Em pauta!

domingo, janeiro 05, 2014

Uma história de nome Planetarian...

Planetarian.

O planeta Terra. Um pequeno ponto no universo, no qual a espécie humana é a forma de vida mais inteligente e que domina o mundo. Nos atuais parâmetros evolucionistas, este é um planeta que tem se encaminhando para um futuro altamente tecnológico, por mais que existam muitas desavenças dentro da própria espécie dominante, que vão desde níveis culturais até chegar às ambientações mais esperadas possíveis.

Entretanto, com a escassez de recursos naturais, as nações do mundo começaram a guerrear entre si. A disputa estava em almejar e conquistar o direito de poder usar, unicamente para os "vitoriosos", aquilo que sobrara de campos de alimentação e de água potável. Como a ambição e a ganância formaram fatores preponderantes para que o conflito eclodisse, uma das piores estratégias acabou sendo usada durante tal guerra, sendo ela baseada no uso de armas biológicas.

Em questão de poucos dias, as maiores e mais importantes cidades do mundo sucumbiram perante ao verdadeiro holocausto bioquímico. As pessoas morriam em uma proporção avassaladora. A cada ano que passava, a população da Terra diminuía mais e mais. Mesmo assim a guerra não parou. Tanto isso é verdade que um agravante diretamente ligado ao meio-ambiente acabou surgindo, graças ao uso de tais armas biológicas.

Como era uma cidade da Terra antes do início da grande guerra...

A natureza acabou sendo implacável com os seres vivos da Terra, graças às más ações humanas em conflito contra a própria espécie. Um tipo de chuva mais destrutiva do que a ácida começou a cair seguidamente por todo o planeta. Esta chuva corroía as construções. Flagelava qualquer possibilidade de se plantar e cultivar alimentos e plantas. Ainda pior do que isso, levava os seres vivos à morte mais rapidamente. Dentre os sobreviventes, tal ação da natureza acabou sendo conhecida, unicamente, como a "Chuva".

A tormenta que caía sobre as cidades que, um dia, eram cheias de energia e de movimento, era o único real barulho que se podia nelas ouvir. Na verdade, como a guerra ainda não havia acabado (mesmo após longos trinta anos de início da mesma), alguns seres ainda buscavam defender o pouco que podiam, contando para isso com alguns armamentos deixados para trás por outros humanos (para defender suas cidades), além de outros instrumentos criados justamente no período da guerra que não aparenta conhecer o seu final.

Para garantir a sua sobrevivência, muitos optaram pela vida de Junker. Em uma tradução bastante literal, passaram à ser catadores de lixo com o propósito único de conseguir encontrar algo de valor nestas cidades (que passaram à ser conhecidas como cidades fantasmas) e passar tais itens para frente, como quem especula viver de barganha por meio de "achados e perdidos", mesmo com todo o perigo em potencial que ainda ronda todo o planeta (sem contar, neste contexto, a "Chuva").

Uma imagem do jogo Planetarian.

Em certa oportunidade, um destes Junkers acabou chegando a uma das maiores cidades do Japão na antiguidade (entenda-se isso como o período antes da guerra). Lá, este ser estranhou a aparente calma na cidade. Normalmente, muitos soldados deveriam lá estar de prontidão, no intuito de defenderem o pouco que podiam. Como quem queria achar alguma coisa, este Junker acabou adentrando a uma antiga edificação, na qual acabou recepcionado por uma robô.

Esta robô, de beleza total em sua face, o tratou com uma educação que até então era totalmente desconhecida por este Junker, ao ponto de ele imaginar que estava sendo feito de bobo por sua anfitriã naquele abandonado lugar. Esta robô, cortês em suas palavras e expressões faciais, apresentou-se pelo nome de Yumemi. Ela era a responsável por cuidar daquele lugar, que era um antigo planetário. Estava há muitos anos ali, sozinha, aguardando pela chegada de um novo cliente para atender e apresentar seu show sobre os cosmos.

