A primeira chamada...
A Key é uma empresa majestosa, que apresentou para todos grandes nomes em Visual Novels, nos quais vários deles acabaram sendo convertidos em animes. Fundada em 21 de julho de 1998, a Key Visual Art's completou neste ano catorze anos de atividade, fator de importância e de grande representatividade.
Em agosto de 2008, três blogs uniram as suas forças para levar, aos seus visitantes, textos especiais sobre a Key. Para tanto, o NETOIN! se uniu aos blogs Subete Animes e The Key of the Broken Hearts, onde cada um ficou com um tema à respeito da empresa em questão, publicando-o em datas pré-determinadas e devidamente observadas.
Na época, o resultado já havia sido muito expressivo. Passados quatro anos, os textos voltarão à tona. Uma vez que o fundador do SubAni ( como se faz chamar carinhosamente o Subete Animes ) não mais bloga na área e que o outro blog participante não mais está em atividade, o NETOIN! trará para você, visitante, a republicação das três matérias.
Nos dias 15, 16 e 17 de setembro, você verá aqui os textos feitos ( na ordem respectiva ) por Alberto "DeCyber" ( sobre a história da Key ), Leandro Nisishima ( sobre os animes da Key ) e Carlírio Neto ( sobre os jogos oficiais e não-oficias da Key ). E o primeiro post especial se fará presente, para você, neste momento.
Amigo visitante, aprecie mais abaixo o texto feito por Alberto "DeCyber". Tenha uma boa leitura.
A história da Key
O embrião da Key...
Não que seja algo difícil de descrever, mas há uma certa quantidade de equívocos feitos quando se cita a Key/Visual Art's, incluindo um curioso fato no qual alguém cita a Key como se ela mesma tivesse feito as adaptações em anime dos próprios jogos. Não duvido que muitos poderiam pensar erroneamente que a Key seria uma empresa titânica que faz quase de tudo...
Devido a isso, é bom fazer uma pequena observação: o fato da "barra" que aparece quando se cita "Key/Visual Art's" é devido ao fato de que, a bem da verdade, a Key e a Visual Art's são duas empresas diferentes. As duas empresas se relacionam por uma espécie de "corporação" ou "parceria" descrita como "empresa de capital aberto". De um modo "formal", o capital ( investimento inicial ) nesse tipo de empresa é composta de ações ( uma fração do capital de cada empresa componente da corporação ou parceria ) contidas na bolsa de valores. Quando uma das empresas componentes da corporação decide sair, as restantes lançam ações da empresa para compensar a perda decorrente da saída.
A grosso modo, cada empresa ajuda com um pouco. Se uma delas sair, as demais lançam ações da empresa pra compensar a saída.
Key.
A Key por sí só é um estúdio de Visual Novels ( que muitos consideram erroneamente equivalentes aos simuladores de namoro hentai por terem características e jogabilidade semelhantes, mas na verdade seriam um sub-gênero de jogos de aventura, como os jogos das séries Myst e Syberia ) japonesa fundada em 1998.
A empresa é conhecida pelo conteúdo dramático e orientado ao roteiro das histórias de seus jogos. Geralmente, a Key lança inicialmente versões adultas de seus jogos para computador, posteriormente lançando versões "livres" ( mais conhecidas como All Ages ) para consoles domésticos ( Playstation 2, PSP e Dreamcast ) juntamente com outras empresas, como a Interchannel ( consoles em geral ) e Prototype ( PSP e celulares ). As versões de console também contam com a adição de vozes para os personagens, algo não frequente nas versões de computador.
Key Sounds Label.
Em 2001, a Key criou o selo Key Sounds Label, que passa a ser a "etiqueta da gravadora" de todos os álbuns lançados pela Key ( a exceção dos três primeiros álbuns lançados pela mesma antes da criação do estúdio ). As músicas do Key Sounds Label são todas compostas pelos próprios compositores da Key, além de alguns OSTs cantados ( como o Love Song ).
E, no final de 2007, a Key também lançou um programa de rádio via internet com respeito a própria empresa e aos jogos por ela criados, simplesmente chamado de Key Radio. Tais programas estavam disponíveis para download, além de poderem ser conferidos no canal do Youtube da Visual Arts.
Visual Art's.
A Visual Art's é uma companhia de publicação fundada em 1991, especializada em publicar Visual Novels de uma extensa lista de desenvolvedores de jogos, o que implica dizer que a "Visual Art's" não é mera e simplesmente uma parte da Key...
