Saudações, amigo visitante. O NETOIN! lhe agradece por mais esta visita, convidando-o para ler a octogésima quarta review de anime da história deste blog. Por mais que este espaço na internet seja conhecido pelos textos sobre animes de drama, às vezes variações são benéficas e bem-vindas.
O título da vez será uma obra extremamente conhecida dentre os fãs brasileiros de animação japonesa. Ela é aclamada por alguns e rotulada por outros como um tipo de "anime caça-níquel". E tal título consegue colocar elementos suaves e pesados em sua história, ao mesmo tempo e sem pestanejar.
Toda esta pequena apresentação diz respeito a um anime que apareceu no início dos anos 2000 e que, de tempos em tempos, é reprisado na televisão. Muitos produtos foram vendidos graças á exibição desta animação que contou, inclusive, com o seu mangá sendo publicado em terras brasileiras.
Trata-se de Yu-Gi-Oh!, o anime que muito fala de amizade e do "coração das cartas" mas que, ao mesmo tempo, faz ligações com temas sombrios e pesados. Este blogueiro espera que a review seja de seu agrado, amigo visitante. Boa leitura.
Conhecimentos iniciais...
Yu-Gi-Oh! é um anime que pode ser interpretado das mais diferentes formas. A sua primeira temporada, que é o tema central desta review, foi exibida no Japão entre os anos de 2000 e de 2004, contando com 224 episódios ao todo. Alavancando uma verdadeira febre entre os fãs de um bom jogo de cartas ao melhor estilo Trading Card Game, esta animação foi proveniente do mangá homônimo ( que foi publicado no Brasil, como frisado anteriormente ).
Entender a história que rege o universo de Yu-Gi-Oh! não é uma tarefa das mais difíceis, mas exige certa atenção. Segundo a mesma, conta-se que há cinco mil anos um grande faraó protegeu e salvou o seu povo da destruição. Nesta época, todas as batalhas entre os grandes sacerdotes eram regidas por intermédio de criaturas poderosas, que desencadearam um conflito sem precedentes. Então um grande faraó aprisionou este poder em objetos conhecidos como as Relíquias do Milênio, que se espalharam pelo território egípcio. Desnecessário dizer que, com o tempo, a cobiça atraiu várias pessoas acerca de tais objetos, com a premissa do poder absoluto e incontestável.
Nos dias mais atuais um jovem garoto foi presenteado pelo seu avô, Muto Solomon, com um item estranho e aparentemente raro. Era uma urna que lembrava a cultura egípcia e, dentro dela, havia um quebra-cabeças para montar. Este jovem, chamado Muto Yugi, montou o item dentro de algum tempo sem nunca imaginar o poder que estava para libertar. Até porque, o presente que recebera de seu avô era uma das Relíquias do Milênio.
À partir do dia em que montou o quebra-cabeças, a vida de Yugi não foi mais a mesma. Isto porque um ser passou a dividir o seu corpo. Este ser era um antigo faraó egípcio, chamado Yami Yugi. O jovem garoto, que cultivava uma grande paixão por um jogo de cartas chamado Monstros de Duelo, passou à contar com a sua "contraparte" em grandes momentos no decorrer do anime.
Vale lembrar que Yugi era um rapaz com poucos amigos, dado o seu comportamento cautelar e timidez. Uma jovem de nome Téa Gardner foi uma das primeiras pessoas que o jovem conheceu, além de outros dois rapazes que eram bem diferentes antes de conhecer o Yugi. Estes eram Joey Wheeler e Tristan Taylor, antigos encrenqueiros que se tornaram amigos de Yugi após um interessante evento escolar. Juntos, os quatro jovens passaram à formar um sólido vínculo de amizade e de confiança, onde um sempre esteva pronto para ajudar o outro em qualquer situação.
Com isto, Yu-Gi-Oh! estava disposto à provar que não queria se mostrar como um anime que serviria apenas para propagar uma marca e alavancar a venda de itens referentes à mesma, mas sim apresentar-se com um algo mais. Apesar da aparente ambientação pacífica, Yu-Gi-Oh! escondia muitos mistérios e eventos mais fortes e profundos em suas essências, os quais serão comentados mais adiante.
Sagas e algo mais...
Como já pôde ser visto, Yu-Gi-Oh! possuía uma premissa inicial básica. Mas com o passar dos episódios, o que se fez notar uma caminhada diferente para o enredo do mesmo, onde todos os acontecimentos passaram à conciliar as lições de amizade e valores pessoais com menções constantes à realidades paralelas e até para outros indicativos, sugestivos à temas abrangendo as almas e as trevas.
A apresentação de um obstinado e relutante rapaz, de nome Kaiba Seto, conseguiu dar um toque mais sério e essencial à série que estava, até então, presa à amizade dos quatro jovens já citados. O personagem conseguiu dar o "calor" que o anime estava precisando, regado à tons arrogantes porém criteriosos. E na sequência veio a primeira saga do anime que, em seu final, marcou a real inclusão dos temas mais profundos ao anime. Esta era a saga do Reino dos Duelistas.
