Em pauta!

terça-feira, maio 28, 2013

Filosofando sobre Aku no Hana...

Aku no Hana.

Quando a minha pessoa se depara com animes cujo foco está na realidade, é do costume presumir que tal enfoque seja de pronto agrado pessoal. De forma direta, isto é uma grande e irrefutável verdade. Ocorre, porém, que alguns fatores podem fazer com que tal premissa se perca, causando um desconforto e atá uma certa vontade em abandonar uma obra (seguida até então).

Muito embora não seja o foco desta postagem, pode-se aqui afirmar que Aku no Hana é um anime que, dadas certas circunstâncias, este perto de ser deixado para escanteio por este humilde blogueiro. Anteriormente avaliado como uma das grandes promessas da atual temporada de animes (na opinião de muitos blogs e sites da área), a obra acabou apresentando um visual que acabou sendo reprovado por muitas pessoas. Além disto, o escopo do enredo (principalmente no início do anime) foi tratado de uma maneira que também desagradou a muitos.

Contudo, e dados os envolvimentos que ocorreram em oito episódios da obra até o momento, este blogueiro vê que a decisão em continuar assistindo Aku no Hana foi realmente acertada. Não que a história da obra seja algo que valha troféus, mas é um enredo que consegue ser honesto em seu ideal e chamativo em sua premissa. Isto porque a obra mostra até aonde pode chegar o desespero, a conduta e o temor das pessoas, mediante um certo evento ou acontecimento.

Kasuga e colegas, em sala de aula.

O anime, ao longo de oito episódios exibidos, fez questão de apresentar dois personagens em especial. Cada um com sua personalidade que o define bem, com pouco espaço para controvérsias e clamando pela atenção do telespectador deste anime. E o primeiro de tais personagens a ser aqui citado é o jovem Kasuga, que realmente tem seu destaque bem certeiro nesta obra animada.

Mas isto não é um elogio para o Kasuga. Em si, o personagem é completamente imerso em suas dúvidas rotineiras. O jovem possui um temor simplesmente chamativo, no que tange sobre o que os outros tendem à pensar sobre a pessoa dele, mediante alguns fatos ocorridos na obra até aqui. Mesmo ao tentar fazer as coisas de uma forma coerente e correta, o resultado final acaba sendo outro. Muito embora o descrito até o momento não faça do Kasuga um personagem odioso, suas outras características acabam transformando-o em um personagem derrotista e sem visão de futuro.

O rapaz não tem pulso firme, fato este previsível (mediante a descrição anterior feita sobre ele). Além dos temores já citados, o Kasuga possui uma forte tendência a se deixar levar pelas ideias alheias, independente das mesmas serem corretas ou confiáveis. O envolvimento dele com uma certa garota acaba provando tal afirmativa, pois as articulações dela para o rapaz acabaram fazendo com que ele, o Kasuga, se tornasse alguém ainda mais baixo como ser humano.

Um sorriso pouco confiável...

Esta garota atende por Nakamura. Seu comportamento é descrito pelos colegas de classe como o de uma pessoa encrenqueira, que não mede as circunstâncias dos próprios atos, sendo esta uma das razões para que ela não possua amigos. Uma garota basicamente só no mundo, a mercê do medo que impõe pela sua forma de agir viril e incrédula, onde nem mesmo os professores aparentam ser dignos do seu respeito para com eles.

Em um momento da maior de todas as fraquezas do Kasuga, a Nakamura acabou aparecendo na vida do rapaz com enorme impacto. Deixando o senhor medroso ainda mais temeroso sobre as próprias ações, e manipulando-o com incrível facilidade, a Nakamura demonstra ter uma lábia incrível e um poder de persuasão ainda mais gritante. Para ela, os mínimos momentos podem ser proveitosos o bastante para transformar a vida do Kasuga, pouco à pouco, em um grande inferno astral.

Contudo, a Nakamura executa tais ações por uma razão bem distinta. Tal afirmação ganha força na concepção de comportamento do próprio Kasuga, por mais que no início ele tenha tentado fazer alguma frente (ante a manipulação da garota). A Nakamura sabe como atingir o emocional do rapaz que, descontrolado em suas ações, tende à acabar aceitando as palavras a ele proferidas como um tipo de verdade absoluta, enfraquecendo-o mais como pessoa.

Saeki e Kasuga: uma confiança prestes a se abalar...

Um ponto de grande atenção no Kasuga está em sua paixão escondida por um ano. O alvo de suas afeições é uma jovem de nome Saeki, sendo ela uma garota muito bem vista em sua classe, tanto por ser uma boa pessoa como também no que tange às notas que a mesma tira nas provas. Em resumo, a Saeki é o escopo daquilo que o Kasuga vê como a garota ideal para ele, em todos os sentidos. Entretanto, é justamente no escopo de tal sentimento que o rapaz acaba cometendo as suas maiores falhas.

Talvez fosse correto ele apenas ter namorado em paz a Saeki e ter se esquecido completamente da Nakamura. Entretanto, isto era algo muito difícil de acontecer, tendo por base alguns fatores já comentados neste post. Além disto, um certo evento estava vivo na mente do rapaz, estando o mesmo ligado às vestimentas de ginástica de sua amada. Somando à isto o fato da Saeki ter se tornado uma das poucas pessoas que não olhavam o Kasuga como um estranho na sala de aula, o cenário que se abre é o mais propício possível para um mal-entendido ou, talvez, até para uma traição de confiabilidade.

