Em pauta!

domingo, março 17, 2013

Análises em Geral - parte #66: viajando no tempo em Chrono Trigger!

O logo de um grande jogo...

O Super Nintendo foi um console caseiro muito abençoado, no que tange ao fato de ter recebido tantas poderosas sagas de PRG. Entre as softhouses que desenvolveram tantos jogos deste gênero para o 16-bit da Nintendo, certamente a Squaresoft desponta com um lugar de luxo na lista propriamente dita.

Uma parte de tal prova se fez apresentar aqui no NETOIN! no domingo passado, quando o jogo Final Fantasy VI foi comentado e trabalhado como ele bem merece (clique aqui para ver o post). Com uma engine reformulada em comparação com as edições anteriores da série, seguido por uma história que realmente sabia prender a atenção e dotado de um dos mais belos visuais que o Super Nintendo pôde mostrar para todos, o citado jogo basicamente buscou o sucesso e o teve em troca com todos os merecimentos possíveis.

E na presente oportunidade, um outro título da Squaresoft ganhará seu espaço neste blog. Trata-se de um tipo PRG que diferencia-se levemente da série Final Fantasy em seu sistema de batalha, mas que fica par e passo com o mesmo no que tange aos gráficos, ao enredo e aos carismáticos personagens.

Amigo visitante, está na hora de viajar pelo tempo e descobrir o todo que Chrono Trigger, uma das obras primas da Squaresoft, tem para lhe mostrar. Este humilde blogueiro lhe deseja, desde agora, uma boa leitura.

A história no pêndulo do relógio...

A Feira Milenar, no ano 1000AD.

A história tem seu início no ano 1000AD, dentro da cronologia de Chrono Trigger, que pode muito bem se destacar como a Idade Média do mundo real. Uma grande festa está se desenrolando no principal vilarejo de tal época. Com o nome de Feira Milenar, o atrativo para todos os habitantes do lugar (e outros que vieram de vilarejos vizinhos) estava nas danças, na comida e em toda a diversão que se fazia ali presente. Sem dúvidas, um momento mágico.

Em uma das residências do vilarejo principal vivia um rapaz chamado Crono. Detentor de uma vida comum e bem humilde, ao lado de sua mãe, o rapaz acordou no dia do grande evento pensando em participar do mesmo. Com a chamada providencial de sua mãe, o jovem Crono partiu para a casa de uma amiga, de nome Lucca, no intuito de levá-la ao festival que estava por ocorrer. Como a moça não estava em sua residência, o rapaz acabou dirigindo-se sozinho para a Feira Milenar.

Já em meio às festividades, o rapaz acabou trombando com uma alegre e energética jovem. Sendo o seu nome Marle, a moça se colocou à disposição do rapaz para que, juntos, pudessem desfrutar da melhor forma possível deste grande evento. E um dos pontos altos do mesmo estava na exibição de um maquinário simplesmente fantástico.

No ano 1000AD.
- Imagem do jogo em sua versão para Android -

Em tal apresentação revolucionária estavam a jovem Lucca e seu pai. O maquinário em demonstração era um tipo de teleportador, algo que realmente tinha o poder de chamar a atenção. Como se fazia necessário um voluntário do público, a alegre Marle se dispôs a fazê-lo. Entretanto, o colar que a moça usava acabou gerando uma estranha reação no maquinário que, se tinha apenas o propósito de encurtar distâncias, acabou levando a garota para uma viagem temporal.

Com isto, havia sido inventada uma máquina do tempo. Por mais que tal objetivo não estivesse presente sequer nos mais tenros sonhos da Lucca ou do seu pai, o fato era que a jovem Marle havia ido embora da linha temporal presente. E coube ao jovem Crono entrar na máquina e, como se pode presumir com facilidade, ir atrás de sua jovem amiga (onde quer que ela estivesse).

Desta forma, as aventuras temporais tiveram início em Chrono Trigger, com um ar totalmente casual e descompromissado. O plot inicial dá margens para compreensões negativistas, mas pouco tempo de jogo acaba mostrando que, na verdade, o que antes era algo totalmente curioso passara a ter uma trivial importância para todos no planeta.

Lavos e o dia de sua aparição (o apocalipse no mundo), datado do ano 1999AD.

Depois de viajar para o ano de 600AD e de ter salvo a linhagem familiar da jovem Marle (que mais tarde apresentou-se como a Princesa do Reino de Guardia) e de poder ter conhecido um cavaleiro em corpo de sapo chamado Frog, a própria representante da realeza (acompanhada do Crono e da Lucca) presenciaram um futuro totalmente catastrófico, isto ao viajarem para o ano de 2300AD. Nele, as ruínas se faziam presentes em meio ao frio contínuo e feroz. Os alimentos eram escassos, e os poucos habitantes que conseguia viver em tal época conseguiam se nutrir ao adentrar em certas máquinas que regeneravam um pouco as suas forças, mas que não saciavam a fome dos mesmos.

