Em pauta!

segunda-feira, abril 13, 2015

[N! Drops] Abr'2015 #31: o mundo de Arslan Senki...

O logo da obra.
Guerras, discórdia, discriminação e crescimento pessoal...

Um mundo de fantasia medieval, onde diversos elementos de época e outros sobrepostos à tais trabalham juntos na mais franca harmonia e precisão, em prol de um enredo bem dirigido e que, em dois episódios, soube chamar muito bem a atenção. Arslan Senki (The Heroic Legend of Arslan em inglês, ou ainda Arslan e sua Lenda Heróica no português aproximado) possui todas estas características citadas, fazendo desta obra uma das melhores da temporada de abril'2015.

O enredo desta obra mostrou, em seus dois episódios iniciais, que temáticas muito fortes ainda serão mais abordadas do que já se fizeram apresentar. Entre elas estão o elevado culto a uma religião e o uso servil da escravidão, sendo esta uma premissa de trabalho forçado para tratar os pobres ou os invasores/capturados/afins de outros reinos ou nações. O anime não perde tempo com maiores amabilidades e faz questão de mostrar para você a face cruel da guerra, que trás consigo as mais variadas ramificações de alcunhas sociais e pessoais.

É fácil compreender tudo que acontece neste anime, à partir da ideia de que o Príncipe Arslan é o personagem principal da obra. Ele vive no próspero Reino de Pers, que é governado pelo seu pai, o Rei Andragoras. Este fidalgo ser não esboça sorrisos e costuma vangloriar-se de levar adiante todo um povo, amparado pelo fato de jamais ter sido derrotado em batalha, especialmente no que tange aos seus atuais inimigos maiores, provenientes do Reino de Lusitânia. Para o pequeno filho de tão combativo rei, contudo, a vida passa por muitas provações.

Arslan vive no mais franco questionamento sobre o porquê de existirem conflitos. Por vezes anseia em conversar com pessoas capturadas de Lusitânia e aprender mais sobre tal lugar, que segue à risca uma doutrina religiosa levada adiante. Ele sabe que Pers não possui uma ligação íntima com nenhuma religião em especial e que, em razão disto, o seu reino é visto como pagão pelo povo anteriormente citado. Além disto, o jovem monarca não consegue aceitar totalmente que as pessoas presas em batalha não aceitem ser escravas, pois acredita (inocentemente) que mesmo trabalhando à força, os presos terão uma vida melhor do que em seus locais de origem.

Príncipe Arslan.
Tudo isto pesa muito no cotidiano do jovem Arslan, que dentre outras coisas pratica muito a arte da espada para, um dia, governar o Reino de Pers de maneira tão firme quanto o seu pai faz. De momento, este é o grande orgulho dele. Mas tudo isto esconde uma grande tristeza interna nele residente, pois o amparo necessário de pai e mãe para ele se mostrou inexistente (fala-se aqui de afeição). É bem verdade que existem pessoas nas quais o Arslan pode apoiar-se, sendo este o caso do guerreiro Daryun (cujo senso de justiça é invejável) e do Vahriz (a pessoa que o ensina todo dia a fina arte da espada, além de lhe manter uma rigorosa tutela). A inocência e inexperiência de Arslan já fizeram com que ele passasse por apuros, entre os quais destaca-se a fuga de um garoto de Lusitânia que foi preso em pós batalha.

Contudo, a bondade que se faz emanar pelo príncipe é grande o bastante, sendo este um fator que o seu rígido pai aparenta não possuir, seja com as palavras ou em suas ações. Com isso, ele acabou ganhando três súditos fiéis que, em exatos três anos, iriam para o fronte de batalha proteger o jovem Arslan. Porém, é justamente neste pulo temporal (já com os seus catorze anos de idade) que ele, o pequeno monarca, acaba vivenciando a pior experiência de sua vida, protagonizada (sem ele saber neste momento) pela franca e aberta teimosa seguida de obsessão pelo seu pai. Arslan Senki mostrou, ao final de seu segundo episódio, que realmente irá apegar-se deste tópico em linha de enredo para fazer os eventos avançarem. Não se tratará de uma mera luta de "mocinho contra bandido", mas sim de suadas e dolorosas lições sobre o mundo em que ele, Arslan, vive.

A parte técnica do anime mostrou variantes bem positivas neste início de jornada. O estúdio Sanzigen (Arpeggio, Black Rock Shooter, Miss Monochrome) está tratando o anime com um visual polido e gratificante, mas nada que até aqui seja digno de notável impressão. A arte do ambiente e cenários é bem consistente, os desenhos dos personagens são bons e assim tem se mostrado em dois episódios. Acusticamente, este anime impactou positivamente. Os temas de abertura ("Boku no Kotoba Dewanai Kore wa Boku-tachi no Kotoba" de UVERworld) e encerramento ("Lapis Lazuli" de Eir Aoi) são bem dignos de atenção, inclusive mantendo uma harmoniosa sintonia com as sequências já aqui citadas.

Arslan Senki começou muito bem o seu ciclo. O anime promete agradar bem, graças a um enredo que possui grande poder de atração e retenção da atenção do telespectador. Os dois episódios iniciais foram cruciais para se ter uma sólida introdução ao mundo desta obra e, caso assim se mantenha, seguramente o título deverá ser merecedor de muitos elogios em seu prosseguimento.

Aguardar é preciso...

Momentos...
Clique nas imagens para vê-las em tamanho real...


"Um dia colocaram Arslan em perigo. Agora protegem ele com as suas próprias vidas..."


"O Andragoras é um Rei cujo semblante comum é este mesmo...


"A perda de um título e o castigo seguinte, mais pela 'insolência' do que outra coisa..."


"Arslan e Daryun, nos preparativos para o grande combate..."


"Daryun e Vahriz e uma última conversa..."


"O chamado do Rei!"


"O resultado por ter subestimado o inimigo e ter superestimado à si próprio..."


Arslan Senki
Episódio #1: "A glória de Ecbatana"
Episódio #2: "Catorze anos e a primeira batalha"

*** avaliação final: 7,5 pontos de 10,0 possíveis ***


"Lutando contra o traidor de todo o reino..." 

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

2 comentários:

  1. Excelente Chamado para o que pode vir a ser uma experiência gratificante acompanhar esse anime, afinal são raras as histórias que podem fornecer uma outra visão de um período conturbado que foi a idade média e seus conflitos políticos e religiosos.

    Embora tenha sido um começo de certa forma pesado por apresentar ao jovem príncipe os sacrifícios da guerra (algo normal para a época afinal Joana D'arc foi para a sua primeira com 12), mostra-se uma obra que não possuirá delongas ao que tange a evolução de seus personagens e esse Universo.

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    Respostas
    1. Saudações


      Este é o grande segredo de obras que trabalham temáticas mais pesadas, nobre: saber diluí-las, pouco à pouco, mostrando variadas vertentes e mais diversificadas opiniões sobre tais.

      Espero, desde agora, por um prosseguimento digno deste anime.


      Até mais!

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