Também é ela a responsável pelo desenvolvimento da engine ( o motor do jogo ) usada por estes desenvolvedores, como as conhecidas AVG32 ( não o antivírus, mas sim a engine das primeiras versões de Kanon e AIR) e RealLive ( engine em uso nos jogos da Key desde Clannad ), além de estar envolvida no desenvolvimento de portas de jogos publicados pela empresa para aparelhos celulares, gerenciada pela Prototype.
Como se isso não fosse o bastante, também se deve a Visual Art's o lançamento da revista online VisualStyle ( desde outubro de 2007 ) e o lançamento do Visual Channel do Youtube, onde se pode ver vídeos relacionados aos jogos das empresas sob influência da Visual Art's.
Kinetic Novel.
De fato, a KineticNovel merece uma explicação a parte. Isso porque a KineticNovel é uma marca da Visual Art's que é dada aos jogos conhecidos como Kinetic Novels.
Uma Kinetic Novel é semelhante a uma Visual Novel, mas não possui nenhum tipo de escolha que possa influenciar no modo como a história evolui, isso sem mencionar o fato do jogo ser mais curto que uma Visual Novel comum. Devido a estas características, uma Kinetic Novel nem pode ser descrita como um "jogo", mas como uma espécie de "livro", já que o jogador simplesmente passa pela história inteira do jogo enquanto o "joga".
A Marca pode não parecer grande coisa de começo, mas foi sob a mesma que foi lançado o quarto ( e mais curto também, nem por isso menos conhecido ou mesmo amado pelos fãs ) jogo da Key: Planetarian - Chiisana Hoshi no Yume.
Tactics.
Afinal, a Key existe há mais de dez anos e, neste meio tempo, tem apresentado os seguintes títulos por ela lançados ( dez jogos ao todo: Kanon, Air, Clannad, Planetarian, Tomoyo After: It's a Wonderful Life, Little Busters!, Little Busters! Ecstasy, Kud Wafter, Rewrite e Rewrite Harvest festa! ).
Não te soa estranho? Então, considere algumas empresas da área de jogos antigas e ainda hoje em funcionamento:
* a Eletronic Arts, por exemplo, deve possuir mais de duzentos jogos com seu nome e seu logo, nem que seja só na caixinha do jogo. Claro, a EA desenvolveu os FIFAs e Need For Speeds da vida, mas ela também leva seu nome ( e seu logo como vídeo de abertura da maioria dos jogos ) em Black & White ( da Lionhead Studios ), Dungeon Keeper ( da falida Bullfrog, cujos programadores foram empregados pra fazerem jogos da série de Harry Potter ) e da série Command & Conquer ( C&C Renegade, por exemplo, não foi feito pela EA mas sim pela Westwood Studios );
* a Interplay tinha tem seu dedo em uma grande quuantidade de jogos interessantes. Considere que seja da Interplay a “honra” de ter lançado o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa totalmente 3D ( e ainda com jogabilidade em 360 graus ) com Descent. Também foi dela os direitos sobre a franquia Fallout, um dos melhores RPGs de todos os tempos, e dos tão conhecidos MDK, Sacrifice in name of the Gods e Giants: Citizen Kabuto, todos à venda em nossas terras, o que os tornam BEM conhecidos pelas bandas de cá;
* a CAPCOM e seu "império do Hadouken" também possui uma diversidade de jogos, e isso sem contar os Megamans e Street Fighters da vida. À propósito, você com certeza já deve ter ouvido falar em Chaos Legion.
A linha do tempo da Key
Grandes jogos em representação.
De fato, a Key é conhecida justamente pelas histórias de teor dramático de seus jogos. Nesse ponto, pode-se qualificar a Key como “a ID Software das Visual Novels”. Mas é claro que tudo teve um começo e, no caso da Key, as "origens" remontam ao tempo em que nem ao menos a "Key" existia.
De início, os membros que fundaram a Key em 1998 anteriormente trabalhavam na TATICS. Na época de Dõsei, primeiro jogo da empresa, quatro dos principais membros da Key ( dentre eles Shinji Orito, que participa na criação das músicas e Itaru Hinoue, responsável pela parte gráfica ) trabalharam em seu desenvolvimento. Após Dõsei, os demais membros que posteriormente fundariam a Key trabalharam em One e MOON. ( o nome deste jogo tem esse ponto final mesmo ).