E foi em 2300AD que os três aventureiros descobriram algo sobre um evento ocorrido no ano de 1999AD, no qual o mundo foi devastado por uma criatura chamada Lavos. Este ser emergiu do solo e, com o seu poder na mais plena manifestação, fez o mundo perecer à sua frente. As cidades foram aniquiladas e, aos humanos que conseguiram a sobrevivência, restou apenas viverem em meio a um período de grande frio e sem nenhuma esperança para um amanhã melhor. Um mundo pós-apocalíptico foi a real visão de Crono, Marle e Lucca em 2300AD.

À partir deste ponto, o enredo de Chrono Trigger ganhou uma outra razão de ser, estando a mesma direcionada na salvação do planeta, no intuito claro de destruir Lavos e de garantir o futuro para todos no mundo. E em meio a este alicerce de sustentação da história, outros eventos impactantes se fizeram presentes neste jogo, além de mais personagens terem sido apresentados.

A linha do tempo em Chrono Trigger...

O Robo e sua aparição, no ano de 2300AD.
- Imagem da abertura animada de Chrono Trigger em seu remake para o PlayStation -

A cada período visitado pelo grupo de heróis, o que se pode facilmente notar está no fato da trama deste jogo se basear muito mais na utilização total dos recursos do próprio, do que você ter que lidar unicamente com eventos regulares e totalmente lineares. Chrono Trigger lhe instiga a inúmeras viagens entre as épocas presentes no mesmo, no intuito claro de lhe proporcionar uma experiência mais diferenciada para os padrões do gênero RPG da época.

Como já se fez aqui citar, o ano 1000AD é o início de tudo no jogo e o ponto de sustentação do mesmo. É a época na qual vivem originalmente os jovens Crono, Marle e Lucca. Muitas visitas à esta época se fazem importantes. Por sua vez, o ano 600AD é o segundo ponto de visitação do jogo. Nele vive originalmente o herói Frog, transformado em sapo por uma estranha razão e cujo código de honra não lhe permite o auto-perdão. Um poderoso feiticeiro de nome Magus pode ser o responsável pelo atual estado do cavalheiro, mas tal ser de grandes habilidades mágicas esconde outras motivações para lutar...

A terceira parada está em 2300AD, no mundo pós-apocalíptico, em um estado de eterna devastação. É neste ano que o poderoso Robo se faz apresentar para todos. Aparentemente, tal personagem é taxado de "uma grande falha" por seus similares, em razão de possuir sentimentos e por querer proteger os humanos. Ele integra o grupo de heróis e viaja no tempo com os seus amigos.

A Ayla se apresentando para todos.
- Imagem da animação de Chrono Trigger em seu remake para o PlayStation -

Uma viagem para a pré-história se mostra muito importante para as pretensões de todo o grupo. Nela está a busca por um item de grande poder e, para auxiliar os heróis em tal busca, surge a extremamente forte e carismática Ayla., diretamente do ano 65000000BC. Curiosamente, este é o ano no qual um estranho objeto da cor vermelha aparece do céu e se choca com o planeta. Para a surpresa de todos, tal objeto nada mais é do que o Lavos.

E no ano 12000BC é que o jogo mostra muitas das facetas obscuras de seu enredo. Em teoria há duas civilizações neste ano. Em um primeiro plano tem-se os humanos miseráveis, que buscam sobreviver em meio a um terrível e perigoso frio no mundo continental propriamente dito. Eles possuem pouquíssimos traços de evolução. Por sua vez, o segundo plano está no continente flutuante, o Reino de Zeal. Em tal lugar as pessoas desenvolveram-se de grandiosa forma, partilhando da vida em meio a uma civilização que aparentava prosperar em um ambiente da mais pura e sólida paz.

Entretanto, tudo isto não passava apenas de uma frágil e destrutível aparência. Neste ano havia alguém que sabia da existência do Lavos e, ainda pior do que isso, sabia dos poderes monstruoso que o ser do espaço possuía. E na mais pura ganância em obter tal poder para si, a Rainha Zeal não media esforços para tentar atingir os seus objetivos. Esta é a época original da qual provém o Magus, que era o profeta de tal período.

Crono é aniquilado pelo Lavos em batalha, no ano 12000BC.
- Imagem da animação de Chrono Trigger em seu remake para o PlayStation -

Chrono Trigger foi um jogo que mostrou muitas reviravoltas em seu enredo, desde o seu alicerce principal até os eventos paralelos. Em várias cenas era possível notar a dor sentida por cada personagem em determinados acontecimentos. Não obstante à isto, foram muitas as ocasiões nas quais o jogo fez questão de mostrar o quanto que uma viagem temporal pode ser desastrosa, independente das intenções por parte dos viajantes do contínuo espaço tempo.

