A torturante chamada...
Pela primeira vez na história deste site, um filme será alvo de análise. Acompanhe, nobre visitante.
O planeta Terra possui muitas áreas geologicamente instáveis, propensas a aparição de muitos terremotos e, dependendo da área, outras ocorrências que possam ser consideradas como ramificações dos tremores de terra. Tudo isso recebe um sinal de alerta extra, especialmente onde há uma grande movimentação das conhecidas placas tectônicas. O arquipélago nipônico, em si, situa-se em uma destas áreas de alto risco.
Segundo consta na estória do filme, que tem sua raiz no conceito mostrado no parágrafo acima, o Japão está para sumir da face do planeta. Não em razão de algum tipo de conflito atômico ou similar, mas sim porque a natureza geológica abaixo do arquipélago prediz tal ocorrência. Havia uma estimativa inicial de que levariam quarenta anos para que o Japão afundasse no mar, literalmente. Entretanto, um geólogo fez tal alarme expandir-se em demasia, pois a previsão havia diminuído para menos de um ano.
À partir de tal enunciado, começou uma verdadeira corrida em busca da salvação para todos os japoneses. Porém, e como se podia prever com facilidade, tal geólogo passou por caminhos muito tortuosos para que o alto escalão do governo nipônico (e não apenas este) visse as suas palavras com veracidade. Desnecessário enfatizar que tal cientista passou por diversas provações internas (inclusive), tendo a devida atenção apenas quando vidas começaram a serem ceifadas pelas catástrofes.
O avião do Primeiro Ministro sendo atingido...
Tadokoro Yusuke é o nome deste cientista. Como ele duvidou da premissa original para quarenta anos, acabou indo estudar mais à fundo as rochas localizadas nas águas japonesas. Suas descobertas acabaram fazendo como que fosse assumida uma nova postura sobre o traumatizante futuro para o Japão. Como já se fez relatar anteriormente ele colecionou apenas insucessos em sua empreitada inicial de informação, visando salvar o máximo possível de japoneses enquanto havia tempo hábil para tanto.
É importante salientar aqui que Sinking of Japan não se limita à trabalhar este escopo de atuação propriamente dito. Em si, é com a chamada apocalíptica que surge o clamor absoluto pelo dito prólogo deste enredo pois, com tamanha calamidade acerca do território nipônico, é natural pressupor que o governo local busque pelo auxílio de outras nações. É neste ponto que a prerrogativa da ajuda global (ou da ausência da mesma em determinado momento) ganha uma nova e perigosa dimensão.
O filme mostra bem o que poderia acontecer em uma fatal realidade neste caso. Além de todo o caos que seria estabelecido por todo o País afora, existiria também a questão de que as demais nações não continuariam a ajudar o Japão por muito tempo, visto que o número de imigrações iria transpassar em demasia a capacidade de tais locais e, como se isso não bastasse, os residentes de tais Países poderiam começar um tipo de "frente contra o Japão" justamente em razão de tal fator.
A busca pela salvação...
Saindo das questões mais diplomáticas, Sinking of Japan também trabalhou à respeito do dito drama pessoal. Muitas famílias se separando em meio ao caos estabelecido, incontáveis mortes e, inclusive, amores sendo divididos de diversas maneiras e até por razões à parte do foco principal da obra. Interessante notar que, neste filme, foi dado um espaço bem interessante para esta temática em paralelo, que acabou mostrando uma boa consistência e riqueza de detalhes.
Quando se faz falar de um filme japonês com catástrofes e afins, é fácil imaginar sobre até onde acaba chegando o uso dos efeitos especiais e afins. Honestamente, a obra em análise conseguiu misturar satisfatoriamente o dito "exagerado" como algo "mais próximo possível da realidade". Em se tratando de um título com temática apocalíptica, pode-se até conceituar que nem houve muito exagero no uso de tal ferramenta.
