre (sobre o esquecimento de tal período).
      E esta época do VHS tem história para contar...


      Até mais!

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