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quarta-feira, maio 12, 2021

[Análises em Geral] #108: cinco episódios e sentimentos despedaçados em Fumetsu no Anata e


- Este post contém spoilers da história de Fumetsu no Anata e -

Uma esfera poderosa...

Quando de sua estreia, Fumetsu no Anata e tanto chamou a atenção de minha pessoa que, ao fazer o post de impressões iniciais desta obra [leia-o ao clicar aqui], a emoção se tornou notória em cada parágrafo do referido texto. Culpa única e exclusiva do anime em si, que soube trazer à tona tudo aquilo que se pode entender por emoções humanas, sobretudo contextualizando o quanto as mesmas são poderosas. E diante disto, os demais episódios foram devidamente assistidos, com a prerrogativa da dúvida se esta obra iria, em algum momento, impactar este humilde blogueiro de igual - ou maior - maneira ao fato ocorrido no seu primeiro capítulo animado.

A resposta da indagação citada mais acima apareceu de maneira implacável no quinto episódio de Fumetsu no Anata e, em uma conjuntura que teve a tristeza como espinha dorsal, sendo esta ramificada pelo ódio, desespero, indignação e anseio pela vingança mediante a fúria vivida em certo momento. A dor da perda foi duplamente sentida, tanto por parte da Parona como também pela esfera na forma do garoto Fushi que, recebendo novos estímulos e anseios humanos, aprendeu muito sobre a questão dos sentimentos ao longo dos quatro episódios em que passou também ao lado da carismática March.

Este anime tem apresentado uma sequência inolvidável de lições sobre o comportamento humano, mais diretamente na busca pela razão de se viver. Aprender com novos conhecimentos, assimilar perspectivas, saber se portar de acordo com cada momento e, logicamente, como demonstrar aquilo que sente, da maneira mais sincera possível. Fushi, nome dado ao garoto imortal pela March, não possui quase nada de consciência e está como um andarilho rumo à tudo aquilo que o rapaz original - do primeiro episódio - desejava para a sua vida. Alegrias, tristezas, amizades e inimizades, além de muitos outros pontos, estão sendo vivenciados pela esfera em forma viva que, depois de cinco episódios, possui mais formas de se apresentar.

Em momentos da abertura, Parona e March estão felizes. A segunda, incluso, mostrada em idade maior.
Da criança a recém adulta: paradigmas de um desejo em crescer.

Sair daquele inóspito local gélido, e ter morrido por seis vezes, estimulou o crescimento daquela "esfera viva" por meio da dor. Nada sabia sobre como um humano fazia para se manter vivo, devidamente nutrido. Chegar a uma região repleta de árvores e outros tantos seres vivos acabou sendo um ótimo passo para ele, que veio a falecer pela sétima vez, mas agora como vítima de um ataque supressivo e brutal. Seu encontro ao acaso com a pequena March iria representar muito mais para este ser do que poderia sequer imaginar, se assim pudesse fazê-lo. Por sua vez, esta garotinha era bem ativa, alegre e extrovertida, cujo maior anseio de vida estava em se tornar adulta um dia, querendo chegar a ser mãe e continuar com toda a sua felicidade, enquanto assim pudesse.

Um destino bem cruel estava à espera da March. Hayase, enviada oficial do povo Yanome, chegou na vila onde a garotinha vivia para dar início a um ritual dito como sagrado, para a escolha de uma jovem daquele lugar que teria uma importante e "grata" missão divina. March acabou sendo selecionada para servir como oferenda, um sacrifício, para Oniguma-sama. Desde o início ela buscou enfrentar isto à sua maneira, e acabou por encontrar o ser que mais tarde acabaria chamando de Fushi, mas não antes de ela passar algumas horas com ele, ensiná-lo algumas coisas, ficar brava com o mesmo e, no final, resolver "adotá-lo" como um filho, por assim exclamar. Interessante frisar o amor e carinho que a jovem Parona sempre teve pela March, e que o fato da garotinha seguir a um rumo cruel não diminuiu em nada este sentimento único de zelo.

Eventos seguintes mostraram que aquele garoto, que na verdade era uma esfera poderosa em forma viva, havia recebido grandes estímulos da March. Seu grande embate ante um grande urso, que o havia atacado no início do segundo episódio, foi deveras revelador. Com a vitória na contenda em sua forma de lobo, e ao dizer "obrigado" para a garotinha depois de ter saboreado uma deliciosa fruta, Fushi mostrou que possuía grande capacidade de aprendizado. No entanto, para a Hayase, o fator ritual ainda importava mas este cedia espaço para a curiosidade quanto aquele estranho ser diante dela, que foi capaz de derrotar ao Oniguma-sama (a guerreira julgava o grande urso como sendo a dita divindade). Finalizando ali o cerimonial de sacrifício, Parona e March foram levadas para Yanome, junto do urso morto e daquele poderoso ser, no momento em forma de lobo.

Hayase, da surpresa por um embate à loucura facial mostrada em sua nova faceta.
Dois estímulos de sobrevivência distintos, mas convergentes entre si.

