A grande chamada!
O NETOIN! tem realmente chamando por muitos amigos para esta humilde casa na internet, com o intuito claro e conciso de aqui manifestarem as suas opiniões sobre o universo dos animes e mangás, provenientes diretamente do distante Japão. Pessoas que são blogueiras natas ou não já mostraram aqui o que pensam sobre diversos temas tratados e, neste momento, você será apresentado a mais um destes temas, amigo visitante.
É de longa data o anseio de minha pessoa em esboçar aqui um texto (ou um aparato destes) realmente sucinto sobre Monogatari Series. Aliás, poderá ocorrer uma review de Bakemonogatari para breve, mas a chamada em si é mais vistosa pelo apelo de uma visão mais ampla sobre o título. E para que isto pudesse ocorrer com precisão, foi solicitada a ajuda prontamente bem recebida de dois grandes mestres desta área na atual blogosfera brasileira de animes.
Sem maiores delongas, os nobres Claudionor e Marcela, que trabalham juntos no blog parceiro OtomeGatari, irão apresentar aqui no NETOIN! dois textos extremamente sucintos e opinativos sobre dados técnicos, teóricos e práticos no que tange ao vasto universo de Monogatari Series. E o primeiro post especial irá iniciar-se mais abaixo.
Aprecie-o, visitante.
Momento da apresentação!
A preparação é importante...
Yaho! Ou seria “Yaho, netin~”?
Não sei se você já me conhece ou pelo menos tem alguma noção da minha existência, mas sou a Marcela do OtomeGatari. Não tenho nenhum apelido interessante ou coisa do gênero, é só o meu nome mesmo. Ao final desse post, provavelmente vão ter esquecido meu nome e simplesmente me chamar de “aquela maníaca por Monogatari Series”. Fui convidada pelo Carlírio para professar a palavra do mestre Nisio Isin aqui no NETOIN!, especificamente sobre a relação íntima entre as light novels dessa incrível série e suas adaptações animadas.
Mas, antes de tudo isso, que tal entender um pouco mais sobre o quê é Monogatari Series?
A calmaria antes da tempestade
A cabeça baixa...
Então, Monogatari Series é uma série de light novels do autor Nisio Isin, que você talvez conheça a partir de seus outros trabalhos: Medaka Box, mangá (como responsável pelo roteiro); Katanagatari, light novel e Zaregoto Series, também light novel.
A série, Monogatari, está por aí desde 2006 com Bakemonogatari, seu primeiro volume. Atualmente tem mais ou menos quinze à dezesseis novels publicadas, uma permanecendo como incógnita se será publicada ou não. Note que a velocidade de escrita do autor é admirável – cerca de quinze livros, mesmo sendo do caráter light novel – ou seja, uma leitura leve – em aproximadamente sete anos. Pode até parecer pouco devido ao número de páginas, mas vale ressaltar como o conteúdo é detalhista e repleto de referências à conhecimentos de mundo, cultura pop e piadas um tanto. Complicadinhas, até para os japoneses.
Recebeu uma adaptação para anime em 2009 pelos estúdios SHAFT (Mahou Shoujo Madoka Magica, ef~a tale of memories e ef~a tale of melodies) com ninguém menos que Akiyuki Shinbo encarregado da direção. A série muito bem recebida, até mais do que o esperado, indicado pelo grande economia feita nos episódios finais e muitos dizem que até hoje os estúdios SHAFT faz uso da grana recebida de Monogatari e que isso sustentou quaisquer projetos seguintes. Enfim, não é pouca coisa, meu amigo!
O efeito surpresa...
E sobre a história, porque até agora eu só falei de tecnicidade chatas pra você, vou tentar sintetizar o melhor possível para que a compreensão seja, assim, minimamente compreensível: a história (generalizando) gira em torno do jovem Araragi Koyomi, 17 anos, que é 1/9 de vampiro e seu envolvimento com aberrações, assombrações – chamadas de kaiis. Com o passar das novels a gama de personagens vai aumentando e os casos vão se tornando cada vez mais sérios. Como dizem em inglês, “and the plot thickens”.
Agora, amarre os cintos. E o cérebro.
Uma adaptação mais que perfeita
O momento do abraço caridoso...
Uma coisa impressionante a se notar logo de começo na relação entre a light novel e seu anime é: parece que um nasceu pro outro. Sério. Não tô dizendo isso porque eu sou muito fã. Tá, talvez. Mas Monogatari, como muitos animes da SHAFT e ainda mais os que passam pelo Shinbo, possui um estilo artístico extremamente peculiar, pra não dizer “excêntrico pra caramba”. Isso pode até afastar algumas pessoas da obra por assustar alguns, admito que inicialmente não fazia ideia do que estava assistindo e quase droppei, mas aí vem a análise de como isso funciona como adaptação.
