Sobre as estrelas...
Planetarian é uma obra na qual este humilde blogueiro aguardou longos anos para que, um dia, sua versão em anime fosse anunciada. Tal fato ocorreu em 31 de março de 2016 (primeiro de abril no Japão), momento no qual a chamada em pauta foi feita. Com tal a minha pessoa sorriu como não se via há muito tempo (com uma notícia da área animística). A história deste título, contando os eventos pós-apocalípticos de um planeta Terra que conheceu os horrores da guerra nuclear e biológica, por si só já instigavam e muito a atenção.
Contudo, haviam dois pontos que faziam uma grande curva em tal enunciado. Estes estavam presentes na sua dupla de personagens, que não apenas souberam seguir adiante com as suas convicções em pontos bem opostos quanto àquela realidade, como também mostraram o quanto um ambiente pode interferir e modificar as suas próprias vidas, mesmo que um deles não fosse um ser humano pleno. Fala-se aqui da simpática robô Hoshino Yumemi, que era a atendente e apresentadora do Planetário presente no Centro Comercial Hanabishi. E também faz-se alusão ao humano Kuzuya (um Junker), sobrevivente naquele mundo caótico cujo cotidiano era de correr entre diferentes locais na busca de itens básicos para a sua sobrevivência.
Um verdadeiro acaso do destino possibilitou que os dois se conhecessem. Mesmo com as incensantes falas e repertório circular de ideias por parte da Yumemi, o Junker gradativamente foi mudando o seu status normal cuja ambientação lhe obrigava à seguir e, assim, passou a ver na citada robô algo que poderia mudar o seu próprio futuro. Ao longo dos cinco episódios do anime, Planetarian não apenas seguiu fielmente a kinect novel original como também (e principalmente) soube emocionar em uma medida sem igual, quase ímpar. Pode-se aqui dizer que esta foi uma obra cuja espera recompensou com um retorno realmente maravilhoso e expressivo.
Kuzuya: antes era um, Junker, e hoje é o "homem das estrelas".
Porém, junto ao anúncio da série em anime também foi revelado um filme para Planetarian, que teria como enredo uma história contada no seu próprio futuro, passando-se décadas após aos eventos conhecidos da knect novel e do anime em si. O nome completo para tal animação especial é Planetarian: Hoshi no Hito, o que acabou fazendo total e irrestrito sentido (em uma tradução mais literal, este filme pode ser intitulado como Planetarian: O Homem das Estrelas). Tudo isto porque certo personagem acabou carregando consigo um impulso de existência que, antes, pertencia a uma simpática e amável robô de um certo Centro Comercial que havia ficado para trás.
Enquanto esteve junto do Junker, a Yumemi (mesmo que sem notar) acabou passando para ele não apenas o conhecimento que tinha da astronomia em si (em espacial à devoção com as estrelas em um céu noturno), como também mostrou ao humano que os sentimentos mais ricos possíveis estavam vívidos nela, mesmo com o planeta Terra em estado tão deprimente e praticamente "morto". Após a uma despedida cheia de significados e emoções (veja nos comentários semanais do anime presentes aqui no Netoin!, que podem acessados na página de matérias especiais), este mesmo Junker abandonou o seu antigo cotidiano para dedicar-se à mostrar aos sobreviventes que encontrava em suas andanças um novo significado para as suas próprias vidas, através de uma demonstração simples e direta de como eram os céus antes da calamidade que assolou o mundo.
Kuzuya, o Junker, passou a ser conhecido como "o homem das estrelas" por onde andava. A fama de suas apresentações e ensinamentos não demorou para ser comentadas em várias comunidades de sobreviventes. Ao mesmo tempo, este homem estava à procura de alguém que pudesse receber uma preciosidade à ele confiada pela Yumemi. Em outras palavras, além dos ensinamentos sobre as estrelas, o Junker buscava encontrar uma robô que pudesse servir aos mesmos propósitos que sua antiga amiga de décadas atrás. Isto tudo acabou formando o conceito base por detrás do enredo de Planetarian: Hoshi no Hito.
As crianças: Rutsu, Rebi e Yobu. A líder da comunidade: Ezura.
O Kuzuya, já em idade avançada e vencendo obstáculos como as condições climáticas e de locomoção, acabou chegando em uma comunidade humana bem distante da cidade onde a Yumemi se apresentava em um planetário. Três crianças o salvaram da morte, sendo seus nomes Rebi, Yobu e Rutsu. Estes jovens nasceram com a Terra já no estado conhecido, como um planeta quase morto, e desde cedo ajudam os adultos na comunidade nas tarefas mais diversificadas, visando a sobrevivência geral como um todo.