Em outro aspecto, o Lavos mostrou ser um tipo de chefão que dá muito valor em ser dizimado. Por mais que a Rainha Zeal tenha tentado manipular o seu poder, a verdade é que este ser consumia a energia vital do planeta ao seu prazer (como um tipo de parasita), aparecendo em momento oportuno unicamente para mostrar quem realmente mandava em todo o planeta.

Por fim, o enredo do jogo não procurava apenas distinguir as facetas do bem e do mal. Uma das maiores provas disto está em uma singular batalha solo, à ser promovida no ano de 12000BC entre o Magus e o Frog na qual, dependendo unicamente das circunstâncias, o mago poderá ou não se juntar ao time de heróis na caça ao Lavos.

Jogabilidade e outros detalhes de importância

Batalha de Chrono Trigger, em sua versão para o Super Nintendo.

Lançado originalmente em 1995, Chrono Trigger adotou para si a responsabilidade de se fazer presente no mesmo hall de outros nomes de peso dos RPGs para o Super Nintendo, tais como o The Legend of Zelda: A Link to the Past e o Final Fantasy VI. E tudo acabou acontecendo de forma natural para o jogo, que apresentou um forte enredo e um carismático grupo de personagens (que você já conferiu neste texto). Mas estas duas características não formaram "o todo" para que as aventuras de Crono e companhia alcançassem tamanho prestígio.

O visual de Chrono Trigger é deveras encantador, mesmo para os mais apurados padrões atuais. Cada cenário, mapa, traço dos characters em geral, mostraram que a Squaresoft realmente sabia o que pretendia com este jogo. Tudo extremamente colorido e feito sob o esmero do mais profundo capricho visual.

O sistema de batalha é, com total certeza, um outro fator que autentica tal prestígio para Chrono Trigger. O modo de turnos foi mantido, clássico de séries como Final Fantasy, mas no jogo em questão tal sistema de batalha apresentou as suas diferenciações. Ao se colocar de encontro a um inimigo não é feita uma mudança de plano para a luta, pois a mesma se desenvolve no mesmo lugar do citado encontro. Além disso, os heróis podem desferir golpes duplos em seus inimigos, usando-se apenas do botão certo do controle no momento certo para tanto.

Batalha de Chrono Trigger, em sua versão para o Android.

O mesmo acaba valendo para as batalhas contra os chefes de cada área ou dungeon do jogo. Não há uma mudança de plano, pois toda a luta se desenvolve no mesmo local onde o cara-a-cara é feito de imediato. E a demonstração de poder é equivalente ao potencial mostrado por cada personagem em batalha, o agrega em pontos de dinamismo para Chrono Trigger. O uso de magias pode ser feito por cada personagem, que podem usar de atributos especiais únicos para invocar grandes poderes.

Soma-se à tudo isto o fato de Chrono Trigger possuir diferentes combinações e estratégias de combate para a equipe em batalha. Praticamente todos os personagens possuem golpes únicos em dupla ou trios, para serem desferidos em um momento oportuno ante os seus inimigos.

Com base em tudo que já foi aqui apresentado, fica evidente enfatizar que o jogo não possui apenas um final. Com tantas combinações possíveis para se enfrentar Lavos, você poderá arriscar de várias maneiras para tentar presenciar um dos onze finais presentes no jogo. Incluem-se, neste escopo, uma surreal batalha solo entre o Crono e o Lavos ou então um trio cujo o jovem protagonista não se faça presente.

Epoch, a nave que auxilia os heróis em suas viagens pelo tempo.

No que tange à parte acústica, este jogo também se sobressai de forma inapelável. Um trio de primeira grandeza foi o grande responsável pelas ótimas composições que fazem a trilha sonora de Chrono Trigger ser um espetáculo à parte. Os nomes de tais pessoas são Yasunori Mitsuda, Nobuo Uematsu e Noriko Matsueda. Cada um deles teve seu papel de importância nas músicas e efeitos sonoros que agregam ainda mais a ótima experiência à se ter com este jogo.

E para finalizar, Chrono Trigger tem ao seu favor um poderoso replay value. Com tantas possibilidades diferentes de se chegar ao final do jogo (tendo inclusive um final para o caso de você ser derrotado pelo Lavos), é mais do que certo afirmar que o mesmo pode ser novamente jogado. Além disto, coma  opção [New Game +] disponível após encerrar-se o jogo pela primeira vez, é possível ir à caça de outros itens, além de recomeçar a aventura com a energia, atributos e poderes que você já possuía ao finalizar as viagens no tempo e ter vencido Lavos.