A Yumemi transbordava em inocência, mesmo ao se levar em consideração que ela era uma robô programada para servir os humanos. Mesmo sendo muito mal-tratada verbalmente e presencialmente pelo Junker à sua frente, ela não abandonava seu sorriso nem o seu modo puro de agir. O homem à frente dela, machucado pela dura vida que levava desde que nasceu naquele mundo, não acreditava que alguém como a Yumemi pudesse existir. Era algo que, simplesmente, se encontrava muito distante daquela realidade doentia e pós-apocalíptica.

A Yumemi pedindo desculpas...

Entre conversas dos mais variados temas, que se prolongavam com o passar dos dias, o Junker ia ficando menso irritado com a Yumemi. De início, tudo que ele desejava era usar um de seus armamentos para silenciar a robô para sempre. Agora, ele apenas fica quieto enquanto ela fala e, aproveitando do ensejo da mesma em servir os humanos com graciosidade e respeito, deseja unicamente ficar em paz naquele lugar.

A Yumemi ficou mais de vinte e oito anos sem receber ninguém naquele lugar. Quando este Junker lá chegou, sua vibração interna foi total. Como ele seria (pseudodemente) o cliente de número dois milhões e meio daquele planetário, ela acabou convidando-o para assistir um show especial, com o auxílio do grande telescópio de nome Jena. Por estar muito tempo fora de uso, tal instrumento não funcionava como devia e o Junker, alegando não ter nada de melhor para fazer, acabou auxiliando a Yumemi no conserto daquele antigo maquinário.

Durante o tempo de conserto, o Junker e a Yumemi acabaram se aproximando sem notar. Foi tudo por naturalidade. A inocência da robô e a rispidez de seu visitante eram dois lados de uma mesma realidade. Tal fato ficou ainda mais em evidência quando, subitamente, o homem viu a Yumemi na porta de entrada da edificação, clamando palavras como quem estava à chamar por novos clientes. Para ela, aquilo era apenas um treino para não perder a prática e, para ele, era um claro sinal de que a inocência parentava não encontrar fronteiras.

A apresentação.

Com a Jena devidamente consertada (dentro das possibilidades para aquele momento), a Yumemi acabou fazendo a sua apresentação sobre o cosmos para o Junker. Ele, totalmente envolto pela ambientação e sem acreditar naquilo que via, se permitiu fechar os olhos quando a energia elétrica chegou ao fim na edificação e passou à imaginar tudo que a simpática robô falava com as suas palavras, como quem palestrava sobre o universo para o grande público.

Um dos momentos mais singelos e puros de emoção em toda a obra, seguramente. Ela queria muito dizer tudo que sabia e, incrivelmente, o Junker se colocava disposto à ouvi-la (por diferentes razões, onde nem todas eram realmente boas). Entretanto, mesmo com a "Chuva" que caía intensamente no lado de fora, ele tinha que sair e continuar com a sua jornada. A Yumemi, como prezava o protocolo nela gravado e seus bons modos, queria acompanhá-lo até chegar ao seu automóvel (item este que o Junker não possuía, mas ainda assim aceitou - mesmo que à contra-gosto - a oferta da robô).

E no lado de fora da edificação, que à cada passo ficava mais para trás, o Junker e a Yumemi passaram a contemplar uma ambientação que misturava o dito hostil com a morte. Tudo era cinza, do céu ao solo. Nenhuma alma viva vagava pelas ruas desertas. Não se ouvia nenhum ruído, a não ser o barulho da água que caía sob o solo judiado pela guerra humana e também coma ação da própria "Chuva". Para eles, o Junker e a Yumemi, a aventura estava por conhecer um novo e audacioso rumo.

A desolação no lado de fora da edificação...

