Saudações, visitante. A seção Análises em Geral retorna após uma semana para apresentar-lhe mais impressões deixadas por um mangá publicado em solo brasileiro. Entretanto, não se trata puramente de uma obra com história apenas fictícia, ou que venha à mostrar um pouco da realidade que nos cerca por meio de um enredo e de personagens chamativos e/ou cativantes.
O que verá, neste texto, é um pouco sobre um dos eventos mais negros de toda a história da humanidade: a Segunda Guerra Mundial, travada entre 1939 e 1945, lembrada desde então sobre o poderio que o homem tem para, não "apenas" acabar com a própria espécie como, principalmente, com a Terra como um todo.
Mas o foco da publicação está na abordagem de alguns eventos ocorridos no citado conflito mundial, dissertados com uma proposta muito válida de imersão à história e da plena compreensão da mesma. Em outras palavras, uma obra muito boa de se ler.
Amigo visitante, sinta-se convidado à conhecer um pouco sobre El Alamein e Outras Batalhas.
Uma história rica...
A capa brasileira de El Alamein, publicação da Editora NewPOP.
A Segunda Guerra Mundial é tema constante de estudos e de debates, um tanto disto pelo que já foi citado mais acima. Não é difícil imaginar a sua história ser contada ser contada nas mais diversas formas estando, entre elas, as publicações japonesas.
El Alamein procura passar um pouco do que foi esta página negra na história da humanidade. A publicação conta com a arte e o roteiro de Yukinobu Hoshino, que trás em forma de mangá alguns dos eventos mais interessantes do conflito que, para o Japão em si, não teve um resultado final satisfatório.
O mangá é dividido em cinco capítulos, publicados em um mesmo volume, onde os quatro primeiro focam na guerra em si. O último destes capítulos mostra aquilo que pode ser melhor definido como uma forma de entender a ocupação americana em solo japonês, através do sarcasmo, muito bem-vindo e fonte certa para inúmeras formas de compreensão.
Não somente a guerra em si...
O "Lobo Marinho".
Impressionante notar o imenso fator que El Alamein possui para prender a atenção de quem o lê. Não se trata de uma colocação mesquinha, mas sim do resultado do poder de imersão à história que é possível encontrar neste mangá. Não é unicamente a guerra, o conflito mundial em destaque: mas sim o alicerce, o fator de sustentação, no que fez usar para colocar os enredos paralelos de forma convincente.
Tratam-se de histórias individuais, estando centradas em diferentes momentos da Segunda Guerra Mundial, muito próximos entre si. O primeiro capítulo dá uma amostra clara deste aspecto, fixando-se na incógnita que era a entrada oficial dos Estados Unidos no grande conflito. Era um temor na época, facilmente compreensível.
Invasão ao norte africano.
O "Leão Marinho" norte-americano estava em águas europeias, preparando-se para ir ao Pacífico. Seu capitão, um velho lobo do mar, entendia muito bem das coisas e, em meio à presença alemã na área ( que busca invadir a Inglaterra e conquistá-la ) teria que fazer o possível para agira sem deixar marcas pois, na ocasião, os Estados Unidos ainda não haviam entrado oficialmente no conflito. Suas ações, neste mangá, são um claro convite à aventura...
O segundo capítulo se passa no norte africano, mais precisamente, em solo egípcio. Interessante notar que, nesta parte da obra, um importante ponto do conflito mundial entra em xeque, sendo o mesmo relatado na área conhecida por El Alamein, ocupada pelas forças italianas ( uma área preciosa para as pretensões de ambos os lados na guerra ). Paralelamente ao conflito, se faz apresentar uma história em que um jovem se vê dividido entre defender as cores de sua nação no conflito e de estar frente à frente com aquela que, poderia ser, a maior descoberta histórica da humanidade ( no que tange ao legado dos faraós do antigo Egito ).
A história de um jovem alemão defendendo a sua terra marca o terceiro capítulo. Partindo do principio que os sentimentos humanos mais tenros não tem força em meio à guerra, a história aqui presente mostra que mesmo a ganância e a busca pelo poder podem esconder, de forma presente, um sentimento de zelo. Aqui, é a vez do território alemão estar servindo de alvo de grandes combates. O desenrolar deste ato é, deveras, chamativo: a Batalha da Normandia ganha aqui o grande destaque.
Lembrança de uma antiga cultura...
