Em pauta!

sábado, outubro 05, 2013

Análises em Geral - parte #71: o mundo real de Onani Master Kurosawa (indicativo +18)

Uma chamada inesperada...

Do plot inicial desconcertante para algo mais sério.

Minha pessoa possui um comportamento bem excêntrico, no que tange ao uso da internet para lazer. Segundo consta o mesmo, ler mangás online é algo que não se enquadra no quesito prioridades (nem no cotidiano), por razões meramente próprias (que podem até serem consideradas esdrúxulas por algumas pessoas). Até então, a única exceção havia sido feita para a ação da blogosfera chamada Tezuka Day, em dezembro de 2011, na qual o NETOIN! apresentou a resenha de Fushigi wa Melmo (veja o post aqui).

Desde então (e mesmo com uma obra do naipe de Shingeki no Kyojin forçando a curiosidade semanalmente), minha pessoa pensava que não tornaria a ler online tão cedo. Mas isto não passou de um ledo engano pois, há cerca de três semanas, a nobre Roberta (do site parceiro Elfen Lied Brasil) resolveu reviver o passado (graças a um comentário de minha pessoa feito neste post parceiro). O tema central era uma obra que, até então, jamais imaginaria ler.

Um tipo de desafio foi então proposto pela honorável amiga. Com isso, a obra foi lida na plenitude e se fará presente para você, visitante, uma resenha do mangá Onani Master Kurosawa, que se fará seguir mais abaixo. Desde agora, tenhas uma boa leitura.

Reflexões sobre Onani Master Kurosawa

O protagonista, Kurosawa.

A reflexão começa com o nome literal da obra em sua tradução para o idioma português. Desta forma, Onani Master Kurosawa pode ser interpretado como Kurosawa Mestre da Masturbação (a palavra "masturbação", pela primeira vez em seis anos e sete meses de vida do NETOIN!, se faz aqui presente). Se deixar levar pelo indicador da nomenclatura leva apenas a um pensamento direto, sendo este da obra vir à tratar-se unicamente de sem-vergonhice, com adesão de situação extremas sobre o tema proposto em seu próprio título.

Contudo, o dito popular sobre não julgar o livro por sua capa ganhou aqui uma conotação enorme, pois a obra realmente enfatiza o ato da masturbação diária e constante promovida pelo seu protagonista, o jovem Kurosawa Kakeru e não fica presa a tal ato. Na verdade, a prática cotidiana do rapaz serve de alicerce e dá um belo estopim para toda a sequência de enredo da obra que, seguramente, espantou a minha pessoa pelos temas propostos e pelo modo como os mesmos foram trabalhados.

Evidentemente não há nada de errado no ato da masturbação (a ideia de conhecer o próprio corpo é válida no processo), mas o jovem Kurosawa costuma executá-la de uma forma que pode beirar o nonsense categoricamente. O rapaz visita o banheiro das mulheres diariamente na escola, para ali pensar em uma de suas colegas de sala e executar a fidalga ação, deixando o resultado o resultado final da mesma com alegria no lugar.

Dito isto, é possível conotar qual é o comportamento rotineiro do personagem, sendo ele extremamente quieto e de poucas amizades. Sua atividade preferida está, evidentemente, em imaginar que uma de suas colegas está a realizar uma ação voluptuosa em seu membro, e com isso executar a ação já citada anteriormente. E o seu olhar muda todo dia, havendo algumas repetições de "alvo" conforme seja a sua necessidade.

Nakatsukawa, o nobre otaku.

Para que não seja dito que ninguém conversa com ele, um otaku de carteirinha chamado Nakatsukawa vive lhe chamando para trocar ideias e discutir sobre alguns temas, sendo obviamente sempre evitado pelo protagonista. Além disto, um trio de garotas com comportamento totalmente avesso ao que se pode julgar como coerente também se faz presente, fazendo os seus estragos na mentes de aluns estudantes. Aliás, uma pessoa em especial acaba sofrendo demais nas mãos de, pelo menos, duas destas garotas (de nomes Maiko e Ayumi).

Uma jovem de nome Kitahara Aya é o escopo central da pessoa que não consegue se comunicar, comporta-se de maneira quieta no próprio canto e que, acima disto tudo, não consegue agir conforme uma situação assim lhe prenda. Sua apresentação pessoal está longe de ser considerada cult ou de prestígio, mas a soma de todos estes fatores acabam fazendo dela um alvo perfeito. Não para o Kurosawa (embora ele tenha tido a ideia de listá-la para as suas perversões rotineiras), mas sim para uma certa dupla de garotas.

Aqui a obra ganha o seu real contexto. Quando foi enfatizado anteriormente que Onani Master Kurosawa não remetia unicamente ao ato da masturbação de seu protagonista, é porque haviam provas cabais para tanto. E uma delas está nas ações vexatórias pelas quais a Aya era frequentemente submetida, especialmente pelas mãos da dupla Maiko e Ayumi. Sempre quieta, nunca respondera como queria. Nitidamente pensava em dar o troco, mas a Aya jamais teve a coragem de executar a ação com propriedade. Um sentimento plausível de compreensão, mas digno de muita reflexão.