Após o lançamento de One em 1998, este grupo foi transferido para a Visual Art's, onde lá eles criaram a Key, cujo nome foi escolhido por maioria de votos. Através da experiência adquirida no desenvolvimento de One ( que, por um acaso, seria um "precursor" da tendência do modo como as Visual Novels são criadas hoje em dia ), a Key lançou seu primeiro jogo, Kanon, em quatro de junho de 1999.
Kanon ( isso considerando a 1º versão lançada do jogo ), embora qualificado como adulto devido às cenas de sexo contidas no jogo, tinham uma quantidade mínima dessas cenas ( dá pra contar nos dedos o número de imagens do tipo, e Kanon tem mais de duzentos arquivos de imagens usadas no jogo), deixando a preocupação focada na história dos personagens, músicas e gráficos do que nas cenas adultas em si, algo notável na época. Seguindo o mesmo modelo de Kanon, a Key lançou um ano depois o jogo AIR, também um dos mais notáveis.
O terceiro jogo da empresa, Clannad, seguiu um esquema um pouco diferenciado, já que o jogo em si fora lançado em versão all ages ( ou seja, nada de cenas pesadas ), além de ter sua data de lançamento adiada por dois anos ( planejado para sair em 2002, foi lançado em abril de 2004 ).
Sete meses depois de Clannad, outro "jogo" da Key também sem cenas adultas, fora lançado. A Kinetic Novel Planetarian, primeiro jogo a receber a etiqueta ( e qualificação ) "KineticNovel", trata de um conto pós-apocalíptico no qual o usuário se limita a ler a história. E, mesmo assim, o jogo alcançou um grande reconhecimento, dentro e fora do Japão, graças a tradução do jogo para o inglês concebido pelo grupo Insani. Pena que também foi um dos mais ilegalmente distribuídos devido a sua forma de venda (apenas por instalador via internet).
E falando em problemas, o quinto jogo da Key foi feito em clamor dos fãs por mais Clannad ( ou talvez por cenas adultas em Clannad ). Tomoyo After - It's a Wonderful Life, lançado em novembro de 2005, é uma espécie de sequência de Clannad, mas expandindo o cenário da personagem Tomoyo ( mais do que uma continuação da história em si ). E, notavelmente, possui as cenas tão esperadas. Talvez a "surpresa" de Clannad que não fosse o esperado pelos fãs. É muito difícil agradar à todos...
Lançado em 27 de julho de 2007, Little Busters! ( embora não contivesse cenas de sexo ) possuia cenas pervertidas ( cenas ecchi ), sendo o 1º jogo da Key com tais características. Em 25 de julho de 2008, a Key lançou Little Busters! Ecstasy, a versão adulta do jogo, mas não tão somente pelas cenas "esperadas", mas também por características mais agressivas colocadas na história, além da adição de uma nova personagem. Este foi o primeiro jogo da Key a ocupar dois DVDs ( não um DVD Dual Layer mas sim em dois DVDs normais ).
Em primeiro de abril de 2008, a Key anunciou o lançamento do sétimo trabalho, Rewrite, que acabou sendo lançado em vinte e quatro de junho de 2011. Na sequência, foram lançados Kud Wafter e Rewrite Harvest festa!.
O impacto da Key
Rewrite ( em detalhe ).
Pode soar estranho, mas muitas das influências das Visual Novels hoje aplicadas vieram de "fórmulas-que-deram-certo". No caso da Key, não foi diferente. Isto porque, ainda na época da TATICS, o jogo predecessor de One, MOON., teve uma baixa vendagem em relação a Dõsei. Um fato deveras curioso em se tratando de MOON., que possuia uma personagem principal feminina ( muito raro em jogos do tipo ) e história que "passava bem longe" da estética de "scholl life" ( presente na maioria de jogos semelhantes ) e de temática mais "adulta".
E, interessante notar, a maior parte da equipe fundadora da Key estava presente no desenvolvimento de MOON., de modos que muitos consideram este jogo como praticamente da Key, assim como One. Devido a estes problemas, One fora desenvolvido com o intuito de ser semelhante a To Heart ( da Leaf ). A influência exercida por To Heart na Tactics teria gerado uma "fórmula" para um jogo: a metade inicial do jogo é movida num estilo comédia, com um desenvolvimento romântico seguido de uma trágica separação no decorrer do desenvolvimento, encerrando com uma reunião emocionante.
Jogos que se usam desta fórmula são conhecidos como "crying games" ( algo como "jogos de choro"), já que tinham o intuito de fazer o jogador sentir pena dos personagens e fazê-los chorar nos cenários mais trágicos, o que servia para causar um impacto maior ao jogador ao terminar o jogo. Foi com esta fórmula que One foi lançado. E, com esta mesma fórmula na bagagem, a Key desenvolveu e lançou Kanon.