Na sequência, a atenção muda para um novo ambiente em meio ao conflito mundial, no qual densas florestas europeias acabam servindo como ponto estratégico para os dois lados, por razões bem distintas. A crueldade humana ganha aqui pontos importantes de visualização, culminando com um achado deixado pelos celtas que causa impacto imediato.
Não menos importante, mas igualmente chamativo, o último capítulo abraça o orgulho humano. Por aqui, o que se faz apresentar é não apenas uma, mas sim duas visões um tanto quanto distorcidas que satirizam a entrada do comando norte-americano em solo nipônico. No processo, o Japão vai perdendo a sua identidade, cultura e honra próprios. A liderança de um certo ser, cujo linguajar baixo e preconceituoso é normal para o ego do mesmo, poderá levá-lo às mais diversas conclusões, amigo visitante.
Interpretando os fatos...
A cidade em chamas: um dos horrores da guerra...
El Alamein é um mangá que não foca no conflito. A guerra, em si, é de substancial importância para a apresentação das histórias desta obra. Contudo, talvez fosse mais fácil prender-se unicamente ao estudo dirigido da Segunda Guerra Mundial e aplicá-lo no mangá. Impreterivelmente, Yukinobu preferiu fazer as coisas acontecerem por outro meio, fazendo valer de histórias paralelas para colocar, em xeque, aquilo que se pode entender por um grande conflito armado e suas consequências. O trabalho final é digno de elogios.
Os diálogos presentes nesta obra pouco lembram aqueles que são da clara preferência deste humilde blogueiro. A qualidade em cada palavra e em cada frase está justamente na colocação direta e certeira com a ambientalização de El Alamein. Mesmo as expressões baixas presentes no último capítulo fazem jus ao já descrito anteriormente, com honrarias.
Ainda no que diz respeito ao último capítulo, ele apresenta algumas verdades do Japão pós-rendição em 1945, mesmo com todo o toque sarcástico nele presente. Basicamente, a população japonesa acabou sendo "castigada" com a derrota na guerra. Pontos de impacto convergem diretamente ao que pode ser chamado de orgulho nacional, ferido demasiadamente entre os locais.
Uma guerra pode ser analisada de diferentes formas. Acertadamente, Yukinobu alinhou o roteiro conciso e interessante à vários eventos importantes da Segunda Guerra Mundial, em especial, a Batalha de El Alamein, em solo egípcio. Os traços de Yukinobu ganham muitos pontos positivos, inclusive no detalhamento de alguns ambientes ( como as cidades ) e também dos veículos de guerra utilizados no conflito mundial em questão.
Objetivamente
Mais uma visão da edição brasileira de El Alamein...
O mangá El Alamein foi lançado no Brasil em 2009, por meio da Editora NewPOP. À época, este blogueiro não se interessou muito pela obra, que foi adquirida apenas o início de 2012. Entretanto, pode-se aqui ressaltar que a compra desta publicação acabou sendo muito prazerosa e interessante.
A publicação é de um volume. O material usado é o conhecido da publicação de mangás em solo brasileiro e, no que tange aos idos de 2009, o que se tem em mãos é uma versão decente e caprichada. Um material para se apreciar e guardar com muito zelo.
Para este blogueiro fica a dica para você, amigo visitante. Embora distante de premiações ou de muitas lembranças futuras, certamente El Alamein poderá prender a sua atenção, o que faz a obra ser aqui recomendada.
Até a próxima.
[ made in NETOIN! ]
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Acesse o site da Editora NewPOP ao clicar aqui.
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui. |
Vou comprar, obrigado.
ResponderExcluirSaudações
ExcluirO tema adulto que corre pelas páginas deste mangá chama muito a atenção, Fábio.
Comente o que achaste dele, ok?
Até mais!
Olá!!
ResponderExcluirQue a Segunda Guerra Mundial é tema de várias obras, isso ninguém discorda!! Achei interessante como o autor nos apresentou isso. Quem sabe em algum evento eu não o adquiro!!
Você citou o Japão pós guerra, e isso me trouxe a lembrança do livro Corações Sujos.. que está com filme em cartaz... É interessante ver o que aconteceu aos japoneses que moravam aqui na época. rsrsrsrsr
Naty in Wonderland
Saudações
ExcluirCorações Sujos? Já ouvi falar mas nunca li, efetivamente.
Acredito que darei uma olhada nele para breve, Naty.
E sim, o Japão sofreu demasiadamente...
Até mais!