Em pauta!

quinta-feira, dezembro 19, 2013

[N! 7 Anos] Falando de Kyousougiga com propriedade!

A chamada oficial!

O NETOIN! se aproxima da gloriosa data. Muito já aconteceu ao longo destes quase sete anos de blog em circulação. Novas parcerias, aprendizado, conversão para site, domínio próprio, a primeira promoção, entre tantas outras coisas. Mas as festividades ainda estão longe do fim e, para isso, a blogosfera animística brasileira foi convidada para aqui opinar sobre três tópicos distintos.

O primeiro deles é sobre um anime que cativa pela sua simplicidade e execução bem conduzida, sendo este de nome Kyousougiga. O segundo será sobre os animes de terror e gore, temática bem trabalha e conduzida por um dos mais antigos sites parceiros desta casa. E o terceiro trará uma narrativa pessoal, no que diz respeito sobre aquilo que se gosta ou não no universo dos animes e mangás. Para hoje, uma nobre pessoa foi convidada para apresentar o seu trabalho.

Trata-se da jovem Mary Vanucchi, dona do blog parceiro Across the Starlight e também conhecida por seus textos no também site parceiro Chuva de Nanquim, que gentilmente aceitou o convite de minha pessoa para aqui dissertar sobre o anime Kyousougiga. Você verá, nos parágrafos que se seguirão abaixo, uma opinião bem dosada e sucinta sobre este anime que, aos olhos deste humilde blogueiro, é um dos destaques da atual temporada de animes.

Nobre visitante, tenha uma boa e proveitosa leitura.

Falando de Kyousougiga
- do blog parceiro Across the Starlight -

Apresentando um fascinante universo...

Ao final da temporada de animes de Julho, já foi possível notar entre a comunidade de fãs de anime o burburinho das apostas para a próxima temporada; vários novos títulos de diversos gêneros, com conhecidos e novos estúdios propondo fazer experiência novas - Kyoto Animation trabalhando mais ação e fantasia com seu Kyoukai no Kanata; Trigger reunindo um elenco da antiga Gainax para trazer o grande esperado Kill la Kill; Manglobe preparando Samurai Flamenco com todo o mistério para o bloco Noitamina; entre várias outras apostas. Porém, dentre o mar de apostas poucas pessoas notaram um projeto sendo cuidadosamente preparado e já introduzido ao público em fins de 2011: Kyousougiga.

Kyousougiga, obra do estúdio Toei dirigida por Matsumoto Rie* (que também já trabalhou em filmes e séries de Precure) foi inicialmente apresentada a partir de um ONA (Original Net Animation, ou seja, animes inicialmente lançados na internet) de cerca de trinta minutos com várias referência a Alice no País das Maravilhas, inclusive no estilo nonsense adaptado para mídia audiovisual que tornou a animação bem inacessível para muitas pessoas na época de seu lançamento. No ano seguinte, foi lançada uma minissérie de ONAs curtos, expandindo o universo fantasioso mas ainda de uma forma complicada de acompanhar. Para muitos, Kyousougiga contava mais como uma experiência audiovisual da Toei e poucos colocaram fé de que haveria algum roteiro a ser bem desenvolvido dali. Por isso, quando o estúdio anunciou uma série de TV da franquia para outubro de 2013 com dez episódios, a disposição a conferir foi de poucos.

O que é uma pena: Kyousougiga é um excelente anime, com uma precisão narrativa que poucos esperavam e um forte candidato a melhor anime deste ano. Aos que ainda não começaram a assistir: sempre há tempo de correr atrás - e espero poder convencê-los disso com esse artigo.

A história de Kyousougiga gira em torno da família iniciada com o romance entre o monge Inari e Lady Koto, uma coelha negra criada por Myoe a partir de uma ilustração que ganhou forma humana graças a um bodhisattva - um ser de sabedoria elevada de acordo com as crenças do budismo (embora de acordo com a própria Lady Koto o que a permitiu ganhar forma humana foi o próprio amor). Juntos, Lady Koto e Myoe criam três filhos - um garoto humano, Yakushimaru, e seus dois irmãos criados a partir de pinturas, o inteligente Kurama e a pequena (e adorável) demônio fêmea Yase - na Kyoto Através do Espelho também criada pelo patriarca.

Por alguns anos a família vive feliz na Capital do Espelho, até que uma premonição leva Lady Koto e Myoe a partirem, deixando os três filhos em um mundo em que "ninguém nasce, envelhece ou morre e tudo que é quebrado fica inteiro de novo". Até que, muitos anos depois, uma garota agitada e irreverente chamada Koto e seus irmãos A e Un chegam nesse mundo, procurando por um coelho negro e espalhando confusão pela cidade.

Repercutindo nos olhares...

É muito difícil apontar uma parte que não seja impressionante em Kyousougiga. Não só há uma imensa criatividade audiovisual em construir um mundo colorido, com jeito de "storybook" (repare na diferença em como é representado o mundo real e o mundo através do espelho) e cheio de pitadas de nonsense, mas os personagens são construídos de forma detalhada, formando uma narrativa com jeito de conto de fadas e focada essencialmente nas relações de família e porque cada personagem precisa dela unida de novo. De uma certa forma, lembra muito Uchouten Kazoku, da temporada de Julho deste ano, nesta temática; mas pessoalmente, arriscaria comparar Kyouysougiga também a Mawaru Penguindrum, pela quantidade de simbolismos e espaço para especulações sobre os rumos da história de acordo com as possibilidades abertas pela narrativa (embora Mawaru Penguindrum seja muito mais carregado em simbolismos e reviravoltas).

