Em pauta!

segunda-feira, março 31, 2014

Pupa e seus verdadeiros temores...

O logo do anime Pupa.

Mas não são exatamente os temores que se podia esperar...

O conceito por detrás de Pupa era apenas um, estando este em proporcionar uma boa experiência no que tange ao gênero horror, com a companhia do conhecido gore e de suas maiores afinidades possíveis. Quando ocorreu o adiamento do anime algo como uma "bomba" estourou na blogosfera animística, não apenas brasileira como mundial. Isto tinha uma boa razão de ser, pois o PV que havia sido liberado deixava no ar aquele sinal de que este poderia ser um dos animes à serem bem destacados muito em breve.

A obra, que acabou estreando apenas em janeiro de 2014, causou sim um certo alvoroço com o seu episódio inicial. Entretanto, de positivo em concreto houve bem pouco. Pupa tentou ousar, ao ser apresentado como um anime de curta duração episódica. Ser uma obra de poucos minutos por capítulo animado não representa nada de ruim por isto, mas dada a maneira como o anime em pauta se fez apresentar, o espanto acabou sendo muito mais prejudicial do que quaisquer outra coisa.

Em cada novo episódio que fazia prosseguir, o anime deixava no ar uma incerteza quase crível. Aparentemente, a ideia estava em "retalhar" o próprio enredo central, apresentando-o em pequenos fragmentos à cada novo capítulo da animação. Curiosamente, a ideia até poderia ter dado certo, mas o ensejo acabou sendo muito mais contraditório e nocivo ao anime em si.

Os irmãos Hasegawa. Não se deixe levar pela imagem...

O último episódio do anime acabou provando, definitivamente, que a obra não soube aproveitar-se de si mesma. É importante aqui ressaltar que um enredo bem trabalhado, difundido e devidamente enquadrado à toda e qualquer perspectiva para o espectador faz uma diferença enorme ao ponto de, em alguns casos (isto não deve ser tomado como uma regra à ser obedecida por todos), o visual da obra acabar ficando em segundo plano. Não foi o caso de Pupa em específico, que encerrou sua transmissão fazendo um flashback dos irmãos Hasegawa (Utsutsu e Yume). Aliás, retomadas do passado apareceram bastante no anime, dentro de sua escassa duração.

O mundo dos jovens Utsutsu e Yume (principalmente o da garota) era realmente horrível. Seus pais não se entendiam quando os irmãos eram crianças e, para piorar um pouco a situação, ambos eram vítimas de um abuso moral corrosivo protagonizado pela sua parte paterna (que, como se não bastasse, agredia muito a própria mulher). Em dado momento eles se separaram e, quando a mãe deles decidiu ajeitar-se com outro homem, Utsutsu e Yume foram largados à própria sorte. O rapaz, então, jurou proteger a própria irmã dali em diante. E após um fato curioso (mas voltado para uma fatalidade), a menina se transformou em um monstro que devora humanos para saciar-se e, na busca de manter sua promessa, o rapaz acabou convertendo-se no alimento contínuo de sua irmã mais nova.

Com o enredo mostrado acima era possível fazer de Pupa um anime, ao menos, reconhecido. Infelizmente, como já se fez aqui ressaltar, esta obra acabará sendo lembrada por outras vertentes, extremamente pouco saudáveis e cheia de desníveis. Desta forma, fica uma lição muito poderosa à sua vista, nobre visitante. Cabe à você definir, se desejar, qual seria o tal aprendizado.

Dados técnicos e crítica final...

Utsutsu.

A estória de Pupa provém do mangá de mesmo nome. A criação de tal universo pertence à Sayaka Mogi. A publicação rendeu um total de cinco volumes, que se fizeram presentes entre março de 2011 e dezembro de 2013. Em si, o anime recebeu seu tratamento por parte do estúdio Deen, fechando o seu ciclo com um total de doze episódios de curta duração (quatro minutos para cada, somando abertura e encerramento).

Para ser bastante cético, Pupa possui um ambiente que merece atenção. A obra tem um fundo de terror em seu enredo, com a chamada certeira para o psicológico e uma participação atenuante do sito nonsense. Entretanto, o próprio anime acabou sendo o único e direto responsável pela decepção que se formou. Em se tratando de um título que chegou a ser adiado (sua exibição era para ter ocorrido originalmente na temporada de outubro'2013), a espera acabou não sendo muito recompensatória.

Poderiam ter sido mantidos os mesmos quatro minutos por episódio, sem o menor problema, desde que o enredo fosse bem melhor trabalhado. Guardadas as devidas proporções e temáticas de atuação, outras obras curtas (como Tonari no Seki-kunYamishibai e Poyopoyo) fizeram muito bem os seus papéis, mesmo com alguns minutos à mais ou à menos (respectivamente) na duração de seus episódios. Entretanto, a obra em análise preferiu fragmentar o contexto de seu enredo de uma maneira que, ao final de tudo, pouco empolgou.

O visual do anime é exageradamente simples. Obviamente, ele foi feito para exibição via web e desta forma se fez presente (muito embora duas emissoras de televisão o tenha transmitido). Na parte acústica, tudo acabou sendo muito normal, muito embora isto não seja um ponto positivo, infelizmente. De toda a forma, o título (em sua versão anime) acabou devendo bastante, não apenas pela demora que acabou "atiçando" ainda mais toda a curiosidade por parte do fandom, mas principalmente pelo trabalho final apresentado.

Utsutsu e Yume.

Pupa
temporada janeiro'2014 - 12 episódios
- nota final: quatro pontos de dez possíveis -

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

2 comentários:

  1. Olá!!

    Então Pupa não empolgou? Bom, na forma que o enredo foi nos apresentado não iria mesmo. Nem sei porque minha curiosidade quis assistir ao anime, achei bizarro demais e pra quê colocar opening e ending numa trama relativamente curta?

    Enfim, abandonei-o no terceiro episódio (acho). Mesmo que seja curto, não vale... Ainda continuo no singelo elogio de ser "bizarro". xD

    Até

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    Respostas
    1. Saudações


      Nobre Natália, realmente Pupa não empolgou...

      Na verdade, o fato da obra ser curta e ainda assim ter abertura e encerramento nem é o maior ponto de incômodo, pois o mesmo está centrado na falta de alguma razão mais segura do anime, em si, se fazer existir...

      Bom, "bizarro" para ele soa como um belo elogio...XD


      Até mais!

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