Todos estes parágrafos que você acabou de ler, nobre visitante, lhe chama a atenção para uma das mais singulares obras da Key Visdual Art's. Planetarian é o nome do jogo, que na verdade é uma visual novel. Toda e qualquer ação no mesmo está em, unicamente, você ler os diálogos e partir para a compreensão de todo o enredo. Não há rotas ou escolhas neste jogo, que acaba sendo bastante linear no seu propósito final.

Nele você é o Junker, o ser que está tentando ganhar a vida em meio a tamanha desolação mundial. O encontro com a Yumemi, totalmente feito ao acaso, não representa uma esperança para o planeta Terra ou para qualquer um dos dois protagonistas, mas sim um sinal de alívio e de paz momentânea. Isto porque, como você pôde notar, Planetarian não é uma obra cujo enredo tenha a face (ou estilo) de um final alegre. Tudo que você leu, ao longo dos quinze parágrafos iniciais deste texto, foi a síntese contextual do enredo desta prova, estimulando as razões para as ações de seus personagens e como era possível, ou não, viver em tal ambientação hostil.

Em si, Planetarian é um jogo curto. Menos de três horas são o suficiente para você finalizá-lo, sem nenhuma complicação. Contudo, a carga emocional deixada pelo mesmo é de grande e poderoso impacto. O que você leu foi, de certa forma, um resumo de tudo que acontece no jogo até a proximidade de sua metade. Dali para frente, a questão da incógnita e da surpresa foi deixada propositadamente no ar para você, nobre visitante, no intuito de instigar a sua curiosidade quanto ao jogo em si.

Sem eletricidade.

Planetarian é um jogo emotivo, como já se fez bem ressaltar anteriormente. Chegar às lágrimas é bem fácil durante o período no qual você está com a atenção voltada para o enredo da obra em si. E se levar em consideração a OST, tão calma quanto triste, uma caixa de lenços se fará mais do que necessária, como sua companhai durante as quase três horas de diálogos e muita emoção.

A recomendação de minha pessoa para este jogo, em nome do site NETOIN!, é tão positiva quanto às lágrimas que caíram pelos olhos deste blogueiro durante a sequência do título em tema. Planetarian não clama por esforço algum em sua compreensão ou sintaxe. O jogo cumpre apenas com a sua proposta, que está ligada a um evento que (guardadas as existentes proporções) até pode vir à ocorrer na Terra algum dia e, porque não enfatizar, acabar tendo uma mesma compreensão do que a presebnte na obra em análise.

Por tudo que foi aqui descrito, Planetarian é um jogo recomendado para você, nobre visitante.,

Yumemi, à serviço dos humanos...

"Senhor Cliente, eu fui criada unicamente para servir os humanos com todo
o respeito e carinho que eles merecem..."

"Eu sempre olhei no rosto de cada cliente e rezei com vontade, 
do fundo do emu coração, para que um dia eles voltassem à este planetário..."

"Senhor Cliente, se você está bem eu fico totalmente
despreocupada e muito contente em saber disto..."

"Certa vez eu vi uma criança chorando porque não encontrava seus pais.
Ela me pediu para ver se eles haviam se transformado em estrelas no céu.
Eu disse que isso não era possível, pois demorava para um novo corpo 
celeste aparecer na imensidão do espaço. Mas eu prometi
que rezaria todos os dias, do fundo do meu coração, para que ela
encontrasse os pais dela algum dia..."

"Senhor Cliente, é com alegria que inicio esta apresentação totalmente 
 especial para o senhor, em agradecimento por toda a sua ajuda..."

Até a próxima!

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Carlírio Neto
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade de minha humilde pessoa.

4 comentários:

  1. Hello!

    Como uma grande recomendação sua, eu pude ter contato com essa linda visual novel da Key. Um jogo curto, simples e com alguns temas pertencentes a nossa realidade. Por isso, muito obrigada!