Justamente em se tratando do termo confiabilidade, o sétimo e oitavo episódios acabaram evidenciando algo muito triste para o Kasuga, pois o rapaz queria confiar nele mesmo. Provar que podia ser alguém diferente daquilo que quase todos passaram à pregar sobre o próprio era o seu estímulo. Porém, suas fraquezas pessoais foram uma vez mais determinantes e, desta forma, o rapaz acabou sucumbindo à desgraça absoluta.

Uma cena de grande impacto, no terceiro episódio do anime.

A persuasão da Nakamura, em cada instante do anime, se mostra cada vez mais determinante sobre o Kasuga. O rapaz, por sua vez, tenta lutar contra o seu medo interior e contra a garota em questão, mas falha miseravelmente em ambas as empreitadas. Quando se fez usar do termo "derrotado" no início deste texto, para definir o comportamento do rapaz como um todo na obra, não foi mera obra do acaso ou exagero por parte deste blogueiro.

Com isto, Aku no Hana consegue mostrar o porque de sua existência nesta temporada de animes. A obra procura deixar em evidências algumas das mais tristes facetas do ser humano, explorando características que vão desde o intelecto até os temores mais profundos. Os personagens, que podem ser até aqui observados como os principais deste anime, conseguem realizar um trabalho primoroso na execução de seus papéis, por mais que os mesmos sejam degradantes e mesquinhos (sentimentalmente). É provável que existam pessoas assim na realidade, tanto com a faceta do Kasuga como também a da Nakamura, mas a obra deixa que algumas possibilidades transbordem n atela e impactam diretamente quem assiste o anime.

A curiosidade deste humilde blogueiro está em saber, evidentemente, até aonde isto tudo poderá ir. Por sinal, restam cinco episódios para a animação se encerrar e, provavelmente, muitos fatos ainda deverão ocorrer. O final do sétimo episódio colocou em xeque o Kasuga ante a Nakamura, e o encerramento do oitavo capítulo deixou o rapaz em maus lençóis com a sua amada Saeki. Aku no Hana deixou uma ponta de curiosidade viva, que anseia em ser sanada. Seja para o bem, seja para o mal.

Até a próxima, visitante!

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O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

6 comentários:

  1. Aku no Hana é um assunto estranho, dificilmente você deixará alguém empolgado para assistir quando contar um pouco da história. Mas se você começar a assistir vai perceber que o que parece sem-graça quando contado por outros, toma outra dimensão quando é assistido diretamente.

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    1. Saudações

      Exatamente.
      Aku no Hana tem de ser visualizado para a sua história ter validação uma vez que, contando normalmente, em nada acrescentará. Isto porque a aproximação do enredo deste anime, com a realidade, é muito alta...

      Até mais!

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  2. Gente, Nakamura feelings! Como assim ela levou Kasuga a níveis mais baixos?? Garota! É u que que tá acontecendu!! Baixo era onde o garoto Kasuga estava: ainda que atraído a quebrar paradigmas, o que nota-se pelo seu grau de leitura, ele sonhava e idealizava uma vidinha normal de merda (Nanako seria a pedra angular da idealização máxima de vidinha perfeita). Nakamura, do seu jeito, engendrou um caminho que o levaria alto e além, do outro lado das colinas, ou metafóricamente, que o levaria a romper com o contentamento ou a idealização de perfeição.
    Pobre Kasuga! Este personagem é quem nos apresenta traços de um embate interno comum:até que ponto me importo com juízos de valor de segundas opiniões acerca da expressão da minha individualidade?

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    1. Saudações


      Entendo vosso ponto. Porém, quer isso seja fato ou não, continuo a acreditar que o rapaz teve sua vida mudada radicalmente (não no bom sentido) pela garota, muito pela fraqueza dele em tomar decisões sozinho.

      Entretanto, concordo que o ambiente no qual ele vive era muito hostil. Com isto, é compreensível o fato de ele ser "fraco parta decisões", de toda a forma.


      Até mais!

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  3. O anime acabou numa nota alta (baixa). Apesar de todas as revoltas, o aparente descaso de Nakamura por Kasuga ao final do 13° episódio é desolante.
    O garoto, que não mais conversa com os pais que o ignoram por ser um caso perdido na família, que já enfraqueceu os seus laços com Yamada e o Kojima, agora era uma casca completamente vazia.
    Não por amor, não por ego, mas por compreensão de uma característica que não é aceita em nossa sociedade: a perversão
    No final, eles são pervertidos juntos, sem fazer nada sexual necessariamente, mas transgressor basicamente. Nakamura, que aporrinha Kasuga por ser pervertido durante a série inteira, buscava apenas um similar para dividir todas as raivas do seu universo social/cultural com uma pessoa só.
    Ela é fodida da cabeça somado ao autoconhecimento do fato, algo que Takao conclui de si apenas ao final.

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    1. Saudações

      Sinceramente, gostei de suas palavras, rapaz. Fazem sentido.

      Até mais!

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