A novel de Monogatari, por se tratar de uma light novel com parágrafos curtos e tudo mais, não é tão rico em detalhes. Você não vai ver uma descrição de cenário ou de personagem que dure meia página a nível de Tolkien (isso pegando um extremo), então há de se admitir que aumenta a dificuldade em transformar aquelas palavrinhas em imagens. Não é como adaptar um mangá – que você pode mudar o traço um pouquinho, mas o cenário está lá, todo pronto, facilitando mais o trabalho imaginativo.
A conversa necessária...
Além disso, não é uma obra muito agitada. Os diálogos são inúmeros e há novels onde seguem-se capítulos atrás de capítulos permanecendo no mesmo diálogo, na mesma conversa entre os personagens. Agora, pergunto pra você: como adaptar uma obra onde os personagens só falam? Como adaptar uma obra onde não há tantos pulos, corridas, lutas de espadas, caça à titãs ou outras baboseiras desses tipos que tanta gente gosta? Vou pegar como exemplo para essa situação uma das adaptações que mais me impressionou – a carta da Hanekawa Tsubasa no arco Tsubasa Tiger da novel Nekomonogatari (Shiro), que foi compreendida entre os episódios um e cinco de Monogatari Series Second Season (aka: Zenmonogatari). Na novel, é o capítulo sessenta e um e, aqui no meu "Libre Officezinho", são vinte e três páginas páginas. Vinte e três páginas. Não tem nada além da carta – nenhuma luta. Nenhuma cena movimentada. São reflexões, sentimentos, pensamentos. Sério, se coloque no lugar do diretor: como você adaptaria algo desse gênero sem se tornar extremamente monótono?
A relação entre esses dois, anime e light novel, é fantástica, porque há uma grande química entre o trabalho do Nisio e do Shinbo, justamente pelo Shinbo ter conseguido captar a essência de cada diálogo, de cada momento da série, e conseguir transmitir isso para uma animação. A adaptação de Monogatari está baseada na sutileza dos detalhes – a absorção dos elementos nas entrelinhas. O que o Nisio escreve é mínimo comparado ao que o Shinbo apresenta (visualmente falando). Entretanto, ao assistir após ler, sinto uma conexão especial, quase como se o Nisio tivesse escrito a pedido do Shinbo. O que eu senti assistindo Nekomonogatari (Shiro) após ter lido a light novel foi exatamente isso, como se tudo tivesse sido planejado. Como se os dois, diretor e autor, fossem amigos de infância realizando um sonho, porque o Kokoro Connect deles é perfeito. Baloon Vine teria inveja de como eles são ligados. É mágico, da maneira mais simples que posso colocar.
O semblante não parece algo querer esconder...
...mas o efeito surpresa é mais do que real.
Já parou pra pensar sobre quantas lutas, quantos momentos de ação realmente tem em Monogatari? Contando Bakemonogatari, Nisemonogatari e demais séries. Claro, as lutas são marcantes – quem não se empolgou assistindo Rainy Devil x Araragi que atire a primeira pedra – mas elas são mínimas! Estão concentradas na finalização do arco, no seu ápice, somente para um processo de culminação das emoções até ali. Noventa porcento do que passou foram conversas (e mais conversas). Aí que está novamente a magia da relação: você não cansa! Tu fica assistindo vinte minutos de conversa e consegue ficar entretido em pelo menos oitenta porcento de tudo. Isto porque as loucas referências pops tanto do Nisio quanto do Shinbo, a maluquice toda dos variados estilos misturados – o episódio três que o diga, misturando várias vezes o estilo cartoon, ou o episódio nove, misturando estilos de mangá um tanto mais antigos, das décadas de setenta e oitenta do século passado. Para o cômico, para o estranho, para o drama – o ritmo entre o conteúdo e o visual é perfeito.
Não sei muito sobre música, mas vou me arriscar.
Em meio a uma aglomeração...
A parte sonora, grande trabalho de Satoru Kosaki, é na maioria das vezes algo que transpira originalidade e personalidade, assim como os momentos onde cada um é empregado. Um fator altamente positivo é a diversificação dos estilos – quem esperaria que teríamos algo tão latino acompanhado a carta da Hanekawa? Ou aquele violão (seja lá o que for), que toca no primeiro PV de Nisemonogatari? Sem falar dos estilos tipicamente japoneses. Tudo está lá, presente, seguindo o fluxo do visual e do conteúdo.
Abrangendo tanto a parte visual quanto a sonora, uma característica que adoro dessa série são as openings únicas dadas a cada personagem. Sempre lembro da Kirino dizendo, ao ganhar uma adaptação de anime lá na primeira temporada, como queria que cada episódio tivesse uma opening diferenciada (risos frenéticos).
Desejos, sonhos, vontades, anseios, perspectivas...