Por fim, após o lançamento original em 1995, Chrono Trigger contou com vários remakes. Primeiramente no Playstation, quando foi relançado para o mercado japonês em 1999 e para o norte-americano em 2001 (neste caso no pacote Final Fantasy Chronicles, junto de Final Fantasy IV). No console da Sony, o jogo ganhou o acréscimo das cenas animadas pelo mesmo estúdio do anime Dragon Ball GT. Mais tarde surgiram as versões para o Nintendo DS em 2008 (que contou com dungeons exclusivas e um modo online) e para os dispositivos móveis com sistema operacional Android. Em 2011 os proprietários de Nintendo Wii e do PlayStation 3 também puderam passar a adquirir o jogo através de suas lojas virtuais (o Virtual Console e a PSN, respectivamente).

Objetivamente

Enfrentando Lavos...

Em si Chrono Trigger tem o poder de, ainda hoje, proporcionar uma experiência das mais interessantes dentro do gênero RPG. Muito desta afirmativa vai de encontro direto a tudo que você aqui leu sobre o jogo, e uma outra parcela vai para o fator carisma do mesmo, que é simplesmente formidável.

Este é mais um exemplo de jogo que se nega à morrer com a ação voraz e constante do tempo. Esta pérola da Squaresoft mostrou que é possível pegar um plot básico e transformá-lo em algo simplesmente mágico, bastando para tanto a junção perfeita de alguns de seus eventos. Isto para não se citar os quesitos jogabilidade e visual deste ótimo RPG.

Por tudo que foi aqui mostrado, Chrono Trigger é um jogo que merece forte recomendação. Pode ser que os gráficos estejam datados pelo período que o jogo existe, mas ainda continuam belos. E com um grupo carismático de personagens, alinhado ao ótimo enredo e uma OST simplesmente incrível, este jogo pode ser o que você procura para desbravar o poder dos RPGs dos anos noventa.

E nos momentos finais do jogo...
- Imagem do encerramento animado de Chrono Trigger em seu remake para o PlayStation -

Até a próxima, amigo visitante.

O NETOIN! está no Facebook e no Twitter

[ made in NETOIN! ]


O autor do NETOIN! é...
Carlírio Neto Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui.

4 comentários:

  1. Até hoje, ainda não consegui chegar aos onze finais de Chrono Trigger (descobri o jogo tarde, em 2008, se não me engano).

    Excelente jogo.

    Sugestão para continuar: falar sobre Chrono Cross. :D

    ResponderExcluir
  2. Olá!!

    Chrono Trigger é um jogo desconhecido para mim, igual The Legend Of Zelda era à um dois anos atrás!! xD
    Na época em questão eu era muito nova e o único console que eu realmente lembro de ter jogado ainda pequena foi o Nintendo 64, que tenho até hoje.

    Contudo, conheço a trilha sonora, mais pelo fato de ser como uma canção de ninar.

    Ótimo texto.Agora já sei um pouco mais sobre esse jogo e quem sabe eu não trombo com ele por aí?

    Até mais

    ResponderExcluir
  3. Já trombei com ele faz um bom tempo, aos 13 anos de idade, no ano de 1997, inclusive, tinha até teorias, sobre o que aconteceria, se chegássemos no ano de 1999 (tive até pesadelos com isso rsrs)!!

    Enfim, fez parte de minha adolescência, e causou uma nostalgia em mim, que até hoje sinto, e me dá vontade de jogar, zerar e fazer os 13 finais novamente!!!

    ResponderExcluir
  4. Depois de 3 anos vejo um post sobre Chrono Trigger , jogo muito bom , comecei a joga-lo lá pra 2010 num emulador no meu antigo pc pentium 3 , fiz ele rodar o windows xp , emuladores do Snes roda bem que eram uma beleza, Chrono é aquele tipo de rpg que vai devagarinho te conquistando , história boa , jogabilidade boa e traços do Toriyama , sem palavras finalizei 3 vezes , vi só 3 finais diferentes , por meu pc antigo morreu , hoje até tenho vontade de voltar a jogar , mas tempo é muito escasso....

    ResponderExcluir

Dê a sua opinião sobre este texto do Netoin!, visitante.

Critique, elogie, argumente sobre o post que acabou de ler.

Quer indicar alguma matéria? Fique à vontade. Esse espaço também é seu.

Expor as ideias é legal e algo bem-vindo, tenha certeza. Apenas peço para que mantenha o bom senso no que você escrever.

Apenas uma observação deve ser feita, pois não será admitida nenhuma forma de spam.

Agradecido pela sua visita e por seu comentário.

Até mais!