Análises em Geral - parte #85: uma distorção chamada Shimoneta...

O medo domina à todos.

Em busca de um Japão menos puritano...

A temporada de julho'2015 pode não estar primando pela excelência nas suas obras, mas com certeza tem chamado a atenção em alguns pontos bastante peculiares. Não é preciso aqui conotar algo como certo ou errado, pois a questão está apenas na diversão. E mesmo não agradando à todos os paladares possíveis, seguramente um destes animes que merece ser citado à parte é Shimoneta.

Na verdade, Shimoneta to Iu Gainen ga Sonzai Shinai Taikutsu na Sekai é o nome completo da obra. Em inglês seria algo próximo de Shimoneta: A Boring World Where the Concept of Dirty Jokes Doesn’t Exist (no idioma português, Shimoneta: Um Mundo Chato Onde o Conceito de Piadas Sujas Não Existe). A nomenclatura é mais do que auto-explicativa, dispensando qualquer tipo de análise mais profunda ao ponto de, inclusive, sugerir de maneira direta o universo por detrás de tal título.

A ideia de repassar um Japão no qual tudo aquilo considerado "sujo" e/ou "ordinário" foi banido do cotidiano de seus habitantes soa, no mínimo, chamativa. E um certo ponto positivo é atribuído, graças à existência de um pequeno grupo de pessoas  que deseja, alegremente, trazer novamente à tona tudo aquilo que as pessoas tiveram "apagadas" de suas memórias, em nome não apenas do dito piadista como principalmente no cunho liberto sexual da questão.

A líder do SOX em ação...

O governo nipônico consegue identificar as ações fora do padrão de puritanismo de seus habitantes, graças às pulseiras conferidas para as pessoas, que detectam qualquer atividade suspeita por parte de seus possuidores. Este é, sem dúvida, o esboço de como seria uma nação (e até do mundo inteiro) onde imperasse o controle sob tudo aquilo que fosse considerado impuro ou impróprio. E para lutar contra este nível de realidade é que existe o SOX, o grupo que tenta espalhar o antigo conceito sexual e liberto (neste sentido) e abalar as estruturas da atualidade presente na obra.

A jovem Kaijou Ayame é quem lidera o SOX. Ela é a vice-presidente de um Conselho Estudantil, mas esconde sua verdadeira faceta de quem é contra as Leis Puritanas vigentes de maneira exemplar. Seus gestos, palavras e maneiras de se expressar são totalmente "impuras", mas acabam divertindo de uma estranha maneira. Okuma Tanukichi é o azarado rapaz que, além de ter entrado no mesmo Conselho local por uma obra ao acaso do destino, também se viu obrigado à compactuar das ações lideradas pela Ayame. Ele tenta ser sério, mas falha miseravelmente neste pretexto de vida.

Saotome Otome é uma garota peculiar ao extremo, mesmo dentro de um anime que leva tal definição à risca. Ela possui uma incrível habilidade para a arte do desenho e, com o advento das pulseiras, ela usa da própria boca para espalhar aos interessados o seu dom criativo e tão liberto (sexualmente). Por sua vez, a presidente do Conselho Estudantil, extremamente bem vista por todos, esconde dentro de si um anseio inimaginável pela arte do contato físico viril. Esta é a Anna Nishikinomiya, que além de tudo é dona de uma força descomunal, levando o medo em muitas ocasiões para o seu desejado Okuma. Fuwa Hyouka é outra personagem de destaque, sendo a cientista da escola e alguém que sabe mostrar uma clara aptidão para jamais mudar seu semblante facial, não importando o acontecimento para tal.

A cientista em ação...

Além deste grupo de personagens citados, à serem considerados os principais, tem-se também outros alunos da escola que fazem das suas graças durante o anime. E à eles juntam-se as mais inusitadas situações, que apenas Shimoneta consegue proporcionar. Isto acontece porque a obra, em si, eleva o discurso de seu enredo à novos níveis, ultrapassando linhas e enterrando o conceito de barreiras quase que por completo. As palavras e terminações de cunho sexual, beirando o baixo calão, são o ponto alto (e humorístico) da obra. Mais da metade de tais são ditas unicamente pela Ayame, líder do SOX, que demonstra ter grande aptidão para tal característica.

Ao longo de seus seis episódios, representando a metade já exibida deste anime, Shimoneta usou e abusou das ocorrências inexplicáveis para satisfazer o seu público, o que tem realmente funcionado. Por mais que esta obra não seja do agrado para todos, é facilmente elogiável neste ponto (cumprir o que promete ou, neste caso, levar adiante a palavra empenhada). Além dos termos já explanados, os gestos formam uma parte fundamental de compreensão para o anime em si.  E as sequências de abertura e de encerramento merecem pontos pela ousadia explícita e irrestrita, acoplando nisto tanto as músicas quanto as cenas das mesmas.

Shimoneta não é um anime que se indica para todos com facilidade. É uma obra que, guardada as devidas proporções, pode ferir a pessoa que estiver assistindo-a. Este humilde blogueiro, em muitas ocasiões, não acredita muito naquilo que vê ou lê em tal título, mas seria mentira não conotar aqui que Shimoneta consegue arrancar boas risadas. Desta forma, o anime será acompanhado até o final, sendo sério candidato para uma análise de seu encerramento aqui no NETOIN!.

E lá vem mais SOX...

"SOX! SOX! SOX! SOX! SOX!"

Até a próxima!

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Conheça o autor do NETOIN!, visitante...

Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.