De modo geral, Sinking of Japan é um filme que agrada bastante. Sua temática apocalíptica é bem tratada e desenvolvida. a sequência de todas as ações do filme não ficam restritas à destruição do Japão, pois elas acabam indo além ao trabalhar com os dramas pessoais e com as consequências internacionais de uma calamidade mais centrada em uma nação. O visual consegue ser bem próximo do realístico (alusão às ações naturais) e a atuação dos atores e atrizes é bem consistente. Trata-se de uma obra cinematográfica para se apreciar com calma e muita solidez.
Dados técnicos
Um dos cartazes oficiais de Sinking of Japan (Nihon Chinbotsu).
O nome original do filme é Nihon Chinbotsu, sendo mais conhecido ao redor do mundo por Sinking of Japan. A data de lançamento nos cinemas nipônicos foi 15 de julho de 2006. A duração desta obra é de cento e trinta e cinco minutos (duas horas e quinze minutos). Toho foi o nome da empresa responsável pela distribuição do filme em todo o Japão.
Nihon Chinbotsu teve a direção de Higuchi Shinji. O arranjo musical ficou à cargo de Iwashiro Tarou. A concepção original desta obra vem da novel escrita por Komatsu Sakyo, sendo que o filme contou também com o storyboard feito por Kato Masato. A produção desta obra de ficção ficou por conta de Hanama Kazuya e de Nakazawa Toshiaki.
Convém destacar aqui o nome Higuchi Shinji. Ele será o responsável por dirigir o filme de Shingeki no Kyojin, cuja previsão de estreia está marcada para o verão japonês de 2015. Seu nome está também ligado intimamente ao storyboard de algumas animações, como o atualmente por muitos aclamado Kill la Kill e o conhecido (e altamente discutido até hoje) filme Rebuild of Evangelion (de 2007).
Momentos
Face - o cientista tendo de explicar o que estava por ocorrer no Japão mas, infelizmente, ninguém lhe deu a devida atenção. Clichê esperado no filme, mas altamente bem-vindo para o contexto do mesmo...
Drama - o filme abriu espaço para mostrar alguns enlaces que corriam paralelamente à trama principal. Famílias se dividindo e amores se perdendo formaram parte de tal plantel, muito bem recebido por sinal...
Erupção - toda uma área ao sul de Hokkaido se converteu em um gigantesco e perigoso vulcão. As cidades próximas haveriam de sofrer com tal ocorrência em poucos minutos...
Destruição - ainda em Hokkaido, templos antigos acabaram servindo de alvo para o ataque vindo da própria natureza. Era o fim do Japão que se iniciava com força...
Japão - não há nada de errado com a imagem mais acima. Realmente isto é no território nipônico, em uma área cujas erupções vulcânicas se tornaram extremamente alarmantes...
Desastres - além de erupções vulcânicas, tsunamis acabaram se alastrando pelo território japonês com grande facilidade. A salvação aparentava ser praticamente nula...
Protestos - o filme mostrou uma parte de repúdio de outras nações do globo, pois já estava ficando insustentável receber tantos japoneses que estavam deixando seu País, em razão dos desastres naturais. Isto (no filme) ia quase além de uma crise diplomática...
Tóquio - em certo momento, com a cidade evacuada, os desastres chegaram à capital japonesa. Além de um gigantesco terremoto, a água invadiu com força a grande metrópole, que sucumbiu rapidamente em um amontoado de escombros...
Até a próxima!
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Confesso que de maneira geral não sou adoradora de filmes live action japoneses, a atuação deles sempre me deixa com uma impressão artificial demais. Mas sua análise me deixou bastante curiosa para ver ese filme em questão, o enredo parece ser bastante interessante. Ótima postagem Carlirio.
ResponderExcluirSaudações
ExcluirNobre amiga Bruna, lhe garanto que este filme tem uma química quase perfeita (e bem chamativa) entre seriedade e ficção. E como a tangente dele é unicamente sobre o solo japonês, dá para ter uma boa dimensão das coisas.
Se chegar à assisti-lo eu gostaria muito de ler seus comentários sobre o mesmo.
Agradeço por suas boas palavras.
Até mais!