    Planetarian sabe tocar o jogador em situações cômicas e emocionantes entre o Junker e a Yumemi. O próprio Junker posteriormente se rende aos encantos dela, sem mesmo entender os motivos. Como exemplo, percebemos que os dias que eles ficaram juntos, fez com o homem tivesse mais paciência em responder as perguntas feitas pela dócil robô e pensar antes de falar algo que afetaria o comportamento dela. Sendo essas consequências de uma mudança importante que culminaria nas decisões tomadas por ele no final. No início, ele era uma pessoa fruto do meio em que vivia, não acreditava mais em bondade, gentileza e confiança em um mundo tão negro e sedento por vingança e competição. Por isso, quando ele encontra Yumemi, não suportava o modo como ela o tratava, mesmo que você algo característico de robôs. Contudo, Yumemi era um pouco diferente dos outros robôs. Ela conseguia em alguns momentos ser mais humana que os sobreviventes da Terra devastada.

    Os breves dias que Junker passou com essa simpática robô, fizeram com ela tivesse um pouco de esperança sobre o mundo depois da muro de quarentena. Ele pensa em mudar de profissão para poder viver mais tranquilamente e levar um pouco de alegria para as pessoas de outra em cidade com a companhia da Yumemi, pois, ela mostraria o lindo céu estrelado para elas também.

    Momentos dignos são apresentados por conversas e sonos que induzem Junker ao seus devaneios. Chegando o dia que ele entende o porquê de sua mãe admirar as estrelas. Tudo isso graças a belíssima apresentação de Yumemi com sua descrição maravilhosa sobre o universo.

    O final de Planetarian é triste, entretanto eu consegui extrair uma pitada de felicidade dele. Acredito que a prece da Yumemi aconteceu, possibilitando que os dois vivessem um mundo mais admirável. Talvez até a Terra esteja querendo mudar aquela trágica realidade.

    Eu estive pensando no nome da grande personagem, Hoshino Yumemi. Um nome que condiz muito com ela e a personalidade que apresenta, pois, "hoshi" pode significar "estrela", enquanto que "yume" poderia ser sonho. Então ela seria aquela nos mostra seu sonho, sendo uma pequena estrela no mundo acinzentado e triste.

    Jogar Planetarian foi excelente e muito emocionante, seu conselho sobre os lenços foram muito bem atendidos.
    Meus parabéns pelo post, ele conseguiu expressar muito bem o jogo sem nenhum spoiler, além de que proporcionou aquele sentimento de admiração por tudo que obra soube transmitir.

    Até mais o/

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    Respostas
    1. Saudações


      Eu gostaria de dizer que precisaria enfatizar algo, ou fazer uma recolocação sobre alguma palavra sua em seu comentário, nobre Melima...
      Mas não preciso...

      Não apenas conseguiste pegar todo o limiar do enredo desta fantástica obra, como você também ousou ir mais além e traçou interessantes limiares em suas palavras...^^

      Melima, Planetarian agora faz parte de ti, nobre...^^

      E fico feliz em saber, humildemente, que você gostou tanto do jogo e que o terá como uma lembrança tão saudável, na mente e em sentimento para si.

      Muito bom mesmo, nobre Melima. Fico muito contente aqui... :)


      Até mais!

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    2. Muito obrigada! Fico honrada em saber disso.

      Planetarian possibilitou que eu pudesse interpretar alguém além das singelas palavras das personagens, proporcionando um toque mais nessa excelente obra.

      Eu agradeço muito por me proporcionar isso, meu bom amigo.

      Está correto, carregarei comigo a experiência de ter jogado Planetarian. O final do jogo sabe nos tocar emocionalmente, como também a refletir sobre o futuro e a humanidade, valorizar de pequenos atos e ter esperança.

      Até mais o/

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    3. Saudações


      Sinta-se honrada verdadeiramente, nobre.

      Planetarian possibilita isso, realmente. É a chamada para algo crucial em sentimentos, expectativas e esperanças...

      Fico feliz em ver sua análise sobre tal obra, grande Melima.^^


      Até mais!

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