Contudo, assim como boa parte dos humanos que restaram no mundo, estas três crianças também desconheciam o simples significado da palavra estrela, isso sem mencionar a existência de tais astros. Durante o filme, o Kuzuya se apresentou como sendo o "homem das estrelas", chamando a atenção da líder daquela comunidade e de todos os demais. A animação mostrou que os três jovens, bem como a dita líder e a jovem Eremiya (que cuidava destas crianças) acabaram dando uma boa acolhida ao recém chegado, mas também demonstrou que as demais integrantes de tal comunidade viam o Kuzuya como alguém desnecessário, cuja idade avançada só atrapalharia e que, além de "desviar" as crianças de suas obrigações, também acabaria fazendo com que a alimentação e matérias básicas quase escassas naquele lugar sumissem mais rapidamente.
Comentários maldosos ditos por várias integrantes da comunidade, do nível "se ele fosse ao menos trinta anos mais novo dava para aceitá-lo aqui", causaram fúria no jovem trio de amigos (especialmente ao Yobu). Ainda assim, tanto ele como a Rebi e o Rutsu seguiram escutando-no e aprendendo acada vez mais com este verdadeiro "homem das estrelas". Porém, e infelizmente, um triste final para isso tudo já estava ali anunciado, uma vez que as pessoas da comunidade aparentavam não ligar muito para os ensinamentos do antigo Junker, além do que já foi explanado no parágrafo acima.
Uma realidade sofrida.
A verdade é que Planetarian: Hoshi no Hito não fugiu daquilo que se poderia imaginar que acabaria ocorrendo. Ainda assim, as três crianças acabaram sentindo para si o descaso com o qual acabou sendo tratado o Kuzuya e, mesmo estando à par daquilo que viria à ocorrer, a minha pessoa não deixou de se emocionar em um único momento desta animação. Mesmo que você não tenha lido a novel original desta história, o filme faz questão de entregar abertamente para ti tudo o que viria à ocorrer e, sinceramente, não se pode colocar isso como uma característica negativa por uma razão simples, na qual seria muito indigno e injusto fazê-lo.
Ações simples como uma troca de itens especiais (entre as crianças e o Kuzuya) e a recompensa que ele, o "home das estrelas", teve ao final do todo acabaram sendo dignas o bastante de menção profunda, além daquela tristeza que vem à tona tão somente pela simples lembrança que tais momentos trazem consigo. Um filme cuja estrutura de enredo foi simplesmente memorável, elogiável em larga escala e, sobretudo, emocional. Desta forma, Planetarian: Hoshi no Hito acabou sendo uma experiência em filmes de animação japonesa que não apenas está dentro do chamado apreço pessoal deste blogueiro, como merece aqui uma forte e merecida recomendação.
Cabe aqui fazer uma justa menção à parte técnica deste filme, cujo estúdio David Production acabou mostrando o mesmo bom trabalho que já havia ofertado à série de cinco episódios. Cenários detalhados, animação bem fluída e desenho de personagens muito bem ajustado. Sobretudo, a trilha sonora de Planetarian: Hoshi no Hito merece também seus elogios, não por apenas ter mantido o acorde da série em ONA como principalmente por ter brindado à todos com uma bela música de encerramento ("Hoshi no Fune", cantada pela Lia).
Eremiya e as três crianças, em um momento de grande preocupação e tristeza.
Caso você não tenha assistido os cinco episódios da série em ONA, ou nem teve acesso à knect novel original de Planetarian, ainda assim você poderá assistir a este filme sem grandes preocupações, nobre visitante. Isso é bem possível, uma vez que esta obra apresenta todos os principais trechos da animação em ONA durante sua exibição. É bem verdade que, neste ponto, poderão haver críticas severas (uma vez que tais momentos representam quase cinquenta por cento do filme em si), ainda mais se tu já tiver assistido ao ONA e/ou apreciado a kinect novel da obra.
No mais, o único arrependimento deste humilde blogueiro está no fato de ter assistido esta animação apenas sete meses após a sua estreia original no Japão (o filme foi lançado oficialmente em 3 de setembro de 2016). Não é algo que possa ser conceituado como grave ou próximo à isto, mas não deixa de ser um ponto à ser destacado. A espera para assisti-lo não foi tão longa quanto ao aguardo de um dia poder ver Planetarian em anime, mas valeu muito a pena de maneira igualitária.
O registro está dado, de maneira oficial. Planetarian: Hoshi no Hito merece ser visto e apreciado com muita calma. Os quase cento e vinte minutos de filme souberam emocionar, fazer com que lágrimas caíssem no rosto deste humilde blogueiro e, com "Hoshi no Fune" sendo entoado nos créditos do mesmo, a fala de apresentação da simpática Yumemi pode ser ressoada para todo o sempre, pelo vasto e interminável universo. Mais uma obra altamente recomendada aqui no Netoin!.
A Yumemi aguarda à todos no seu planetário...
Imagens...
Clique nelas para vê-las em tamanho real..."As pequenas e curiosas crianças..."
"A líder da comunidade e a atenção dispensada ao recém-chegado..."