Prerrogativa do medo para a Aya (detalhe).

Entretanto, a jovem Aya fez um contato com o Kurosawa (no banheiro feminino, enquanto o rapaz estava com o membro na mão, literalmente) lhe propondo uma confiabilidade de informação em troca de um grande favor. Sim, ela era astuta e sabia de antemão tudo sobre as ações do rapaz. O ponto chave para que isto ocorresse foi no dia anterior a tal contato, quando a dupla de arruaceiras teve seu uniforme roubado e devidamente tratado com muito carinho pelo responsável da ação (o tom irônico é deveras perceptivo aqui).

À partir daqui, a obra realmente mostrou seu real desenvolvimento. O título circundou entre momentos de extrema seriedade com as ações intermináveis de masturbação por parte do Kurosawa e, ainda assim, teve ainda muito tempo para tratar de temáticas inerentes à sociedade atual ou, caso assim você prefira, enaltecendo questões de confiabilidade, ética, responsabilidade e até do amor. Ao chegar em determinado capítulo, foi possível encontrar a verdadeira razão de ser deste mangá que, caso fosse levado unicamente por seu nome, não teria sido aproveitado como realmente merecesse.

Mas a análise consegue ir ainda um pouco mais além. É possível que você, ao ler esta obra em análise, se sinta chamado a traçar alguma ligação com o seu próprio cotidiano. Não é necessariamente algo que você faça em específico, mas sim que tu saibas que seus amigos ou conhecidos os façam. A chamada é válida para a temática da reflexão, e não apenas para consolidação de fatos ou pela caça constante sobre o que vem à estar certo ou errado (até porque a obra trabalha tal conceito dentro de uma segmentação deveras lenta e frágil, o que acaba propiciando uma experiência de leitura ainda maior).

A jovem Aya, sempre com a sua paciência testada...

Convém destacar também que ele, Kurosawa, mostrou ser um personagem muito chamativo. Sempre que um pensamento sério vinha à sua mente e tudo levava a crer que ele, de certa forma, tomaria atitudes mais concretas sobre o momento da história, a página seguinte cismava em enfatizar o contrário. Isto porque lá se fazia apresentar ele, Kurosawa, exercitando-se da foram mais conhecida pela obra e mostrando ampla satisfação com o resultado final. Mas de forma interessante ele não é um personagem vulgar pois, nas oportunidades em que sua intervenção se fez necessária, suas ações acabaram sendo bem positivas (dentro de suas possibilidades).

Por outro lado, a Aya teve uma representatividade bem diferenciada. Um dito popular pode ser para ela deferido, sendo que o mesmo vem à se tratar do temor ante as pessoas mais quietas de seu círculo de convivência. Independente de haver veracidade ou não em tal dizer popular, a Aya fez questão de dar uma grande força para nele acreditar, pois a sua coragem não se fez presente unicamente no contato com o protagonista. No transcorrer da obra, a pequena (e até então silenciosa) Aya foi um "algo à mais".

E tudo isto culminou com um final particularmente inesperado. Não serão feitas aqui menções sobre o mesmo, nem se ele foi satisfatório ou não para a minha pessoa. A única coisa que precisa ser evidenciada está no fato da obra prender a sua atenção pelos atos que o elenco lhe lança na face, sem pedir licença e nem fazendo as devidas apresentações. Não há muita informação difícil de ser compreendida, mas há situações que realmente poderão mexer com a sua sensibilidade, especialmente no que depender de seu estado mental ao ler tal obra.

Objetivamente

O momento do primeiro contato ente o Kurosawa e a Aya (detalhe).

Onani Master Kurosawa foi lido mediante a uma chamada, na prerrogativa do bom desafio. Convém destacar que tal palavra é usada unicamente como caráter simbólico, tendo em vista que a amiga Roberta apenas salientou que meu comentário no site dela (sobre tal obra) deveria valer, em tese, um post sobre o título. Eis que esta edição da seção Análises em Geral acabou servindo bem para a causa proposta.

No âmbito geral, o título mesclou seriedade e humor, passando por flagelos de romance e pitadas certeiras da acidez do nonsense escancarado em algumas ações por parte de seu elenco (muitas delas protagonizadas pelo jovem Kurosawa). É necessário frisar que tal obra é um web-mangá e, de tal forma, são adicionados alguns valiosos pontos positivos à mais no valor final da mesma.

Sim, minha pessoa recomenda a leitura de Onani Master Kurosawa. A obra pode soar nojenta e até insensível em alguns momentos, mas não há como deixar de citar os toques certeiros de realidade nela inseridos. É uma experiência digna. O costume pessoal de não ler mangás online, como enfatizado na introdução deste post, teve uma razão valorosa de ter sido deixado de lado.

Você gostaria de sugerir algum desafio para este humilde blogueiro?

Até a próxima, visitante!

Leia a análise de Onani Master Kurosawa no Elfen Lied Brasil, ao clicar aqui

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O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

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