Tudo bem, Monogatari pode até passar uns três episódios sem ter a opening quando passa na televisão (porque nos blurays isso é corrigido e todos os episódios tem a opening do respectivo arco), mas a enfatização dada pros personagens é algo maravilhoso de se ver! É uma opening cantada pela dubladora da personagem e a letra diz respeito a ela. É uma outra visão, uma visão musical sobre aquele personagem. Algo mais subjetivo. Você consegue absorver muito mais detalhes minúsculos observando a opening, a letra da música e como cada momento se relaciona. Dá mais vida, mais personalidade, mais conceito à personagem (ela parece estar viva na sua frente, em carne e osso). Não, não só ganha vida, mas se torna mais humano. Sim, humano. Aquela coisa 2D tem sentimentos 3D.
Então, por fim...
A estrela!
Então, seja um belíssimo chute de trivela do Shinbo na maneira como ele adaptou Monogatari ou seja uma empatia dos ancestrais dos dois, o resultado é somente um: Monogatari sendo exatamente como Monogatari deve ser. Esse relacionamento com altos e baixos na qualidade da animação, uma música que canta cada frase da light novel sem precisar de uma voz, uma ênfase de toda maneira possível em seus personagens.
Se está aproveitando e cavando o máximo que podem essa mina de ouro? Pelo amor de Nadeko, não há dúvida algumas disso. Mas não tenho nada além de agradecimentos a dar por esse interesse na mina de ouro, porque, amor ou dinheiro, o carinho dado na série é imensurável. O trabalho tem suas falhas, como qualquer outro, mas sua excelência está em tirar o foco das falhas de tão imensos que são seus sucessos.
Tudo que nos resta é a dúvida se o Nisio é gay pelo Shinbo, ou vice-versa. Eu acho que sim.
O NETOIN! agradece a participação da Marcela Botelho
neste guest post especial sobre Monogatari Series.
Amigo visitante, prepare-se que no domingo (10 de novembro),
a segunda parte deste especial estará aqui presente.
Até a próxima!
Visite o blog parceiro OtomeGatari, ao clicar aqui
[ made in NETOIN! ]
Conheça a jovem convidada, visitante...
Um dia a palavra de Monogatari será devidamente compreendida por todo o planeta... |
Cara, mt boa a análise da Marcela, parabéns Marcela!! Eu (xpectrum) e o Kira, somos adoradores do trabalho do Nisio em monogatari. A série é fantástica e foi praticamente resumida quando vc diz que há muito diálogo e vc não cansa. Enfim, se for me estender vou acabar escrevendo um segundo post aqui. Parabéns pela iniciativa, apesar de assistir a série e ter lido os novels que saíram, não me arrisco a falar sobre ela, minha opinião pessoal influenciaria e muito meus textos rsrsrs... Kiss-Shot Acerola-Orion Heart-under-blade so kawaii
ResponderExcluirSaudações
ExcluirÀ bem da verdade, nobre Mashiro, o fato de haver muitos diálogos e pouca ação é que afasta a maior parte das pessoas de Monogatari Series. A amiga Marcela sabe disto, mas procurou usar este dado à favor dela no texto.
Em meu ponto de vista, ela conseguiu executar a ação com primazia.^^
Até mais!
Jogando Monogatari Series como prioridade na lista pra assistir, depois desse post.
ResponderExcluirMuito bom!!
Saudações
ExcluirNobre Adrielle, aconselho-te a assistir as séries anteriores antes de embarcar de vez na atual, a Monogatari Series.
Comece por Bakemonogatari, que foi ao ar em 2009. Depois vá para a temporada seguinte, que foi Nisemonogatari. Por fim, poderás assistir a Monogatari Series Second Season sem nenhum problema.^^
Mas é apenas a minha sugestão, ok?
Até mais!
Não esqueça de Nekomonogatari (Kuro) também! :3
ExcluirQue no caso saiu após Nisemonogatari.
Saudações
ExcluirPode me corrigir, mas Nekomonagatari (Kuro) está dentro de Monogatgari Series Second Season, não?
Até mais!
Esse é um erro comum até, mas não. Nekomonogatari (Kuro) é um OVA de 4 episódios que saiu em dezembro de 2012.
ExcluirO que está dentro de Monogatari Series seria no caso o Nekomonogatari (Shiro).
Nekomonogatari (Kuro) é o ínicio do caso da Black Hanekawa e o Shiro é a finalização desse caso.
Saudações
ExcluirChamativa a linha cronológica estabelecida na série Monogatari.
Me recordo de já ter visto um ótimo material sobre isto exposto no OtomeGatari.
Essas pequenas diferenciações na nomenclatura realmente pedem por um estudo mais aguçado de minha parte.
Até mais!
Pela ordem cronológica seria Kizumonogatari - Nekomonogatari (Kuro) - Bakemonogatari - Nisemonogatari - Nekomonogatari (Shiro) (e o resto do Monogatari Series, que também vem com a ordem cronológica alterada de certa forma).
ResponderExcluirSaudações
ExcluirHum...
Realmente, tal como se fez estipular no blog parceiro OtomeGatari.
Até mais!
ei alguém sabe quando vai sair o filme Kizumonogatari ?
ResponderExcluir