"Conhecendo as estrelas..."
"Quando a fatídica decisão é tomada..."
"O momento de uma grande surpresa para o Kuzuya..."
Planetarian: Hoshi no Hito
- adaptação em filme animado de uma das novels de Planetarian -
estúdio: David Production / lançamento: setembro de 2016
- adaptação em filme animado de uma das novels de Planetarian -
estúdio: David Production / lançamento: setembro de 2016
*** avaliação final: 9,5 pontos de 10,0 possíveis ***
"Bem-vindo ao planetário. Aqui está o seu buquê, senhor cliente."
Até a próxima!
[ made in Netoin! ]
Planetarian simplesmente consegue arrancar lágrimas dos meus olhos!
ResponderExcluirO filme trouxe o cenário de décadas após a série, mostrando o como o Kuzuya estaria posteriormente depois do encontro com a Yumemi. Achei interessante a forma como os animadores e diretores da série se preocuparam em conduzir a história, fazendo com que outras crianças continuem a disseminar os conhecimentos sobre o vasto mundo das estrelas.
No momento em que via, não conseguia parar de pensar no quanto o homem, na medida em passam os anos, deixa suas traços por onde passa - sendo bons ou ruins. Kuzuya largou as armas e passou a carregar consigo as memórias da Yumemi, que revelam felicidades únicas de cada pessoa que esteve naquele planetário.
A cena final, para mim, foi a de maior impacto emocional. O instante em que ele abre as portas e a fofa robô está o esperando com o verdadeiro buquê demonstra que neste momento em diante tanto humanos quanto máquinas podem conviver em um mesmo espaço. As lágrimas de Kuzuya são sinceras. Além disso, em suas últimas imagens oníricas, o Kuzuya nota que a Yumemi pode finalmente derramar lágrimas, não de tristeza, mas sim de felicidade. O alcance da eterna felicidade, pois ambos continuarão juntos nas "estrelas".
Talvez minha visão tenha ultrapassado demais, mas esse é o ponto em que queria chegar.
Gosto bastante da série, dos personagens, seiyuus (Daisuke Ono :P) e principalmente da arte!
A música de desfecho da Lia também é outro aspecto que chama minha atenção!
Abraços!
Saudações
ExcluirGrande e nobre Melissa, concordo totalmente contigo. E muito mesmo.
O filme de Planetarian é mágico. Estrondoroso. E sabe emocionar bem além da medida.
Muito agradecido.
Até mais!
Também adorei e olha q eu odeio animes de apelação à inteligência artificial,mas essa obra foi incrível,me emocionei.
ExcluirSó penso q poderia ter feito a sequência da historia dele diferente....
Exemplo,ele sair pelo mundo e passar uns 3 a 5 anos e encontrar um lugar como esse do filme onde encontraria uma garota q sua avo sobrevivente teria contado pra ela desde criança a maravilha de ver as estrelas q foram um incentivo pra o ser humano em criar historias e um icone a admirar e eles se encontrariam e ela passaria a ver no projetor dele aquilo q ela sempre sonhou em ver e saíssem juntos nessa caminhada pelo mundo pra divulgar e resgatar a admiraçao do ser humano pelas estrelas e no caminho se apaixonassem e construissem uma familia....
E claro começaria com crianças tambem mas sendo netas deles e ele morrendo e deixando a historia pra ser seguida pelos netinhos,como a mae dele deu aquele colar de cisne contando sobre as estrelas pra ele quando criança e tambem da sua esposa q a avó dela a teria contado....
Pra mim isso seria o premio maior da obra mas nao foi assim...
E so pra deixar claro tambem gostei de como fizeram no filme fico legal tambem
Saudações
ExcluirEu sinceramente tenho que o filme de Planetarian beirou a perfeição, da maneira como a qual ele foi feito mesmo, nobre.
A história que tu escreveu no comentário é boa. Mas, de certa forma (salvo engano de minha parte), ficaria algo baseado no chamado "senso comum".
Trazer ao enredo um pequeno grupo de sobreviventes, naquele planeta que ainda vive sob a esfera das sequelas feitas pela própria humanidade, foi uma decisão bem acertada. Ademais para o fato de, neste grupo, ninguém dar atenção para o cosmos (e isso é esperado) além de três crianças que, de relutantes no início, passaram a admirar e querer saber mais daquele senhor, que outrora era um Junker mas que, depois dos eventos com a simpática robô Yumemi, passou a se considerar um tipo de sucessor dela em suas ações.
Na minha opinião, friso, o filme se saiu bem pelo escopo do parágrafo acima.
Agora é aguardar o OVA a ser lançado em setembro-2020 (se não houver algum adiamento), chamado [Planetarian: Snow Globe], que contará um pouco do cotidiano da Yumemi, dias antes da catástrofe cair na Terra (iniciar-se a grande guerra).
Grato pelo seu comentário.
Até mais!