Em tal saga, o Yugi buscava recuperar a alma de seu avô, que foi aprisionada graças ao poder de uma das Relíquias do Milênio, que era ostentada pelo então criador do Monstros de Duelo, o conhecido Maximillion Pegasus. Com os seus anseios pessoais que ligavam de forma chamativa os conceitos de "certo" e de "errado", Pegasus pretendia possuir a Relíquia do Milênio que estava de posse do Yugi. Além disto, o jovem Joey buscava vencer a competição do Pegasus para poder pagar a operação de sua irmã, Serenity Wheeler.
Bakura Ryo acabou conhecendo Yugi e seus amigos ao acaso. Entretanto, durante a saga de Pegasus, ele se mostrou como possuidor de uma das mais terríveis Relíquias do Milênio, o que convertia o jovem em uma personalidade demoníaca conhecida como Yami Bakura. Pouco à pouco, Yu-Gi-Oh! passou a demonstrar que seguiria um caminho mais sério e cheio de citações não apenas ligeiramente ligadas à antiga civilização egípcia ( que era uma constante no anime ), como também à provas cada vez mais fortes sobre até aonde poderia ir a amizade que envolvia os jovens já conhecidos.
Conhecidos como fillers, os eventos de ligação entre as sagas se fazem presentes em Yu-Gi-Oh! onde, mesmo neles, algo mais sério cisma em acontecer. Entre a saga do Reino dos Duelistas e a da Batalha da Cidade, novos personagens foram apresentados ( como os inicialmente irritantes Rebecca Hopkins e Duke Devlin ).
Em si, a saga da Batalha da Cidade conseguiu ser longa o bastante, mostrando uma faceta cada vez mais profunda do aclamado jogo Monstros de Duelo. Se o jovem Kaiba era obstinado na organização de tal evento para provar ser melhor que o Yugi, havia alguém que ali estava para querer dominar o mundo, sendo este um antigo guardião egípcio de nome Ishtar Marik que, por sinal, era também dono de uma das Relíquias do Milênio. Nesta saga o conceito do Domínio das Trevas ganhou força, onde aqueles que duelavam e eram derrotados em tais domínios, tinham as suas almas capturadas.
A inserção das três mais poderosas cartas de Monstros de Duelo também marcou a saga da Batalha da Cidade: tratavam-se dos três Deuses Egípcios. Sequencialmente, uma saga ainda mais sombria tomou conta do universo de Yu-Gi-Oh!, onde um homem de nome Dartz recrutava várias pessoas ( entre eles a Mai Valentine, grande conhecida à partir da saga do Reino dos Duelistas ) para lutar sob o seu propósito, utilizando de pequenas distorções nos sonhos de seus "seguidores" para atingir o seu objetivo que era, para variar, a dominação do mundo. O Lacre de Orichalcos era a simbologia mais do que perfeita para tal ideal e demonstração de cobiça.
O anime foi marcado por outros eventos na sequência do último citado. No geral, tudo passou à fixar-se no porque da alma do antigo faraó egípcio estar aprisionada no mundo atual. Não se sabia se era alguma anomalia temporal, ou se apenas era a alma do Yami Yugi que estava à habitar a Relíquia do Milênio do jovem Yugi. Por sinal, o nome deste antigo faraó era Atem.
Um grande ponto positivo deve ser enaltecido. Durante todo o anime, Yu-Gi-Oh! mostrou as razões para cada personagem ali estar e, não se limitando à isto, explicou o porque das ações de cada um dos integrantes de tal obra. Não muito pela história ser complexa ( até porque, como se faz notar, complexidade não se encaixa no contexto deste anime ), mas sim pela facilidade atribuída pela mesma para que cada personagem pudesse se mostrar verdadeiramente.
Características marcantes
Yu-Gi-Oh! pode ser considerado, sem exageros, como o anime que teve uma das melhores dublagens já feitas no Brasil. No que diz respeito ao material visual em si, deve-se ter em mente que a versão exibida em solo brasileiro foi proveniente dos Estados Unidos ( 4Kids ). E muitas diferenças se fazem notar com tal dado de importância.
Desde o tema de abertura até as insert songs, Yu-Gi-Oh! teve muitas mudanças em comparação com o original japonês. Muitas frases dos personagens e cenas do anime sofreram cortes e/ou foram alteradas para se ajustar ao padrão norte-americano. Para se ter uma ideia, o que era mencionado como Domínio das Trevas na versão que veio ao Brasil era definido, diretamente, como a morte do duelista no original japonês.
Os próprios nomes dos personagens sofreram alterações, para que ficassem mais familiarizados com a cultura ocidental. No início desta review você pôde conferir o nome original da Téa. Fique à par, por exemplo, que os nomes originais do Joey e do Tristan são na verdade Katsuya Jonouchi e Honda Hiroto, respectivamente. Há quem julgue isto apenas como um fator de adaptação aceitável, ao mesmo passo em que existem pessoas que não toleram tal tipo de modificação na obra.