A primeira metade da série tem estrutura mais episódica apresentando o passado de cada personagem ao mesmo tempo que avança os acontecimentos no presente. Tudo isso com uma direção magistral que tem precisão em ser sutil, utilizar de simbolismos e deixar a história crescer de uma forma muito natural. Momentos como a menina Koto andando por sua casa no mundo real à noite, a verdade sobre como Yakushimaru entrou para a família, Kurama andando pela Kyoto do mundo real pela primeira vez e a relação de mãe e filha entre Lady Koto e Yase (provavelmente meu momento favorito na série) são emblemáticos e tem grande ressonância emocional sem parecer nem um pouco melodramáticos.

A pequena Koto, estrela máxima da obra.

É notável como aqui o nonsense do primeiro ONA fica praticamente ausente, até que, na segunda parte da história, os momentos mais insanos do episódio de 2011 deixam de parecer um simples experimento de animação e ganham peso emocional - afinal de contas, agora entendemos os conflitos internos e ressentimentos entre esses personagens. Mesmo em momentos mais fracos como aqueles em que a série subitamente traz novas informações sobre o background de Kyoto. Através do Espelho num momento mais próximo da resolução da história (não que os detalhes sejam ruins; na verdade, a forma como a Capital do Espelho é posicionada naquele universo é fascinante. O pequeno problema está em quando esses detalhes surgiram), a série sabe que isso é mais um pano de fundo para completar os arcos de seus personagens do que o grande foco, mantendo-se consistente.

Em suma, Kyousougiga é a pequena surpresa da temporada, provando para aqueles que não acreditavam mais no estúdio Toei que há espaço para muita criatividade artística na companhia. Com apenas um episódio faltando para o fim (até o momento que é escrito esse artigo). É um clássico em formação lidando com temas como relações familiares, auto-aceitação, responsabilidades de uma forma melhor conduzida do que eu jamais esperaria.

*Você não sabe como me agrada ver uma diretora produzindo uma obra assim tão boa dentro dessa indústria. Precisamos de mais mulheres ganhando espaço assim na produção de animes.

Esta foi a participação da nobre Mary Vanucchi
com um texto especial sobre o ótimo anime Kyousougiga.

Minha pessoa agradece a participação da jovem amiga e convida
você, amigo visitante, à acompanhar os próximos posts especiais
que se seguirão até domingo, o dia do 
sétimo aniversário do NETOIN!

Até a próxima!

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Conheça o autor do NETOIN!, visitante...
Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

5 comentários:

  1. Maratonei essa semana e não me arrependi. Sem brincadeira, melhor da temporada e talvez do ano, rico e sensivel, com personagens fortes, qualidade constante, arte e animação lindas... uma pequena pérola de criatividade.
    Chorei em todos os episódios, como talvez você tenha visto no twitter haha.
    ótimo anime para um post, mandou bem :3

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    Respostas
    1. Cheguei a ver alguns comentários seus no twitter sim =) Aqui sou da mesma opinião, provavelmente o melhor do ano. Top 3 já é certeza.
      Não cheguei a chorar em todos os episódios, mas o da Yase e aquele momento da Koto e o Yakushimaru naquele campo aberto me pegaram de jeito. x)

      Obrigada pelo comentário!

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  2. (Trilha sonora do filme Psicose ao fundo)O-lá Mary Vanucchi!


    Não,eu não estou te perseguindo.Foi um tipo de acaso eu tê-la encontrada aqui,visto que não és fixa nessa casa,uma participação especial em cadeirinha vip,pelo que a introdução nostálgica e em prosa,mas quase em verso.

    Um universo de realidade paralela,uma realidade para contemplar e vivenciar;é bem teu estilo encontrar destas coisas enquanto cavouca em meio aos filões das Temporadas,como os tipos mencionados que estão numa linha mais tradicional do que ONAs,pois é difícil uma pessoa andar falando por aí: Eu vejo ONAs,isso se os chamar dessa forma ainda.

    Seres ganhando vida a partir de espelhos ou pinturas.Ainda bem que eles são mais calmos do que o passional e violento escultor Michelangelo,o qual ao esculpir uma das principais obras tuas,Moisés,teve seu momento de orgulho e devaneio com o realismo da obra que bateu com uma martelo na estátua e começou a gritar: "Por que não falas?(Perché non parli?)",diz a lenda.

    Imagino como o impulso de Alice é semelhante ao estímulo da raça canina dos Greyhound que correm até 65 Km/h quando em corridas eles disparam atrás do
    coelho mecânico,sendo a diferença é que os humanos da ficção não conseguem alcançar o coelho das ficção,somente as pistas num mundo fantástico. ^^ O Japão
    adora Arishi(Alice)-chan(^^) com sua mente aberta,seu espírito bandeirante,e a sobrenaturalidade que despertam esse senso de acontecimento sublime que não pode conter(e nem viu um motivo para isso) vossa fascinação pelo plot que figurou/transfigurou ou sobre um UP de esperança e confiança nos valores
    apresentados e no trabalho da Toei junto de uma diretora.

    Interessante posicionar sobre o nonsense do ONA e dados do background de Kyoto,como um fator a preencher possíveis furos do plot,não descartar o que já fez
    e como fonte de teorizações a verificar(??).

    Nota de esclarecimento: O comentário anterior só foi excluído porque esqueci de marcar o "Notifique-me". :p


    See you...

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  3. realmente , foi um dos melhores animes que já vi

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    Respostas
    1. Saudações


      Realmente, Kyousogiga foi um anime digno de nota.


      Até mais!

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