Dentre tantas coisas, os eventos que se sucederam na próspera Yanome mostraram que a Parona estava certa em desconfiar da Hayase. Não apenas isto, pois March e Fushi criaram um tipo de vínculo. O ser poderoso, por sinal, passaria a ser "estudado" graças a sua rápida regeneração, como se sua luta ante o grande urso já não tivesse causado tanta curiosidade para a Hayase, que o manteve cativo após ter lançado a prerrogativa de ele ser útil para o futuro do seu povo. Um projeto ambicioso, diga-se de passagem, que deixou passar de maneira desapercebida - pela guerreira - algumas brechas que fizeram certa dupla se entender ainda mais (obviamente, fala-se aqui de March e Fushi). Isto para não citar a própria Parona, que continuou a levar adiante seu anseio em salvar todos dali, além de uma senhora chamada Pyoran, a falsa sacerdotisa que escolheu March para o sacrifício que, na verdade, era uma pessoa condenada em Yanome. Ela, assim como os demais, queria a liberdade.

O quinto episódio de Fumetsu no Anata e colocou o anime em um respeitoso patamar. Basta imaginar as prováveis sequências para tudo que foi descrito nos parágrafos acima, visitante, e encontrar algo que ligue-as harmoniosamente. Isto não significa que o resultado seja necessariamente feliz, até porque a obra em pauta deixou bem clara a ideia de que finalizações graciosas e festeiras - em tese - não farão parte do seu repertório de enredo. Dito isto, Fushi ganhou ainda mais estímulos e, além disto, a vontade de defender alguém que dele cuidou. Parona teve uma verdadeira prova de vida, em todos os sentidos, mostrando o valor daquilo pelo qual ela acredita e deseja ver bem. Hayase sucumbiu dolorosamente a derrota, tanto física como notoriamente mental. Pyoran seguiu adiante na sua fuga, sem rastro algum deixar. Quanto a March, seu sorriso, carisma e explosão na vontade em querer crescer, não podem ser jamais esquecidos.

Depois de tudo que você leu nos parágrafos acima, torna-se imprescindível uma importante indagação, nobre visitante. A mesma diz respeito a apreciação do anime em pauta, sobretudo por tanta dor e tristeza trabalhados na mesma, ao menos ao longo dos seus cinco episódios iniciais. É claro que algo de humor e descontração apareceu, mas isto deve ser melhor interpretado como pequenas passagens de calmaria e alegria, que antecipavam as dosagens diretas de arrepios e eventos tristonhos que, ao menos para a minha pessoa, fez como que se chegasse ao ponto de lágrimas verdadeiras .

Do "obrigado" a uma observação imponente: novos estímulos para o Fushi.

A verdade é que Fumetsu no Anata e ganha e angaria muitos pontos positivos por, justamente, trabalhar de maneira elogiável o alto drama em paralelo com as sensações e estímulos que um ser vivo precisa para seguir adiante em sua jornada. Esta criatura vívida pode ser qualquer pessoa ou outra espécie animal, mas no anime quem representa isto é a figura do Fushi, e de uma maneira deveras bem feita e chamativa. Aos poucos, este ser vai recebendo novos - e incríveis - estímulos para seguir adiante em sua jornada, iniciada com os anseios daquele jovem rapaz sem nome que vivia só com um lobo no meio do gelo e da neve. Ele já experimentou muitos sentimentos, vivenciou algumas alegrias e várias tristezas, aprendeu coisas valiosas - em especial com a March - e, certamente, tem uma aventura ainda mais extensa no seu pronto aguardo.

Não se pode aqui afirmar que o anime em pauta seja uma unanimidade de apreciação, até porque isto efetivamente não ocorre. Trata-se de algo natural e esperado, muito em decorrência de seu enredo carregado por fortes acontecimentos e à explosão emocional que deles pode ser originada. Além disto, a ação não é exatamente um fato constante nesta obra, aparecendo sim em momentos pontuais do enredo, mas o fazendo de maneira extremamente digna quando ocorre. Para a minha pessoa, em espacial nos últimos cinco anos, é o primeiro anime a receber uma nota máxima depois de Planetarian: Chiisana Hoshi no Yume (julho-2016), tanto em razão das características já citadas como, também, pelo alto apreço que este blogueiro possui nos dramas, mesmo os mais pesados como este em andamento na atual temporada animística. Embora seja verdade que esta avaliação possa mudar com o passar dos episódios, é possível assegurar que Fumetsu no Anata e é digno o bastante da nota máxima, nobre visitante.

O anime seguirá o seu concurso. Certamente, mais momentos de dor, apreensão e tristeza deverão aparecer. Da mesma maneira, algo de alegria e descontração também surgirá, mesmo que seja por poucos e breves instantes. Tudo isto já é bem esperado desde agora. Nobre visitante desta humilde casa na internet, Fumetsu no Anata e voltará a ser pauta aqui. E muito embora não seja possível predizer quando isto ocorrerá de fato, é algo cuja certeza de vir a acontecer é bem real. E assim será feito.

E assim se seguiu...

Momentos



"No mesmo patamar de alguém que queria se defender..."


"O maior estímulo da March está em se tornar adulta, vivendo plenamente..."


"Estímulos para encarar adversidades variadas, mesmo com uma imensa perda..."


Fumetsu no Anata e
Episódios #01 ao #05


"Estímulos..."

Até a próxima!

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