Na verdade, este modo de formular as histórias dos jogos, iniciada com One e usada pela equipe da Key desde Kanon, chegou até mesmo a influenciar o modo como as Visual Novels eram desenvolvidas. De modo que muitos desenvolvedores pegaram carona nessa fórmula. Jogos como Memories Off, Kana: Little Sister e Da Capo são exemplos dessa influência.
Apesar de tudo ter "começado" com One, pode-se dizer que a Key ( ou, como seria mais correto dizer, os membros componentes da Key ) teria sido percussora do modo como as histórias são contadas em Visual Novels hoje em dia.
Texto de Alberto "DeCyber"
[ adaptado do blog The Key of the Broken Hearts ( já encerrado ) ]
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As próximas duas partes serão publicadas nos próximos dois dias, sequencialmente. Amigo visitante, esteja convidado à acompanhá-las.Até a próxima.
Carlírio Neto, um fã de animação e cultura japonesa desde os anos noventa. Dramas são a especialidade pessoal. O personagem Wataru, de Sister Princess, representa bem a personalidade deste humilde blogueiro. Veja um pouco mais sobre o autor do blog NETOIN!aqui. |
Olá!!
ResponderExcluirNão sou fã de Visual Novel, mais por incrível que parece, talvez já tenha me deparado, há algum tempo com Kanon... Não jogado, somente um texto do qual não me recordo!!
Que pena sobre os blogs que fizeram um dos textos... Espero poder acompanhar tudo... mesmo não curtindo, conhecimento nunca é demais!! ^^
Até mais
Saudações
ExcluirNaty, anseio muito para qye todos que visitam o NETOIN! curtam os textos, feitos com carinho, vontade e capricho há logíquos quatro anos atrás.
E sim, acompanhe a continuação desta jornada, que ainda terá mais dois capítulos.^^
Até mais!
DeCyber//Gao Hunter na área! \o\
ResponderExcluirBem, decerto ainda preciso dar uma olhada em quê foi adaptado do original (Tirando as atualizações das referências, claro!), mas notei a ausência dos textos que eu coloquei ABAIXO das imagens no original. Bem... posso ver isso amanhã. =)
De qualquer modo, agradeço ao Netoin! (E ao Netotin tb) pela lembrança - Que, inclusive, caiu no dia do niver da minha já falecida kaa-sama. ^_^
Saudações
ExcluirAmigo Alberto "DeCyber", realmente, relembrar tais textos é algo que fiz com muita vontade pois, certamente, tal trabalho ainda causa impacto entre os fãs da Key.
Mesmo aqueles que não são fãs poderão espelhar-se neste trabalho tão maravilhoso de quatro anos atrás. Ao menos, é o que anseio.
Sim, algumas palavras não coloquei nesta republicação. Contudo, nada impede futuros extras com tais informações ou até algo à mais que queiras acrescentar, nobre amigo.^^
Por favor, acompanhe oprosseguimento desta ótima matéria e, uma vez mais, vamos relembrar aquela época.
Até mais!
Não conheço as novels em si, vi alguns videos apenas de algumas das citadas. Mas os animes adaptados com sucesso os conheço. Sinceramente eu sou um dos que achavam que era tudo a mesma coisa Key e Visual Art. O texto está muito bom e explicativo, pena que os blogs onde foram escritos estão inativos.
ResponderExcluirSaudações
ExcluirEste especial, feito há quatro anos, tem esta missão, rapaz: atingir até quem não curte visual novels.
Gostarás do prosseguimento.
Até mais!
Ótimos textos, Key é o melhor estúdio de visual novels do mundo, qualquer anime baseado em uma obra do mesmo vai ser no mínimo épico, e assim espero de Little Busters!, que mesmo não adaptado pelo habitual Kyoto Animation, onde a Key sempre apostava suas fichas, espero ainda ser uma adaptação o mais fiel possível
ResponderExcluirSaudações
ExcluirGrato por seu comentário, Willian.
Acredito sinceramente que, as próximas duas partes deste especial também lhe chamarão muito a atenção.
Convido-lhe à prestigiar as mesmas.
Até mais!
oootimo texto. fico feliz q ele citou 'o metodo key' de crying games.
ResponderExcluirvamos para o proximo!!!
Saudações
ExcluirO modo Key de encantar o público é quase único...
Até mais!