Um outro ponto que merece ser comentado sobre o anime diz respeito aos seus personagens. Por muitas vezes o tema da amizade é trabalhado de uma forma que, em realidade, pode facilmente deixar algumas pessoas enjoadas e ( de alguma forma ) até irritadas com o anime. Mesmo com a inclusão de personagens do calibre de Kaiba Seto e Yami Bakura, com seus comportamentos e personalidades fortes, os fatores amizade e moralidade são densamente citados.
Por outro lado, Yu-Gi-Oh! faz questão de mostrar para todos eventos que podem deixar alguns com certo medo e/ou receio da obra. Falar abertamente de temas como as trevas, mesmo que com diversas conotações, pode afastar prováveis espectadores da série e leitores do mangá. Cabe aqui apenas deixar claro que Yu-Gi-Oh! não é, por tal razão, um anime que possa ser considerado infantil.
Por fim vale mencionar que, principalmente no início do anime, as regras para a execução de uma partida em Monstros de Duelo não devem ser levadas em consideração para serem usadas na vida real. É bem verdade que, mais para frente, o anime exibe algumas regras e definições mais reais ( como o sacrifício de monstros fracos para a evocação de outros mais poderosos ) mas, ainda assim, é algo que deve ficar sumariamente restrito ao anime e ao mangá da obra.
Objetivamente
Com o todo que foi aqui mostrado, Yu-Gi-Oh! pode ser considerado um anime que procura entreter de forma convincente e chamar a atenção para o jogo em exibição, ao mesmo tempo. Em outras palavras, o anime diverte e vende ( indiretamente ) produtos relacionados. Ao contrário de algumas obras que possuem o propósito comercial fixo, as aventuras de Yugi e sua turma conseguiram uma diferenciação delas neste aspecto.
Sendo o anime então produzido pelo Estúdio Gallop ( em companhia do Nihon Ad Systems ) pode-se dizer que a apresentação visual de Yu-Gi-Oh! é competente e eficaz o bastante. Os efeitos nos duelos são interessantes e podem prender a atenção com facilidade, especialmente entre os mais jovens espectadores. Na parte acústica o anime não consegue se destacar, por mais que seus efeitos sonoros sejam normais.
Por tudo que foi aqui mostrado, Yu-Gi-Oh! é facilmente um anime recomendável. Tendo a oportunidade, assista-o sem grandes hesitações. Sim, pois agora é a hora do duelo!
[ made in NETOIN! ]
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui. |
Muito bom review sobre esse grande anime. Assisti ele durante a minha infância, e também fui pego pela febre de Yu-gi-oh. (Que para mim, ainda não acabou, ainda compro cartas e jogo)
ResponderExcluirRelativamente, junto com Gundam Wing, Pokemon, Digimon e Dragon Ball Z, foi um dos animes que certamente marcou a infância de pessoas (que assinavam TV a Cabo) da minha época, e a infância de outras gerações. (Passou na TV Globinho depois)
Tenho todos os mangas (Versão Brasileira) do Yu-gi-oh. Foi uma pena que cortaram algumas sagas (a saga do Kaiba Gozaburo e o Exodia Necross, a saga do Orichalcos) para correr logo com o final, porém, no começo da história, mais especificamente até o volume 2 (Versão Brasileira), há apenas situações de cotidiano com Yami Yugi aparecendo. Os Monstros de Duelo só foram aparecer no volume 3. É possível ressaltar também que nem todas as situações de cotidiano do começo do manga e certas sagas curtas do manga não foram incluídas na versão Anime.
Prezado "Jeguy Hope", vc está completamente equivocado quando diz que
ResponderExcluir"Tenho todos os mangas (Versão Brasileira) do Yu-gi-oh. Foi uma pena que cortaram algumas sagas (a saga do Kaiba Gozaburo e o Exodia Necross, a saga do Orichalcos) para correr logo com o final"
Se vc se diz realmente FÃ de Yu-Gi-Oh deveria saber que o mangá publicado aqui é o mesmo que foi publicado no Japão. Integralmente. Essas dois arcos que voce citam só existem no anime. Pra encher linguiça.
Yu-Gi-Oh até o volume 6 ou 7, antes do Exodia aparecer é uma bela chatice. Tanto que foi feito um anime para essa parte em especifico do anime e ficou muito estranho.
O mangá começa a ficar bom é na hora que o Kaiba e o Yugi duelam e aparece o Exodia e bla bla bla...
Para alguém que se diz fã você está mal informado hein? huahuahuhauhuaa
Em relação à crítica, devo dizer que essa informação estava contida em um certo site, cujo nome não irei mencionar, que provavelmente confundiu essa série: http://books.shueisha.co.jp/CGI/search/zen_list.cgi?siries_isbn=X78-4-08-618574-5&siries_kanren_isbn=&mode=2 com mangás extras do Yu-gi-oh, dizendo que deveria ser uma versão nova que deveria incluir tais sagas. Já que a sua pessoa se sentiu tão incomodada com o erro que cometi por ter confiado em certa fonte, pedirei desculpas.
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